Arquivos mensais: janeiro 2019

JUSTIÇA DE MG SUSPENDE AUXÍLIO-MUDANÇA DE PARLAMENTARES REELEITOS

Infelizmente, a medida só vale – por enquanto – para os parlamentares de Minas Gerais. O deputado Fausto Pinato(PP-SP), que já está em Brasília desde 2015, foi um dos que faturou os R$ 67 mil para auxiliar na mudança dele para… Brasília. Segundo o Diário da Região, Pinato argumentou que o benefício “é legal”. Legal pode até ser, mas é imoral.

Quando se noticiou que os parlamentares reeleitos receberiam essa imoralidade, os bolsominions espalharam nas redes sociais que “o Bolsonaro vai acabar com isso daí”. Como são inocentes os bolsominions…. Bolsonaro, que utilizava o auxílio-moradia para “comer gente”, foi um dos primeiros a embolsar R$ 33,7 mil para se mudar de Brasília para Brasília.

Bolsonaro, se fosse esse arauto da moralidade que os bolsonaristas acreditam que ele é, poderia ter feito como, por exemplo, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede), Reguffe (sem partido) e Eduardo Braga (MDB), que dispensaram o auxílio-mudança. Mas, vamos à notícia do Conjur:

O juiz Federal Alexandre Henry Alves, da vara Federal Cível e Criminal de Ituiutaba, em Minas Gerais, determinou que o Senado e a Câmara suspendam o pagamento de auxílio-mudança aos parlamentares que foram reeleitos para o Congresso Nacional. Além disso, no prazo de 15 dias, deve apresentar os nomes dos deputados e senadores que deverão fazer a devolução dos valores recebidos.

A decisão se baseou em uma ação popular contra ato do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Em dezembro de 2017, Maia antecipou o pagamento de verba indenizatória de “auxílio-mudança” para 505 parlamentares, no valor de R$33,7 mil para cada, o que totaliza a importância de R$17 milhões aos cofres públicos. O valor do benefício seria pago em dobro aos oito senadores e 270 deputados reconduzidos ao cargo, além dos quatro senadores que vão para Câmara e dos 16 deputados que fazem o caminho inverso.

Na decisão, o magistrado afirma que o pagamento do benefício tem “desvio de finalidade e se apresenta disfarçado sob o véu da legalidade”.

Segundo o juiz, não há justificativa para o pagamento do “auxílio-mudança” para os candidatos que mantiveram seu cargo por reeleição ou para aqueles que foram eleitos para a outra casa legislativa, já que para eles não houve mudança de domicílio ou transporte de seus bens para uma nova localidade.

“Por consequência, os atos praticados pelos respectivos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado se desvinculam de seu propósito, maculam a moralidade administrativa e dilapidam o erário público, composto pela contribuição de toda a sociedade brasileira”, aponta.

DOM DA UBIQUIDADE? FLÁVIO BOLSONARO OCUPAVA CARGO PÚBLICO EM BRASÍLIA ENQUANTO FAZIA FACULDADE NO RIO DE JANEIRO

Parece que o rapaz era uma espécie de Santo Antônio, ou seja, tinha o dom da bilocação (ou da ubiquidade). Afinal, como explicar que ele conseguia estar, ao mesmo tempo, em Brasília e no Rio de Janeiro, que distam 1.000 quilômetros? A notícia não é da BBC News Brasil:

Entre 2000 e 2002, Flávio Bolsonaro, então com 19 anos, acumulou três ocupações em duas cidades diferentes: faculdade presencial diária de Direito e estágio voluntário duas vezes por semana no Rio de Janeiro, e um cargo de 40 horas semanais na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Ocupadas ao mesmo tempo por quase um ano, todas essas atividades exigiam a presença física do primogênito do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e hoje senador eleito pelo PSL-RJ, segundo as instituições ouvidas pela BBC News Brasil.

O posto de assistente técnico de gabinete foi ocupado por Flávio na liderança do PPB, partido pelo qual Jair Bolsonaro havia sido eleito para seu terceiro mandato na Câmara. Esse mesmo posto comissionado foi ocupado antes por outro membro da família de Jair Bolsonaro: a então mulher dele, Ana Cristina Siqueira Valle, deixou o cargo uma semana antes de ser substituída por Flávio.

Não há informações públicas disponíveis sobre os salários pagos a Flávio e Ana Cristina à época. Mas, segundo declaração do Imposto de Renda de Flávio, o cargo de assistente técnico de gabinete rendeu em 2001 o equivalente a R$ 4.712 por mês, ou R$ 13,5 mil em valores corrigidos.

Ao longo das quase três décadas em que Jair Bolsonaro atuou como deputado federal, outros familiares dele trabalharam na Câmara dos Deputados.

A segunda mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, que já tinha experiência profissional legislativa em outros gabinetes e comissões na Casa, ocupou o mesmo posto de assistente técnico de gabinete que Flávio Bolsonaro na liderança do PPB na Câmara. Ela ficou entre novembro de 1998, ano em que nasceu Jair Renan Bolsonaro, filho do casal, e dezembro de 2000.

O pai de Ana Cristina, José Cândido, a mãe, Henriqueta, a irmã, Andrea, e o irmão, André Luís, também ocuparam postos na Câmara antes da mudança da regra, mas no próprio gabinete do então deputado Jair Bolsonaro.

Procuradas, a assessoria de imprensa de Flávio Bolsonaro afirmou que não iria responder aos questionamentos da BBC News Brasil e a assessoria do presidente Jair Bolsonaro não respondeu até a publicação desta reportagem.

BOLSONARO E MORO FOGEM DE ENTREVISTA COLETIVA EM DAVOS

Sérgio Moro escreveu em um livro que o fracionamento de depósitos é um dos indícios do crime de lavagem de dinheiro, mas, pelo jeito, aderiu ao “esqueçam o que eu escrevi” do FHC.

Já o “mito” anda fugindo da imprensa mais do que o vampiro foge do alho. Tudo para não ter que responder perguntas incômodas sobre a evolução patrimonial da família. Mas não devemos nos preocupar. Quando ele voltar ao Brasil explicará tudo em entrevista coletiva ao porta-voz Alexandre Garcia e a jornalistas da Record, SBT e RedeTV.  

Deu no Brasil 247:

O presidente Jair Bolsonaro e ministros cancelaram um pronunciamento que fariam nesta quarta-feira (23) no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. De acordo com o assessor da Presidência Tiago Pereira Gonçalves, o cancelamento aconteceu devido o que ele e o governo consideram “abordagem antiprofissional da imprensa”.

Iniciativa é tomada em meio escândalos das milícias no Rio que ganhou destaque na imprensa nacional. Foram presos suspeitos de envolvimento com o assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSol) e a mãe de um deles – o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega -, que está foragido, trabalhou para no gabinete do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio. Inclusive, o parlamentar também já tinha feito homenagens ao policial.

A organização do Fórum preparou uma sala com quatro lugares reservados para autoridades brasileiras. Havia placas com os nomes de Bolsonaro e dos ministros Sérgio Moro (Justiça), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia).

O pronunciamento de Bolsonaro estava marcado para 13h (horário de Brasília). De fato, não é comum um chefe de Estado ou governo não conceder nenhuma entrevista coletiva em Davos, evento visto como uma vitrine mundial para investidores.

Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Valdo Cruz, assessores de Bolsonaro chegaram a argumentar que ele precisa se poupar fisicamente, devido ao fato de ter uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia marcada para segunda-feira (28).

Nesta terça, a imprensa mundial atestou a superficialidade do discurso de Bolsonaro em Davos. Sylvie Kauffmann, diretora editorial e colunista do Le Monde, por exemplo, citou o “Fiasco de Bolsonaro em Davos, incapaz de responder concretamente às questões colocadas. Foram 15 minutos de generalidades”.

Segundo Heather Long, do The Washington Post, o discurso do brasileiro foi um “grande fracasso”. “O presidente brasileiro Bolsonaro falou por menos de 15 minutos. Grande fracasso. Ele tinha o mundo inteiro assistindo e sua melhor linha era dizer às pessoas para irem de férias ao Brasil”.

MÃE E MULHER DE SUSPEITO DE ENVOLVIMENTO NA MORTE DE MARIELLE FRANCO TRABALHARAM NO GABINETE DE FLÁVIO BOLSONARO

Deu no G1:

A mãe de um dos denunciados na operação contra milicianos deflagrada nesta terça-feira (22) foi lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.

Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega – que ainda é procurado -, aparece em relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio.

Raimunda, de acordo com o relatório do Coaf, depositou R$ 4,6 mil na conta de Fabrício Queiroz. Ela aparece na folha da Alerj com salário líquido de R$ 5.124,62.

Mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega também foi lotada no gabinete de Flávio na Alerj, com o mesmo salário da sogra.

O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro também homenageou o filho dela, Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, que está foragido. Em 2003, o então deputado propôs moção de louvor e congratulações a Adriano por prestar “serviços à sociedade com absoluta presteza e excepcional comportamento nas suas atividades”.

Ex-capitão do Bope, Adriano foi preso duas vezes, suspeito de ligações com a máfia de caça-níqueis. Em 2011, Adriano foi capturado na Operação Tempestade no Deserto, que mirou o jogo do bicho. Segundo o MP, o capitão era o responsável pela segurança da chefe da quadrilha, Shanna Harrouche Garcia, filha do bicheiro Waldomir Paes Garcia, o “Maninho”, morto em 2004.

Três anos depois, Adriano e o primeiro-tenente João André Ferreira Martins foram demitidos da PM, considerados culpados nas acusações de associação com a contravenção.

Adriano não foi o único alvo da operação do MP hoje agraciado com uma moção na Alerj. Flávio Bolsonaro fez a mesma homenagem ao major Ronald Paulo Alves Pereira, quando era lotado no 16º BPM.

A condecoração aconteceu meses depois de ele ser apontado como um dos autores da Chacina da Via Show, que deixou cinco jovens mortos após a saída de uma casa de festas em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Até hoje o major – agora apontado como chefe da milícia da Favela da Muzema – não foi julgado pelo crime.

FLÁVIO BOLSONARO FICOU RICO ANTES DE SE TORNAR EMPRESÁRIO

A charge é do Ykenga. E as informações são da Folha de S.Paulo:

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) acumulou seu patrimônio antes de se tornar empresário, conforme informações cartoriais, da Justiça Eleitoral e da Junta Comercial do Rio de Janeiro, informa o jornal Folha de S. Paulo. Flávio é sócio da Bolsotini Chocolates e Café Ltda, uma franquia da Kopenhagen no Via Parque Shopping, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ao responder sobre suas transações financeiras, o filho do presidente disse que era ‘empresário’ e que o que ele ganhava ‘na sua empresa’ era muito mais do que o salário de deputado. 

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo informa que “a empresa foi aberta em 7 de janeiro de 2015 e tem mais um sócio” e que “essa foi a única atividade empresarial que o senador eleito declarou em toda a sua trajetória política, desde 2002.”

O jornal lembra do assessor Fabrício Queiroz: “Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual, é investigado sob suspeita de ser o pivô de um esquema ilegal de arrecadação de parte dos salários de servidores do gabinete, prática conhecida como rachadinha. A partir da investigação, o Ministério Público do Rio solicitou ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) relatório sobre as contas de Flávio. O levantamento apontou 48 depósitos de R$ 2.000 para o deputado entre junho e julho de 2017.”

Segundo a matéria, “Flávio fez pelo menos 20 transações imobiliárias em 14 anos, entre compras, vendas e permutas. A maior parte das aquisições ocorreu antes de 2015, segundo dados de cartório. Em alguns casos, o parlamentar fez dívidas e só as quitou depois, quando já tinha a loja.”

Ainda há a informação de que o negócio de Flávio Bolsonaro não gera lucros tão grandes: “segundo a assessoria da Kopenhagen, ‘o retorno do investimento aplicado ocorre de dois a três anos após o início das atividades’. Ou seja, no caso de Flávio, só começaria a ocorrer em 2017 ou 2018.”

Segundo o jornal, o faturamento com esse tipo de franquia é de R$ 60 mil ao mês. 

Na declaração de bens mais recente, de 2018, Flávio disse ter R$ 1,74 milhão — levando-se em conta o fato de que ele diz ser dono de apenas 50% dos imóveis, já que é casado em regime de separação de bens.

O filho do presidente entrou na vida política em 2002, com apenas um carro Gol 1.0, declarado por R$ 25,5 mil.

Segundo a reportagem, Flávio teve uma intensa movimentação imobiliária entre os anos de 2012 e 2014. As duas últimas aquisições, um apartamento no bairro de Laranjeiras e outro na Barra da Tijuca, no Rio, ocorreram antes de 2015. Os dois imóveis foram registrados sob o valor de R$ 4,2 milhões. Em ambos os casos, o filho de Bolsonaro pediu empréstimos, um na Caixa e outro no Itaú, respectivamente.

EX-PREFEITO DE DOLCINÓPOLIS CONDENADO A DEVOLVER DINHEIRO DE CONVÊNIO DESCUMPRIDO

O ex-prefeito de Dolcinópolis – que está preso – responde a mais de 30 processos. Este é apenas um deles. A notícia está pendurada no portal do Tribunal de Justiça:

O ex-prefeito da cidade de Dolcinópolis José Luiz Reis Inácio de Azevedo foi condenado a pagar R$ 57.321,05, valor correspondente ao que o município deve desembolsar para quitar débito decorrente de descumprimento de convênio celebrado com o Governo Estadual. A decisão é da 1ª Vara da Comarca de Estrela D’Oeste.

De acordo com o processo, o ex-prefeito firmou convênio com a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado para executar projeto denominado “Esporte Social”. No entanto, o dinheiro foi utilizado para outra finalidade, sem execução do projeto, gerando o valor a ser restituído ao Tesouro Estadual. O próprio município reconheceu o descumprimento do convênio.

“Resta patente a desídia e indiferença com que o ex-prefeito municipal procedeu ao gerir os recursos públicos recebidos do Estado, o que implica em sua responsabilização pessoal pelos prejuízos causados. Conforme mencionado pelas defesas, não há comprovação de que os valores foram efetivamente desviados em proveito próprio. Todavia, inegável que os recursos foram aplicados em finalidades diversas (fato não impugnado), em nítido desvio de finalidade e contrariedade ao instrumento do convênio”, afirmou na sentença o  juiz Mateus Lucatto de Campos.

O magistrado completou: “A população, a um só tempo, ficou privada do serviço/programa vinculado ao convênio e também suportou a perda do dinheiro. Não desejasse a utilização da verba do convênio conforme sua finalidade, não deveria o ex-prefeito ter diligenciado para obtenção desse dinheiro”.

Cabe recurso da decisão

ESTADÃO DESMENTE FAKE NEWS DISSEMINADA POR BOLSOMINIONS E REPERCUTIDA POR FLÁVIO BOLSONARO

A campanha já acabou, mas os bolsominions continuam espalhando mentiras nas redes sociais.

O senador eleito Flávio Bolsonaro – também conhecido como Zero Um – insinuou, em entrevista “chapa-branca” na RedeTV, que está sendo perseguido por setores petistas do Ministério Público do Rio de Janeiro. A versão do ex-chefe do Queiroz está sendo desmentida pelo Estadão.

Enquanto isso, o deputado federal e ministro informal das Más Relações Exteriores, Eduardo Bolsonaro, que está acompanhando o “papi” em Davos, criticou uma medida – por sinal, tardia – do Whatsapp, que restringe o reenvio de mensagens a no máximo cinco destinatários, com o objetivo de combater a disseminação de notícias falsas.

Mas, vamos à notícia – verdadeira – do Estadão:

Imagens de integrantes do Ministério Público usando camisetas com os dizeres “MP contra o golpe” têm circulado nas redes sociais com mensagens que sugerem que os promotores envolvidos nas investigações do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz estariam politicamente motivados. No entanto, as fotos são de protestos em Belo Horizonte, Minas Gerais, e não têm relação com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), responsável pelo caso.

Os registros são de manifestações contra o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, em março de 2016. Em nota enviada ao Estadão Verifica, o MPRJ confirmou que as imagens mostram promotores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Ao fazer uma busca por imagens com as palavras-chave “MP contra o golpe” é possível encontrar outras evidências que corroboram este fato: uma publicação do site Jornal GGN e um tweet de um perfil verificado de Belo Horizonte.

O próprio Flávio Bolsonaro repercutiu, em entrevista à Rede TV neste domingo, 20, as imagens com contexto falso. “Está circulando imagem de supostos promotores com camisas dizendo ‘sou do MP e sou contra o golpe’. É uma clara evidência de simpatia com o PT”, disse. “Na verdade, estão vendendo uma narrativa de que meu ex-assessor (Fabrício Queiroz) que pegava tudo (salário de assessores) e depositava na minha conta”, completou.

O procurador geral do MPERJ, Eduardo Gussem, afirmou nesta segunda-feira, 21, que o filho do presidente Jair Bolsonaro e outros 26 deputados estaduais fluminenses citados em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) são investigados na esfera civil por suspeita de improbidade administrativa.

NOS JORNAIS: PREFEITO FLÁ PRANDI TENTA REVERTER REBAIXAMENTO DA POLÍCIA AMBIENTAL DE JALES

O rebaixamento do Pelotão da Polícia Ambiental de Jales foi assunto em pelo menos dois jornais da cidade, neste final de semana. Esta não é, no entanto, a primeira vez que tentam acabar com o Pelotão de Jales. Em maio de 2014, uma decisão do Comando Geral da Polícia Militar transferiu o nosso Pelotão para Votuporanga.

A decisão obrigou a então prefeita Nice Mistilides a mobilizar prefeitos da região que, em junho daquele ano, foram até São Paulo, onde se reuniram com o então subsecretário da Casa Cilvil, Rubens Cury (foto acima), para solicitar que a medida fosse revista. Nice alegou, na ocasião, que a extinção do Pelotão inviabilizaria a fiscalização dos 4.155 quilômetros quadrados de 23 municípios da região, cobertos pela Polícia Ambiental de Jales.

Ainda em junho de 2014, o então presidente da Câmara, Gilbertão, também esteve em São Paulo para reunião com o secretário de Meio Ambiente, Rubens Risek Júnior, a quem solicitou intervenção para que o Pelotão de Jales não fosse desativado. Gilbertão estava acompanhado pelo deputado Itamar Borges e pelo advogado Carlos Alberto Britto Neto, o Betinho, como mostra a foto ao lado.

Em setembro de 2014, veio o resultado das peregrinações a São Paulo: o governo do Estado confirmou a criação do Pelotão de Votuporanga, mas decidiu, de outro lado, manter ativo o Pelotão de Jales. Quase cinco anos depois, os políticos locais são surpreendidos com um novo ataque à Polícia Ambiental de Jales. 

Eis o que escreveu, sobre o caso, o jornalista Deonel Rosa Júnior, na coluna Fique Sabendo, do Jornal de Jales:

CORRENDO ATRÁS – O prefeito Flávio Prandi Franco (DEM) passou a semana em São Paulo. Uma de suas preocupações foi levar às esferas governamentais a insatisfação das lideranças jalesenses em face da anunciada transformação do Pelotão da Polícia Ambiental de Jales em Base.

BOLA NAS COSTAS – Como o segundo turno da eleição foi disputado em 28 de outubro e a decisão teria sido tomada em novembro do ano passado, há quem não descarte a possibilidade de que seja retaliação da equipe do então governador Márcio França (PSB) pelo apoio que as lideranças de Jales deram a João Dória (PSDB). 

No jornal A Tribuna, o assunto foi abordado na coluna Enfoque:

O fechamento da subdelegacia do Cremesp de Jales, inaugurada em setembro de 2017, não foi a única notícia negativa deste início de ano. Logo no primeiro dia útil do ano, o Diário Oficial do Estado trouxe outra preocupante novidade: o rebaixamento do Pelotão da Polícia Ambiental de Jales para uma simples base.

O detalhe é que a alteração, embora publicada depois da posse do novo governador, João Dória, teria sido arquitetada pelo governo anterior, de Márcio França. A novidade é ruim para Jales, na medida em que nossos policiais ambientais ficarão diretamente ligados à Companhia de Fernandópolis.

Se a medida for confirmada, o número de policiais ambientais – atualmente, quase quarenta – encarregados da fiscalização dos 23 municípios da região coberta pelo Pelotão de Jales, diminuirá substancialmente. E não é só isso: consta que até o número de viaturas utilizadas na fiscalização – hoje entre 08 e 10 – cairia para apenas duas, enquanto a área a ser fiscalizada nos 23 municípios continuaria a mesma.

Politicamente, a perda do Pelotão significaria uma bola nas costas dos políticos locais, principalmente se for levado em conta o fato de que beneficiaria Fernandópolis, cidade do deputado federal Fausto Pinato(PP), que apoiou o candidato derrotado – Márcio França(PSB) – nas eleições de 2018.

Por isso mesmo, o prefeito Flá Prandi(DEM), que apoiou o candidato vencedor – o governador João Dória(PSDB) – já tratou de se movimentar. Na terça-feira, 15, ele reuniu-se, em São Paulo, com o vice-governador e secretário de governo Rodrigo Garcia, seu padrinho político. Rodrigo não deu como certa a reversão da medida que transformou o Pelotão de Jales em uma Base da Polícia Ambiental, mas o prefeito voltou otimista.

REDE GLOBO ACUSA TV RECORD DE CUMPLICIDADE COM ESQUEMA BOLSONARO

Deu no Brasil 247:

Um fato raro, quase inédito: a Globo partiu para o confronto público com a Rede Record do bispo Edir Macedo. O governo Bolsonaro está no centro da ofensiva da emissora dos Marinho contra a concorrente. Enquanto a Globo distancia-se cada vez mais do governo de extrema-direita, a Record (ao lado do SBT) tornaram-se as emissoras extraoficiais do novo regime.

O jornalista Maurício Stycer, um dos maiores especialistas em TV do país, apontou em seu blog: “Fato muito incomum, neste domingo (20) a Globo fez uma crítica pública ao jornalismo praticado pela concorrente Record. Deu-se durante o ‘Fantástico’ e fez menção a uma entrevista exibida minutos antes por seu concorrente direto, o ‘Domingo Espetacular'”.

Os apresentadores do “Fantástico”, Ana Paula Araújo e Tadeu Schmidt, resumiram em 60 segundos o conteúdo das respostas dadas por Flávio Bolsonaro à Record.

Em seguida – anotou Stycer em seu blog – Ana Paula detonou o programa concorrente. Com ironia, registrou que o senador eleito não respondeu a uma questão essencial por que não foi questionado a respeito:

“Ao senador, não foi perguntado, e por isso ele não respondeu, por que optou por 48 depósitos de R$ 2 mil com diferença de minutos em cada operação em vez de depositar o total que recebeu em espécie de uma só vez na agência bancária onde tem conta. Também não foi questionado por que preferiu receber parte do pagamento da venda em dinheiro e não em cheque administrativo ou transferência bancária”.

Uma critica desse gênero na Globo não seria veiculada sem autorização expressa da cúpula da emissora e sem a concordância dos Marinho. A guerra cada vez mais aberta entre a Globo e o clã e governo Bolsonaro começa a se tornar também uma guerra que está demolindo a unidade que a mídia conservadora construiu nos últimos anos ao redor da perseguição ao PT.

De um lado, Globo e Folha começam a ter uma postura crítica e de oposição cada dia mais agressiva a Bolsonaro. Do outro lado, com Record e SBT à frente, Rede TV, Band e Jovem Pan têm alinhamento integral ao novo regime -com o provável reforço em breve da versão brasileira da rede norte-americana CNN. O conservador O Estado de S.Paulo tem oscilado entre os dois grupos. 

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