Arquivos mensais: fevereiro 2020

BOLSONARO É RIDICULARIZADO EM CARNAVAL DA ALEMANHA

Deu no Blog da Cidadania:

Neste ano, Jair Bolsonaro é uma das estrelas dos festejos carnavalescos de Colônia. Entre as atrações no tradicional desfile da próxima segunda-feira (24/02), ponto alto do Carnaval da cidade no oeste da Alemanha, está um carro alegórico com um boneco do presidente brasileiro, segurando a bandeira do Brasil atada a um palito de fósforo tamanho família e exibindo um largo sorriso, diante de árvores carbonizadas e sambistas seminuas e chamuscadas.

“Esse é meu carro preferido”, derrete-se Holger Kirsch, diretor do desfile, em entrevista ao jornal local Kölner Stadt-Anzeiger. A alegoria, crítica bem-humorada às queimadas na Amazônia, deve produzir fumaça literalmente. “Nós trabalhamos com verdadeiras sacas de café e ainda instalamos um sistema de tubulação para que fumegue bastante”, acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o presidente brasileiro é alvo do humor alemão. Em agosto, ele foi ridicularizado em horário nobre num programa humorístico transmitido pela principal rede de televisão pública da Alemanha, que criticou as políticas ambientais e agrícolas de Bolsonaro e chamou presidente de o “boçal de Ipanema’”.

UNIVERSIDADE BRASIL TERÁ QUE DEVOLVER DINHEIRO AOS IRMÃOS MACETÃO

O juiz da Vara Especial Cível e Criminal de Jales, Fernando Antonio de Lima, julgou procedente as duas ações impetradas pelos irmãos Macetão – o vereador Luiz Henrique Viotto e o ex-vereador André Ricardo Viotto – contra a Universidade Brasil.

Os dois irmãos, que frequentam o curso de Medicina da UniBrasil, no campus de Fernandópolis, foram à Justiça para requerer, entre outras coisas, a devolução de R$ 40 mil para cada um deles, referentes ao valor que, segundo eles, teria sido cobrado a mais nas mensalidades da Universidade, durante o terceiro e quarto semestres do curso.

Os dois irmãos já são formados em Fisioterapia e, por conta disso, estão dispensados de frequentar algumas matérias do curso de medicina – Anatomia, Histologia, Fisiologia, Embriologia e Patologia – mas, apesar de dispensados de tais matérias, tiveram que pagar integralmente a mensalidade cobrada pela Universidade, desde o início do curso.

Há duas semanas, o magistrado jalesense condenou a Universidade a devolver os valores cobrados a mais dos dois alunos. Os valores a serem restituídos deverão ser calculados somente por ocasião do cumprimento da sentença.

A Universidade ainda poderá recorrer ao Colégio Recursal. Ela está sendo defendida pelo escritório do ex-reitor da UniBrasil, Adib Abdouni, que foi defenestrado do cargo depois que a Justiça Federal de Jales determinou uma intervenção do MEC na Universidade.

COM SALÁRIO DE R$ 42 MIL, SUBPROCURADOR RECLAMA QUE ESTÁ GANHANDO POUCO

Deu na coluna do Guilherme Amado, na revista Época:

O subprocurador Nívio de Freitas Silva Filho reclamou diretamente a Augusto Aras de sua remuneração na PGR e se disse “muito preocupado” em ter condições para seguir no cargo.

Sua remuneração bruta geralmente é de R$ 42,2 mil. Em janeiro, com gratificação natalina, o valor chegou a R$ 74,9 mil.

A reclamação foi feita em uma reunião extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal em 29 novembro.

“Está nos afligindo, está muito difícil, os vencimentos já não chegam ao final do mês. É uma situação aflitiva. Há uma quebra de paridade. Confesso que estou ficando muito preocupado se tenho condições de me manter no exercício da minha função. Facilmente posso demonstrar para todos como é oneroso para mim o exercício do cargo de subprocurador-geral da República. Tenho que manter aqui residência, todas as despesas e me preocupo profundamente”, disse o subprocurador.

Ele foi o primeiro a falar na reunião, logo após a abertura dos trabalhos por Augusto Aras. 

REVISTA ISTOÉ, QUEM DIRIA, PEDE O IMPEACHMENT DE BOLSONARO

Deu na Fórum:

A revista IstoÉ vem dando sinais de que pretende desembarcar de vez do apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Conhecida por ser uma das principais referências do antipetismo, a publicação vem adotando um tom mais crítico com relação ao governo e deve ir às bancas no próximo final de semana com uma capa em que prega o impeachment do presidente.

“Basta!”, diz a chamada de uma versão de capa que foi antecipada e que circula nas redes sociais e em ferramentas de clipping na noite desta quarta-feira (19). Na imagem, Bolsonaro aparece fazendo uma “banana” com os braços.

“Ao fazer menções abjetas de conotação sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, Bolsonaro volta a dar demonstrações inequívocas de que fere o decoro e a liturgia do cargo que ocupa. De acordo com a Constituição, o chefe de Estado já deu caudalosas razões para a abertura de processo de impeachment. Cabe agora aos demais poderes o papel e o dever de investigar e julgar a conduta do inquilino do Planalto”, diz o texto que acompanha a manchete.

Incoerentemente, no entanto, a mesma IstoÉ, em outubro de 2018, às vésperas do segundo turno das eleições, fez uma capa colocando o adversário de Bolsonaro, Fernando Haddad, como um “cavalo de Tróia”, em um claro apoio à eleição do presidente que agora critica.

GLOBO DESCOBRE AGORA QUE BOLSONARO É INIMIGO DA DEMOCRACIA

O jornal O Globo, que se vê como parte de uma dita “imprensa profissional” no Brasil, embora tenha apoiado os golpes de 1964 e 2016 no Brasil, descobriu agora que Jair Bolsonaro é uma ameaça à democracia.

“O ataque à imprensa profissional e as torpes agressões a Patrícia Campos Mello, jornalista da ‘Folha de S.Paulo’, são parte de um desejo autoritário de garrotear as instituições. Nada é por acaso. A radicalização avança com suporte nas redes, onde atuam milicianos digitais facilmente identificados. Trata-se de um fenômeno, de antes dos nossos tempos, em que autoritários já chegavam ao poder usando os canais da democracia — o voto, a representação popular — para destruir por dentro a própria democracia”, diz editorial publicado nesta quinta-feira.

O jornal também condena os ataques do general Augusto Heleno ao Congresso Nacional. “É neste ambiente que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, aparece, gravado involuntariamente na manhã de terça, irritado com o que chama de ‘chantagens’ de parlamentares nas negociações sobre os vetos presidenciais à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Depois, em uma reunião, Heleno conclamou o presidente a chamar o ‘povo às ruas’ contra o Congresso. Bolsonaro pediu calma ao ministro. Mas é ele que tem contribuído para este ambiente que já vinha polarizado. Quando o chefe sobe o tom, e até toma atitudes desqualificadas, a tropa acha que é sinal de avançar”, aponta o texto.

BOLSONARO DEIXA O BRASIL DESGOVERNADO, APONTA O JORNAL ESTADÃO

O jornal Estado de S. Paulo, que apoiou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula, agora vê o Brasil desgovernado sob Jair Bolsonaro.

“O destempero do presidente Jair Bolsonaro atingiu nesta semana um nível inaceitável para quem ocupa tão elevado cargo. Já não é mais possível dizer que o presidente está ‘testando os limites’ da democracia e do decoro, pois estes há muito tempo foram superados. O que aconteceu nos últimos dias é mais do que simplesmente uma reiteração da falta de moderação de Bolsonaro; trata-se de demonstração cabal da incapacidade do presidente de controlar a própria língua e, por extensão, o governo que chefia”, diz o texto do editorial desta quinta-feira.

“Quando um presidente dá indícios claros de que ignora, em todos os aspectos, a liturgia e o peso político e institucional de seu cargo, estamos diante de um desgoverno”, aponta ainda o editorial.

“Num governo em permanente autocombustão, os bombeiros infelizmente ainda terão muito trabalho, pois o próprio presidente Bolsonaro, desde sempre, quando se manifesta sobre qualquer assunto, costuma adicionar gasolina ao fogo. A confusão de seu governo é reflexo de uma profunda incompreensão acerca de seu papel como presidente. Governar não é ofender – seja a honra das pessoas, seja a inteligência alheia”, finaliza o editorialista.

MPF DENUNCIA DIRIGENTE DA UNIJALES POR FALSIDADE IDEOLÓGICA EM CUMPRIMENTO DE PENA

A notícia é da assessoria de Comunicação do MPF:

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou duas mulheres por uso de documentos ideologicamente falsos por quatro vezes. Maria Christina Soler e Adriana da Silva Valle são acusadas de falsificar relatórios informativos de cumprimento de penas de prestações de serviços à comunidade impostas a Maria Christina.

Condenada em duas ações penais por apropriação indébita da contribuição previdenciária de empregados da Unijales (antigo Inec – Instituição Noroestina de Educação e Cultura) entre julho de 1993 e janeiro de 2000, Maria Christina foi designada a prestar serviços junto à entidade Consórcio Intermunicipal de Direitos da Criança e do Adolescente do Noroeste Paulista (Coreca). A instituição, por sua vez, encaminhava à Justiça relatórios mensais do cumprimento das penas, assinados por Adriana, coordenadora da entidade, contendo as listas de presenças com a assinatura da apenada.

No entanto, informações obtidas pela Polícia Federal comprovaram que Maria Christina encontrava-se fora do país em pelo menos quatro datas que constam nos relatórios apresentados pelo Coreca.

Os delitos foram praticados em conjunto pelas duas denunciadas. Maria Christina assinava os relatórios de presença evidentemente sabendo da falsidade das informações, o que era do conhecimento também de Adriana, já que, como coordenadora do Coreca, era a responsável pelo acompanhamento e fiscalização do cumprimento das penas dos prestadores de serviços naquela entidade.

Informações prestadas por Adriana mostram um total descontrole por parte dos membros da entidade sobre a frequência de Maria Christina, que deveria cumprir oito horas semanais. Como a apenada já era voluntária da instituição antes da sentença e próxima da direção, obteve “tratamento diferenciado” dos demais condenados, mostrando um desrespeito à impessoalidade.

O MPF ofereceu acordo de não persecução penal a Adriana, condicionado à confissão formal e circunstanciada do crime, além do preenchimento de outros requisitos. O mesmo benefício não pode ser estendido a Maria Christina, em razão de seus antecedentes criminais.

Alteração da pena – Pelos motivos expostos, o MPF também solicitou a reconversão da pena restritiva de direitos – prestação de serviços à comunidade – em pena privativa de liberdade, bem como a declaração de nulidade de todos os relatórios apresentados pelo Coreca.

Também foi solicitada a exclusão do Coreca do rol de entidades cadastradas junto à Subseção Judiciária Federal de Jales para o recebimento de prestadores de serviços e verbas para desenvolvimento de projetos com valores provenientes das prestações pecuniárias oriundas das penas das sentenças criminais executadas pelo juízo federal.

Ao solicitar a exclusão da entidade, o Ministério Público Federal manifestou-se no seguinte sentido: “Não se ignora a importância dos trabalhos desenvolvidos pela instituição na região de Jales, tampouco é o caso de se generalizar a ponto de admitir que todos seus colaboradores participam ou concordam com as irregularidades detectadas. Porém, estes fatos demonstram que há sim sérios problemas de governança na instituição, que demandam atenção de seus mantenedores, os municípios consorciados. Não se descarta a possibilidade de, no futuro, após a demonstração da correção das irregularidades e o ajustamento de sua conduta, admiti-la novamente ao rol das entidades cadastradas perante este juízo.”

VEREADORES FORAM À ETEC AVERIGUAR FALTA DE MERENDA

Da assessoria de imprensa da Câmara:

Os vereadores Vanderley Vieira – Deley (PPS) e Bismark Kuwakino (PSDB) estiveram na manhã de hoje (19) na Etec (Escola Técnica Estadual Doutor José Luiz Viana Coutinho) de Jales para averiguar as queixas dos alunos e de seus tutores sobre a suspensão do fornecimento de merendas.

Segundo o diretor da Etec de Jales, Willians Pizolato, a Prefeitura, através de um convênio com o Governo do Estado, é responsável por fornecer as refeições e todos os anos, no mês de janeiro, faltam refeições para oferecer aos alunos: “Recebemos muitos alunos de fora, meninos que chegam às 6:30 horas e vão embora às 18:30 horas e eu não tenho o que dar para eles comerem hoje”.

O vereador Deley disse que vai cobrar uma solução para a regularização do fornecimento de refeições: “Vou pedir ao prefeito municipal de Jales se é possível incorporar a licitação da Etec às das outras escolas para que isso não aconteça em todo início de ano. Eu vi em anos anteriores alunos sem merenda e não quero presenciar isso novamente”.

ALUNOS DA ETEC FICAM SEM ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. PREFEITURA EXPLICA O QUE ESTÁ ACONTECENDO

O diretor da ETEC Jales, Willians Pizzolato, emitiu, ontem, um comunicado aos pais de alunos daquela escola, avisando sobre a falta de gêneros alimentícios para o preparo da merenda escola servida aos estudantes. Os gêneros alimentícios são fornecidos pela Prefeitura de Jales, conforme convênio com o governo estadual.

No comunicado, o diretor diz que “desde agosto/2019 estamos em negociações com a Prefeitura Municipal de Jales para disponibilização dos gêneros alimentícios para o preparo dos lanches e refeições, mas não recebemos esses mesmos gêneros durante o ano de 2020, e estamos trabalhando com o estoque remanescente de 2019. Ocorre que o estoque mencionado foi suficiente para o atendimento até o dia de hoje (ontem, 18/02/20), mas não temos mais opções de oferta da merenda escolar aos alunos a partir de amanhã (hoje, 19/02/20)”.

Claro que o fato de estarmos em ano eleitoral deu ao caso uma repercussão acima do normal. Hoje, segundo informações, equipes de TV estiveram na Prefeitura para fazer matérias sobre a falta de merenda que, registre-se, atinge apenas os alunos da ETEC. De acordo com assessores do prefeito Flá Prandi, nas demais escolas estaduais, o fornecimento da merenda continua normal.

A Prefeitura, de seu lado, emitiu, nesta quarta-feira, uma “Nota de Esclarecimento”. Ei-la:

A Prefeitura de Jales realiza processo licitatório para aquisição de gêneros alimentícios, conforme prevê a Lei nº. 8.666/13 e também o termo de Convênio de Alimentação Escolar. Cabe ressaltar que os gêneros adquiridos em 2019 foram suficientes para suprir a demanda da ETEC até a presente data.

Em função da demora do Estado nas tratativas com o município para a assinatura do convênio que viabiliza merenda e transporte escolar para cerca de 8 mil alunos das redes municipais e estadual, incluindo a ETEC, somente hoje (19/02), foi possível  publicar o edital de Licitação.

A administração é regida por leis que precisam ser cumpridas e demandam prazos. É importante lembrar que diversas prefeituras da região romperam o contrato com o Estado e não se comprometem mais com o fornecimento de merenda para alunos da rede estadual. Apesar de ser facultativo (opcional) a assinatura do convênio e muitos prefeitos não terem assinado, a Prefeitura de Jales tem dado total atenção aos alunos do Estado, incluindo os das ETECS.

É importante ressaltar que a demora de negociação com o Estado se deu também em função das recentes mudanças implementadas pelo próprio Estado, como novas escolas de período integral e aumento da carga horária, o que demanda quantidade maior de merenda e mudanças no transporte, elevando consideravelmente nos recursos necessários pra suprir o aumento dessa demanda.

Para solucionar o problema, a Prefeitura vai fornecer a merenda escolar dos alunos da ETEC nesse período inicial, logo após o feriado de Carnaval, até que a licitação seja concluída e o fornecimento dos alimentos seja normalizado.

QUEM É A REPÓRTER AGREDIDA POR BOLSONARO

Ontem, na Globonews, a comentarista de política Natuza Nery destacou a competência da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, e ressaltou a coragem dela, que cobriu guerras e foi a única repórter brasileira que cobriu in loco a epidemia de Ebola, em Serra Leoa. 

Também ontem, o linguista Gustavo Conde escreveu um texto sobre Patrícia. Eis um trecho:

Há alguns anos, Patrícia Campos Mello estava nos EUA, prestigiada como correspondente do Estadão em Washington e vista por colegas brasileiros e americanos como uma das jornalistas mais respeitadas no mundo.

Entrevistou George Bush – cobria a Casa Branca – e esteve diversas vezes na Síria, Iraque, Turquia, Líbia, Líbano e Quênia fazendo reportagens sobre os refugiados e a guerra.

É desnecessário dizer que se trata de um dos mais extensos currículos do mundo da reportagem.

Mas não é só.

Patrícia tem um dos melhores textos do jornalismo e dialoga com correntes contemporâneas do universo da interpretação aplicada, conscientemente ou não – certamente, pelo lastro de leitura.

Foi a única repórter brasileira a cobrir a epidemia de ebola em Serra Leoa em 2014 e 2015.

É também uma das jornalistas mais premiadas do país.

Não sei o que fez Patrícia voltar ao Brasil. Arrisco a dizer que é o traço incansável do profissional de quem não vive sem um desafio.

E, a rigor, ela realmente encontrou um imenso desafio, o maior de sua carreira. Depois de fazer reportagens em mais de 50 países pelo mundo, cobrindo guerras, epidemias, catástrofes humanitárias, ela se depara com a maior de todas as catástrofes internacionais: o Brasil de Bolsonaro.

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