PEQUENAS EMPRESAS E GRANDES NEGÓCIOS

No dia primeiro de março de 2010, o vereador Luís Especiato encaminhou um pedido de informações ao prefeito Humberto Parini, solicitando notícias sobre a instalação de ventiladores nos postos do Programa de Saúde da Família, também conhecidos como PSFs (o nome correto é ESF, mas eu ainda prefiro PSF). Como o Luís Especiato é um vereador de prestígio, a resposta não demorou mais do que três dias. No dia 04 de março, já lá estava um ofício, assinado por uma assessora do prefeito, garantindo que os ventiladores estavam sendo providenciados. E já estavam mesmo!

Em abril, os ventiladores foram adquiridos de uma empresa localizada na Rua Doze e devidamente instalados nos PSFs (ou ESFs, como queiram). Infelizmente, para o desavisado comerciante, transcorridos oito meses da venda, os ventiladores, que custaram pouco menos de R$ 8 mil, ainda não foram pagos pela Prefeitura. Pelo menos foi o que ele me disse um dia desses. O mais curioso nessa história é que os ventiladores seriam pagos com recursos da secretaria da Saúde. Como se sabe, as secretarias da Saúde e da Educação são as primas ricas da administração, já que o prefeito está obrigado a aplicar, respectivamente, 15% e 25% das receitas municipais nesses dois setores.  

Esse é apenas um exemplo de como a administração Parini trata os pequenos comerciantes de Jales. Existem outras centenas de exemplos envolvendo fornecedores que, além de não receber seus créditos, ainda são tratados deseducadamente pelo secretário Chaparim. Enquanto isso, a empresa encarregada do recolhimento do lixo, a poderosa Ecopav, recebe praticamente “em dia” pelos serviços que executa. Atualmente a terceirização do lixo custa coisa de R$ 200 mil por mês, mas esse valor já foi maior. Por exemplo: no final de 2008 – ano eleitoral, quando se gasta um pouco mais – o recolhimento do lixo chegou a custar mais de R$ 230 mil. Por coincidência, foi nesse período que os gastos com a merenda também bateram recordes.

Seria interessante sabermos por qual motivo o prefeito Parini e seu secretário de Finanças, Rubens Chaparim, dão um tratamento assim tão diferenciado para a Ecopav, enquanto as pequenas empresas de Jales são obrigadas a esperar até oito meses para receber seus créditos. Acho que isso mereceria uma boa explicação. Aliás, pensando bem, é melhor que eles não expliquem nada.

De qualquer forma, talvez fosse conveniente que o vereador Especiato encaminhasse um outro pedido de informações ao prefeito Parini, solicitando explicações sobre o pagamento dos ventiladores. Certamente que, apesar do reconhecido prestígio do vereador, a resposta demoraria bem mais do que três dias.

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