A sabedoria popular cunhou a metáfora “a montanha pariu um rato” para expressar a frustração com algo cujo resultado final ficou abaixo da expectativa criada. Parece ser esse o caso da rotatória implantada na Avenida Francisco Jalles.
Depois de encher a avenida de tubos e passar seis meses estudando uma solução para o local, o supersecretário Aldo, com o auxílio do Conselho Municipal de Trânsito e a conivência da ACIJ, implantou, na segunda-feira, à noite, o resultado de tanto estudo.
Ontem, pela manhã, quando estive no local para fazer umas fotos, pude perceber o olhar de espanto de algumas pessoas, que tentavam entender a mudança. Antes de tentarmos explicá-la, voltemos um pouco no tempo, para lembrar como tudo começou.
No dia 21 de janeiro, alguns pontos do centro amanheceram coalhados de tubos de concreto. O cruzamento da Avenida Francisco Jalles com a Rua Dez foi um desses pontos.
Uma semana depois, em 28 de janeiro, os tubos sofreram o primeiro atentado. Eles foram vítimas de uma ataque de fúria de um morador, conhecido pelo apelido de Cabecinha. O rapaz foi preso por dano ao patrimônio público.
No dia seguinte, 29 de janeiro, os pobres tubos – exceto quatro deles, mais resistentes – foram atingidos por um novo ataque de fúria. Dessa vez, embora algumas pessoas tenham testemunhado o ataque, o sabotador não foi identificado.
No dia 03 de março, uma movimentada segunda-feira, novo ato de vandalismo contra os indefesos tubos, que não tinham culpa de estar ali. Eles, provavelmente, gostariam de estar em outro local, de preferência, embaixo da terra.
Esta é uma das últimas fotos que eu fiz dos tubos. Reparem que tinham sobrado apenas quatro exemplares.
E esta é uma das primeiras fotos que fiz da rotatória. Reparem que as duas placas sumiram. Uma delas proibia o retorno naquele local e foi retirada, até para justificar a existência da rotatória. A partir de agora, o motorista não precisará ir até o semáforo da Rua Doze para fazer o retorno. Evidentemente que a novidade vai causar alguma confusão.
Mas o que está causando mais confusão é esse sinal de “Pare” pintado na avenida. O motorista que sobe a avenida deve parar ali somente quando outro carro estiver fazendo o retorno na rotatória. Mas, pelo menos hoje de manhã, os motoristas paravam – mesmo sem ninguém na rotatória – para esperar os carros que vinham pela Rua Dez atravessar a avenida.
Por outro lado, a Rua Dez também tem o seu sinal de “Pare” e os motoristas que vinham por ela, também paravam – o que é o certo – para esperar que os carros que vinham pela avenida, os quais também paravam, pudessem passar. Ou seja, na dúvida, todo mundo está parando. E pensar que levaram seis meses para parir isso.