Blog do Cardosinho

Segundo matéria do jornal A Tribuna, de domingo, a revelação de escândalos recentes no Ministério do Turismo pode ter desdobramentos em Jales, nos próximos dias. A matéria, de autoria Paulo Aruca, diz que o procurador da República, Thiago Lacerda Nobre, estaria investigando a aplicação de recursos federais, repassados pelo Ministério do Turismo a algumas prefeituras da nossa região. Tais recursos, oriundos de emendas parlamentares, beneficiaram, principalmente, festas populares, como é o caso da Facip.

Se o procurador Thiago Lacerda está mesmo a fim de investigar a aplicação desses recursos, bem que ele poderia começar pela Facip 2009. Ele poderia, por exemplo, tentar descobrir por onde anda a  gráfica “Editora Brito & Vilela S/C Ltda”, que emitiu uma nota no valor de R$ 20 mil em favor da empresa responsável pela publicidade daquela Facip. A nota, de número 233, serviu para comprovar a “confecção” dos cartazes da festa.

Dois detalhes: o talão de notas da Editora Brito Ltda tinha, no mínimo, uns cinco ou seis anos de uso, o que não é nada normal. E, procurada no endereço que consta do talão e da ficha do CNPJ – Rua São Paulo, 1726, Centro, Fernandópolis – a empresa não foi encontrada. Mas essa é apenas a ponta do iceberg. 

Parece que o prefeito Humberto Parini resolveu dar uma melhorada em sua imagem. E quando se trata de tentar uma melhora na imagem, nada melhor do que uma boa publicidade televisiva, principalmente no horário da novela. É bem verdade que, segundo o Jornal de Jales deste domingo, uma emissora de TV regional relutou em botar a peça publicitária no ar, e, por precaução, só o fez depois que a Prefeitura providenciou um empenho prévio do valor contratado. Parece que esse pessoal da TV sabe com quem está tratando!

As inserções começaram a ser veiculadas no dia 18 e, segundo informações,  estarão no ar até o dia 31 de agosto. Caso o prezado visitante do blog ainda não tenha visto a propaganda com as obras do estadista na TV, basta dar uma espiada no vídeo abaixo:

No Jornal de Jales desse domingo, a coluna Contexto, escrita pelo jornalista Deonel Rosa Júnior, faz uma oportuna reflexão sobre o fato de Jales, administrada pelo PT, estar “esquecida” pelo governo petista da presidenta Dilma. Vamos a alguns trechos do que foi escrito pelo analista:

Como se sabe, a presidente esteve em São José do Rio Preto para entregar 1.993 casas do programa “Minha casa, minha vida” e liberar R$ 122 milhões em obras para municípios da região.

Curiosamente, entre os municípios beneficiados com obras do PAC 2 estão Rio Preto (R$ 62 milhões e 500 mil), Barretos (R$ 15 milhões e 500 mil), Catanduva (R$ 25 milhões e 400 mil), Olímpia (R$ 13 milhões e 500 mil) e Tanabi (R$ 5 milhões e 900 mil).

Mais estranho ainda é que Rio Preto é governada pelo PSB, Barretos pelo PTB, catanduva pelo PSDB e Olímpia pelo DEM. O prefeito de Tanabi está sem partido, mas também era do DEM.

Ou seja, Jales, o único município governado pelo PT em uma distância de 300 quilômetros, de Araraquara até Rubinéia, ficou fora da distribuição do pacote presidencial de bondades, o que é absolutamente incompatível com o histórico partidário do prefeito e importância do partido em nível regional.

E por aí vai…

Para o respeitável jornalista, o problema está no governo petista da presidenta Dilma, que não se sensibiliza, entre outras coisas, com a trajetória política do atual prefeito. Com todo o respeito à opinião do Deonel e com o conhecimento de quem viu a administração por dentro, vou me permitir um reparo à brilhante análise do jornalista: o problema, em verdade, não está no governo Dilma, mas na incompetência e na falta de vontade política do prefeito.

O ex-presidente Lula cansou de dizer que o governo federal tem dinheiro sobrando, mas, para ganhar uma fatia do bolo, as prefeituras precisam apresentar bons projetos. E vocês sabem quem planeja, pensa, ou faz projetos na Prefeitura de Jales? Ninguém! Então, como esperar que a presidenta Dilma libere dinheiro para nossa cidade?

O único projeto que o prefeito conseguiu “pensar” (a idéia original é do Marçal), nesses anos todos, foi o dos viadutos, mas falta-lhe a vontade política para correr atrás. E, pelo jeito, falta-lhe também tempo, já que o prefeito, nos últimos anos, vem se dedicando praticamente em tempo integral à salvação de sua própria pele.     

Parece que o recapeamento providenciado pela administração Parini nos bairros Arapuã e JACB não agradou a alguns aliados do prefeito. É o caso do vereador Osmar Resende(PMDB), que já botou no papel a sua insatisfação com o resultado do recape naqueles bairros.

Segundo o requerimento 129/11, do peemedebista, a Prefeitura recuperou alguns trechos de ruas, mas, em contrapartida,  deixou de recapear outros tantos trechos que estão em péssimas condições de tráfego, como é o caso da Rua Curitiba, essa da foto acima.

E, antes que alguém diga que este aprendiz de blogueiro é do contra, notem que é um aliado do prefeito que está reclamando.   

O vereador Sérgio Nishimto resolveu mexer em algo que é muito comentado, mas que, sabe-se lá por quais motivos, não é investigado. Dá-se de barato que o assunto poderá render uma nova CPI, o que não quer dizer muita coisa, já que as CPIs da Câmara parecem ter pelo menos dois membros efetivos: Luís Especiato e Rivelino Rodrigues, que estão em todas as investigações e, ao final, sempre servem uma saborosa pizza ao povo.

E o que é que está despertando a curiosidade de Nishimoto? Muito simples: o vereador está querendo saber detalhes sobre os serviços prestados aos produtores rurais pelos tratores e máquinas da Secretaria da Agricultura. O requerimento 128/11, de Nishimoto, tem seis perguntas, mas pode ser resumido nas três mais importantes:

1) Quais são os produtores rurais que foram atendidos nos anos de 2010 e 2011 pelos serviços prestados pelos tratores da municipalidade e qual o valor pago por cada um deles?

2) Através de qual meio é cobrado o serviço das máquinas e onde é realizado o pagamento?

3) É prática comum o produtor rural abastecer trator do Município nos postos de combustível da cidade?

A curiosidade de Nishimoto não é gratuita! Corre por aí um certo zum-zum dando conta de que as tarifas recolhidas pelos produtores rurais não são depositadas nas contas da Prefeitura, como seria recomendável. Dizem também que os produtores, quando requisitam os serviços, são orientados a ir até um posto de combustíveis e deixar pago o valor do suposto abastecimento. 

Esse tipo de procedimento é totalmente fora dos padrões e ainda deixa uma dúvida: será que os combustíveis pagos pelos produtores nos postos estariam abastecendo apenas os tratores e as máquinas da Secretaria de Agricultura?  

O vereador Rivelino Rodrigues(PPS) é aliado do prefeito, mas, de vez em quando, dá pinta de que gostaria de ser oposição. Na última sessão da Câmara, por exemplo, Rivelino foi autor do mais crítico discurso da noite. O discurso, recheado de críticas à administração municipal, veio acompanhado de um requerimento, onde o vereador quer saber detalhes sobre a instalação de alguns painéis de publicidade em avenidas da cidade.

Eis as perguntinhas endereçadas pelo vereador ao nosso premiado estadista:

1.    Qual a forma de contrato entre a Empresa Portal Editora Agência de Publicidade Ltda., Prefeitura Municipal e anunciantes?

2.         Houve licitação para a escolha da empresa?

3.         Qual o critério para a escolha das empresas anunciantes em detrimento de outras que ficaram fora da publicidade?             

4.         Qual o valor pago por cada empresa?

5.         Quanto a Prefeitura está recebendo pelo uso do espaço?

6 .        Onde está estabelecida a empresa Portal Editora Agência de Publicidade Ltda., qual o engenheiro que assina pela estrutura dos painéis, qual a ART do profissional e o nome do publicitário?

7.         Por que a Prefeitura não fez parceria com empresas de publicidade de Jales?  

Particularmente, penso que as empresas patrocinadoras estão jogando dinheiro fora ao investir nesse tipo de publicidade. Ou algum motorista, ao passar pelo painel da foto lá de cima, vai conseguir ler alguma coisa? 

Os amigos visitantes do blog andaram reclamando que eu não postei nada nesta sexta-feira. É que, nesta semana, atrasei o expediente e somente hoje – para desassossego do meu editor-chefe, Paulo Aruca – mandei ver nas matérias que escrevo para A Tribuna. Então, agora que estou livre do Aruca, vamos à novidade:

A essa altura da tarde, o engenheiro agrônomo Afonso Voltan, secretário municipal de Agricultura, já deve ter entregue a sua carta de demissão ao prefeito Humberto Parini. Ou, na pior das hipóteses, ao chefe de gabinete Léo Huber. Na verdade, Afonso já vinha tentando pedir exoneração do cargo desde a sexta-feira passada, quando Parini retornou ao cargo.

Provavelmente, não foi a volta de Parini que motivou a decisão de Afonso, mas sim a volta do cunhado do prefeito, Ronaldo José Alves de Souza, ao posto de chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura. Embora não tenha dito isso a ninguém, eu não tenho a menor dúvida de que a saída de Afonso tem tudo a ver com a atuação de Ronaldo na Secretaria. O ex-secretário, além de discreto, é um sujeito correto, assim como a maioria dos servidores públicos que trabalha naquela Secretaria, e, certamente, preferiu sair antes de ser injustamente atingido pelas suspeitas que rondam o setor.

A última dessas suspeitas partiu do vereador Jota Erre(PSDB), que teria recebido informações sobre o desvio do dinheiro arrecadado com a venda de madeira. Já a primeira denúncia foi feita pelo ex-vereador Gilbertão, ainda no início do governo Parini, o que motivou o rompimento entre os dois.  Gilbertão  levou ao prefeito algumas suspeitas da prática do famoso “por fora”, mas sua denúncia, ao invés de ser investigada, foi veementemente rechaçada pelo prefeito, que preferiu brigar com o vereador.

Ao preferir se afastar do cargo, Afonso Voltan dá mais uma demonstração de sua seriedade e do seu compromisso com a ética. Para aqueles que o conhecem, não é surpresa que ele tenha decidido sair. Oficialmente, Afonso diz que está saindo porque recebeu uma proposta de trabalho do Instituto Bio Sistêmico, que o quer como um de seus consultores na área de pecuária leiteira. Agora, é esperar prá ver quem será o quarto secretário de Agricultura da era Parini.

Hoje pela manhã, recebi um e-mail de um morador do Jardim Arapuã. Segundo o morador, as obras de recape executadas pela empresa Demop Participações Ltda, naquele bairro, ficaram muito boas. Ele chamou a atenção, no entanto, para uma falha que poderá, no futuro, comprometer o recape feito na Avenida Lima Barreto.

Como a foto acima demonstra, um pequeno trecho da Rua Cecília Meirelles, onde ela se encontra com as duas vias da Avenida Lima Barreto, ficou sem o recape, apesar das péssimas condições do local. Seria o caso, então, de a própria Prefeitura fazer alguma coisa, a fim de evitar que, daqui a algum tempo, os problemas se estendam para o trecho recapeado.

E já que eu estava naquele lado da cidade, resolvi dar uns bordejos pelo JACB para conferir o recape das ruas do bairro. Pude observar que, não obstante os R$ 800 mil aplicados ali, sobraram algumas ruas e até avenidas um tanto quanto esburacadas. Isso acontece porque, entre a escolha das ruas que precisam ser recapeadas, a liberação das verbas e a execução dos serviços, há um enorme espaço de tempo. E é nesse espaço de tempo que aparecem novas ruas esburacadas. Mas, como no ano que vem teremos eleições, sempre sobra a esperança de que mais verbas poderão chegar.