FRASE
“As mães de Jales – aquelas mães que, não vistas pelas elites, moram nos subúrbios da dor, no invisível das desigualdades sociais – choram a miséria de, ao trabalhar, não encontrarem lugar para deixar os filhos.”
“As mães de Jales – aquelas mães que, não vistas pelas elites, moram nos subúrbios da dor, no invisível das desigualdades sociais – choram a miséria de, ao trabalhar, não encontrarem lugar para deixar os filhos.”
A promotoria de Justiça de Jales (SP) determinou que a prefeitura providencie imediatamente atendimento de graça em creches da rede municipal ou conveniada a crianças entre 0 e 3 anos. A cidade tem quase 300 nomes na fila de espera por uma vaga.
A auxiliar de cozinha Samanta Alves da Silva tem três filhos, e o mais velho tem 3 anos. Há mais de dois meses, ela procura vagas em creches municipais de Jales para as crianças e não consegue. “Sempre falam para esperar, e estou esperanto até agora. E não tenho com quem deixar as crianças”, afirma a auxiliar de cozinha.
A faxineira Marilene Rodrigues também está atrás de uma vaga para a neta Ana Clara. Ela e a filha precisam trabalhar e não têm onde deixar a menina. “Quero trabalhar, minha filha também precisa trabalhar e precisamos de uma vaga para a minha neta”, diz Marilene.
Casos como estes foram denunciados ao Ministério Público e o promotor Horival Marques de Freitas Júnior decidiu ajuizar uma ação na Justiça. A ação foi julgada pelo juiz Fernando Antônio de Lima que determinou que a prefeitura garanta imediatamente as vagas para as crianças que estão na lista de espera das creches, seja na rede municipal ou em instituições conveniadas.
O juiz da 3ª Vara Cível de Jales, Fernando Antônio de Lima, determinou que a Prefeitura de Jales abra 290 vagas em creches para crianças de zero a três anos, depois de ação movida pelo promotor Horival Marques de Freitas Junior. A prefeita Eunice Mistilides Silva (PTB) também tem 72 horas para retomar obras na Escola Municipal de Ensino Infantil Jardim Maria Silveira, prometida, segundo o MP, desde fevereiro.
Para o promotor Horival, a prefeita Eunice “vem fazendo vistas grossas desta realidade, pois até agora não se verifica de sua parte providência alguma para solucionar ou, ao mesmo, amenizar tal situação”, disse em trecho da inicial. Ainda segundo a decisão de Fernando, os problemas com falta de vaga em creche ocorre desde o começo do ano passado.
Para tentar acabar com o problema, pais decidiram entrar com ações para garantir os filhos nas creches. Segundo o promotor, semanalmente pais buscam auxílio no Ministério Público, cobrando providências contra o município. Funcionários do Executivo se reuniram com Horival, mas, segundo ele, as explicações para falta de vagas não foram suficientes. “Sem resposta satisfatória no que diz respeito ao integral atendimento do direito constitucional”, disse.