Blog do Cardosinho

Um número razoável de servidores saiu em passeata, hoje, pelo centro da cidade, percorrendo vários quarteirões atrás de um caminhão de som. Mais uma vez, eles demonstraram que estão dispostos a iniciar uma paralisação, caso a prefeita Nice não apresente nenhuma proposta de reajuste salarial.

Antes, eles se reuniram em frente ao prédio da Prefeitura, em manifestação organizada pelo Sindicato da categoria. Zé Luiz Francisco, o presidente do Sindicato, criticou duramente uma servidora que estaria pressionando colegas de trabalho com supostas ameaças de demissão.

A prefeita Nice Mistilides está prometendo receber os dirigentes do Sindicato dos Servidores nesta quinta-feira, em reunião marcada para as 14:30 horas.

Ontem, ela tinha agendado um encontro com os sindicalistas, mas, por volta das 15:30 horas, quando os representantes dos servidores já estavam reunidos no Instituto de Previdência, a prefeita mandou avisar que a reunião estava cancelada.

Nice alegou que o procurador-geral, Izaias Barbosa de Lima Filho, estava adoentado e não poderia participar da reunião.

À tarde, os servidores se reuniram na Câmara e, em seguida, saíram em passeata pela cidade. Segundo informações, cerca de 400 servidores participaram da manifestação.

A ideia era paralisar os serviços – inclusive na Educação – a partir de hoje, mas, os servidores decidiram esperar pelos resultados da reunião desta quinta-feira. Se é que ela não vai ser desmarcada.

Em tempo: se a presença do procurador-geral na reunião com os sindicalistas é tão importante, isso pode ser um sinal de que a prefeita espera convencer os sindicalistas sobre a impossibilidade de reajustes, em função dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Servidores municipais de todas as tribos se preparam, nesta quarta-feira cinzenta, para mais uma rodada de negociações com a prefeita Nice Mistilides, sobre o reajuste salarial.

Uma assembleia geral está marcada para logo mais às 17:30 horas, na Câmara Municipal. Tudo indica que poderemos ter uma greve. 

Carnaval não é só folia. É tempo, também, de protestos. Teve gente que aproveitou os folguedos de Momo para, por exemplo,  lançar seu grito de protesto contra os cortes que a prefeita Nice Mistilides está cogitando fazer nas portarias concedidas a servidores.

Portaria, para quem não sabe, é um instrumento através do qual o prefeito de plantão designa um servidor para responder por um cargo superior ao que ele exerce.

Uma portaria significa um “plus” no salário mensal do servidor. Segundo informações do próprio Sindicato, cerca de 400 servidores municipais são beneficiários de portarias concedidas nos últimos 15 ou 20 anos.

Existem dois tipos de portarias. As “portarias de promoção” representam o sonho de consumo de qualquer servidor. Elas se tornam efetivas após 180 dias da concessão e não podem ser revogadas após esse prazo. 

De seu lado, as chamadas “portarias de designação” não se tornam efetivas nunca e, mesmo que já tenham mais de 15 anos, podem ser revogadas a qualquer momento. É justamente nessas que a prefeita anda querendo fazer um pente-fino.

E parece ser exatamente esse o tipo de portaria da indiazinha da foto. 

Um dia desses, em uma conversa de padaria, o sócio de uma empresa aqui de Jales me alertou para uma realidade que eu não tinha atentado. Ele me garantiu que, em 2013, a Prefeitura de Jales abriu apenas duas licitações para obras de engenharia. Segundo ele, que participa de licitações pela região, Pontalinda e Vitória Brasil tiveram mais obras que Jales.

E olhem que uma das duas obras licitadas pela prefeita Nice – a construção de uma sala de aula na EMEI do Jardim Arapuã – só saiu por conta da insistência de um pai, o Moacir, que, preocupado com as condições em que sua filha estava estudando, foi ao Ministério Público.

Pois bem, se nós não tivemos obras em 2013, não foi por falta de a prefeita viajar. Um apanhado junto ao site do Tribunal de Contas mostra que a Ungida gastou, em 2013, R$ 83,5 mil em viagens, a maioria até São Paulo. Em abril, ela passou 12 dias na capital do estado.

No valor acima não estão computados os gastos com as viagens feitas por assessores da prefeita. Em dezembro, por exemplo, foram empenhados R$ 3 mil para cobrir as despesas de dois assessores – um deles, o supersecretário Aldo Nunes de Sá – que viajaram até Três Corações(MG), a terra do Rei Pelé, para tratar do sumiço de um semáforo.

O valor gasto por Nice até que não foi tão elevado assim (Parini gastou R$ 73,6 mil em 2012), mas, a pergunta que se faz é: “qual o resultado de tantas viagens?”. Eu mesmo respondo: por enquanto, quase nenhum. Como me disse o amigo, na padaria, a prefeita de Vitória Brasil andou conseguindo muito mais coisas que a nossa. 

O jornal Diário da Região desta terça-feira está publicando matéria sobre a queda, em março, no valor do FPM que o governo federal repassa aos municípios. Segundo o jornal, os prefeitos da região estariam assustados com a queda.

Não deveriam! Afinal, todos os anos a arrecadação do FPM cai em março. No caso de Jales, por exemplo, o jornal registra que, segundo as previsões, nossa Prefeitura receberá R$ 1,4 milhão em março, ou 26,6% a menos que o FPM de fevereiro, que alcançou R$ 1,9 milhão.

É uma queda razoável – R$ 500 mil a menos, em época de vacas magras, faz muita falta – mas, reparando bem, menor que a queda verificada entre fevereiro e março do ano passado. Em março de 2013, o FPM de Jales ficou quase R$ 800 mil abaixo do FPM de fevereiro.

Por outro lado, mesmo se as previsões de março forem confirmadas, Jales chegará ao final do trimestre com R$ 5 milhões de FPM, ou 19% a mais que os R$ 4,2 milhões do primeiro trimestre de 2013. Um incremento bem maior que o índice da inflação, que foi de quase 6%.

Portanto, se alguém ouvir a prefeita Nice Mistilides, ou algum outro prefeito dissimulado, reclamando do FPM, melhor nem levar em consideração. O que eles precisam mesmo, é aplicar melhor o dinheiro arrecadado. 

E continua a temporada de ataques aos tubos colocados pelo supersecretário Aldo Nunes de Sá no centro da cidade. Dessa vez, o autor do atentado foi um morador de rua.

Ontem à tarde, E.F.N., de quarenta e poucos anos, conhecido como “Buiú”, deu cabo de pelo menos três tubos. O rapaz parece não bater bem da cabeça e, aparentemente, cismou que os artefatos colocados na avenida eram coisa do demônio.

Esse não foi, porém, o único sinal de que ele não estava em seu juízo perfeito. Detido pela polícia e levado até a Delegacia, “Buiú” permaneceu o tempo todo cantando uma música de uma dupla sertaneja – César Menotti e Juliano, se não me engano – e dizendo que o demônio é do mal.

O delegado arbitrou a fiança em um salário mínimo, que o rapaz, evidentemente, não tinha. Ele foi preso e deverá responder por dano ao patrimônio público.  

O carnaval de Santa Fé do Sul, sabe-se, é um dos mais movimentados da região e atrai turistas de todas as partes do país. E é, também,  um dos principais assuntos do Jornal de Jales deste domingo. Segundo o periódico, a chamada “festa pagã” deverá injetar cerca de R$ 5,5 milhões na economia da nossa vizinha.

Outro assunto destacado pelo JJ é o questionamento que alguns vereadores estão fazendo à prefeita Nice Mistilides, à respeito da não adesão de Jales ao programa Mais Médicos. De acordo com os vereadores, nossas vizinhas Santa Fé do Sul, Fernandópolis e Votuporanga já teriam sido beneficiadas pelo programa.

A “negociação” salarial entre os servidores municipais e a prefeita Nice também mereceu manchete no Jornal de Jales. O jornal destacou que os servidores estão indignados com a contraproposta da prefeita e com uma frase dita por ela sobre índios e caciques.

Na coluna Fique Sabendo, o jornalista Deonel Rosa Júnior está informando que a Unimed de Jales, dona do terreno da Facip, está exigindo um aditivo ao contrato assinado entre a BX Eventos e a Prefeitura, onde fique claro que a cooperativa de médicos não terá nenhuma responsabilidade por eventuais acidentes no local, durante a Feira. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Uma leitora do blog enviou e-mail para dizer que os moradores do Jardim Pires de Andrade, lá perto do Clube do Ipê, estão preocupados com a erosão mostrada na foto ao lado.

Não é o caso de a erosão estar ameaçando engolir as casas deles, mas, segundo a leitora, se nada for feito, o poste que aparece na foto poderá cair a qualquer momento.

E, se cair, diz ela, vai causar problemas em todo o bairro com a falta de energia elétrica. Segundo a leitora, alguns moradores já pediram providências à Prefeitura, mas, transcorridos quase dois meses do pedido, não se fez nada.

Enquanto isso, a erosão continua aumentando.

Nesta semana, recebi um e-mail enviado por um morador do bairro Santo Expedito. Ei-lo:

Cardosinho há duas semanas esta sendo feita uma reforma nas guias de sarjeta na Rua Peru, no Santo Expedito e também na rua anterior, que, se não me falha a memória, é a Rua Colômbia.

Até aí, tudo bem. Só que, desde o início dessa reforma, as duas ruas foram interditadas com entulho e agora com as guias já quase prontas nada da Prefeitura ir lá limpar o entulho e abrir as ruas. Pra entrar na minha rua preciso ficar dando voltas pelos quarteirões, já que a rua está interditada.

Na verdade, a Prefeitura está construindo dois sarjetões no Santo Expedito, um na esquina das ruas Chile e Peru, e o outro na esquina das ruas Bolívia e Porto Rico.

A demora na retirada dos entulhos, nesse caso, não é desleixo. É uma tática da Secretaria de Obras para impedir que carros e motos passem pelo local, antes da liberação.

Depois do que aconteceu com o sarjetão construído nas proximidades do Almanah, na “Francisco Jalles”, a Prefeitura está sendo mais precavida na hora de liberar os locais reformados. 

Há algum tempo, a Prefeitura construiu um sarjetão (parece ser uma especialidade da administração Nice) na Rua Nova Iorque e os entulhos ficaram por lá durante um mês, impedindo o trânsito da Rua Bom Pastor. Só resta, nesse caso, ter paciência.