Categoria: Música

JUCA CHAVES, COMPOSITOR E HUMORISTA MORRE AOS 84 ANOS, NA BAHIA

Ele agora foi defecar em outra dimensão. A notícia é do G1:

O músico e humorista Juca Chaves morreu na noite de sábado (26), em Salvador. O artista tinha 84 anos e estava internado no hospital São Rafael, na capital baiana.

De acordo com o hospital, Juca foi internado há 15 dias e morreu “devido à complicações de problemas respiratórios”. A família pediu para que mais detalhes não fosse divulgados.

“O Hospital São Rafael lamenta a morte do paciente Juca Chaves, na noite deste sábado (25), devido à complicações de problemas respiratórios, e se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”.

Compositor, músico, humorista e crítico, Jurandyr Czaczkes Chaves, nome do artista, nasceu em 22 de outubro de 1938, no Rio de Janeiro, mas há décadas trocou a cidade de nascimento por Salvador. Ele vivia no bairro de Itapuã com a família.

Juca era conhecido como “O Menestrel Maldito”, apelido que ganhou do poeta Vinicius de Moraes.

Formado em música clássica, Juca começou a carreira profissional em 1955, na TV Tupi, em São Paulo, sempre com humor ácido, inteligente e com críticas sociais.

Durante a Ditadura Militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, foi perseguido. Exilado, viveu seis anos longe do Brasil, entre Portugal e Itália.

Ele é autor de músicas que se tornoram sucesso no Brasil como “A cúmplice”, “Menina”, “Que saudade” e “Presidente Bossa Nova”.

Juca era casado, desde 1975, com Yara Chaves, com quem vivia na capital baiana. Ele deixa duas filhas: Maria Morena e Maria Clara. Torcedor do São Paulo, Juca chegou a gravar uma marchinha para o time do coração.

O músico foi candidato ao Senado pela Bahia em 2006 pelo PSDC e usou da poesia e do humor para pedir votos. Ele não foi eleito, mas a campanha de versos marcantes divertiu os baianos na época.

No vídeo, uma versão da escatológica “Cagar é Bom”, uma zoeira que o Juca Chaves aprontou com João Gilberto e a Bossa Nova:

ANTONIO CARLOS & JOCAFI E PAULINHO MOSKA – “VOCÊ ABUSOU”

Texto extraído do livro “A Canção no Tempo”, de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello:

A dupla baiana Antonio Carlos (Antonio Carlos Marques Porto) e Jocafi (José Carlos Figueiredo) existia havia três anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 1971. A mudança deu sorte, pois meses depois eles alcançavam as primeiras colocações nas paradas de sucesso com “Você Abusou”.

Um sambinha despretensioso, que acentua sua despretensão na própria letra (“se o quadradismo dos meus versos / vai de encontro aos intelectos”), “Você Abusou” acabou se tornando um espécie de composição padrão no repertório de Antonio Carlos & Jocafi.

Esse padrão seria utilizado em sucessos como “Desacato” e “Teimosa”, dando, porém, a essas outras canções uma impressão repetição, de coisa já ouvida.

Mas “Você Abusou” ultrapassou fronteiras, obtendo um sucesso extraordinário na França, com o título de “Fais Comme L’Oiseau”,  e outros países europeus, sucesso que se estendeu a países asiáticos, como o Japão, onde seus autores ganharam um segundo lugar no World Popular Song Festival, realizado em 1974, com a canção “Diacho de Dor”.

O curioso é que Antonio Carlos & Jocafi parece que não faziam, a princípio, muita fé em “Você Abusou”, acreditando mais em “Mudei de Ideia”, que deu título ao primeiro LP da dupla.

“Você Abusou” teve mais de 200 regravações, a começar por Maria Creuza, que era a intérprete das músicas que Antonio Carlos & Jocafi faziam para festivais, passando por Maysa Matarazzo, Daniela Mercury, Jorge Aragão, Jair Rodrigues e Diogo Nogueira. No Rock in Rio de 2011, Stevie Wonder fez um coro de 100 mil vozes cantar “Você Abusou”.

Detalhe: os censores da ditadura militar conseguiram enxergar alguma coisa de subversivo nos versos simples de “Você Abusou”. A Censura Federal proibiu a execução pública da música nas emissoras de rádio ou em apresentações de televisão. A liberação da música só ocorreu em agosto de 1971 e o álbum voltou às lojas com nova capa e o acréscimo de uma música – “Desacato”.

No vídeo, Antonio Carlos & Jocafi cantam “Você Abusou”, com a participação especial do ex-Inimigo do Rei, Paulinho Moska:

JAIR RODRIGUES – “DISPARADA”

Sete anos mais novo que Geraldo Vandré (Geraldo Pedrosa de Araújo Dias), o exímio violonista Théo de Barros (Theofilo Augusto de Barros Neto, foto acima) ficou conhecido em 1966 por sua parceria com o paraibano na música “Disparada”, uma das vencedoras do II Festival de MPB da TV Record, daquele ano.

A outra vencedora foi “A Banda”, de Chico Buarque, interpretada por Nara Leão. Empate que ocorreu porque a música de Vandré e Théo de Barros era a preferida do público (há controvérsias), enquanto a de Chico foi a eleita pelos jurados. Então, por conta do mérito das composições, e para que nenhum deles fosse injustamente vaiado, decidiu-se pela divisão do prêmio.

Mas Chico e Vandré (juntos, na foto ao lado) nem sempre disputaram os primeiros lugares como adversários. No ano anterior, Vandré (uma abreviação do nome de seu pai, o otorrino José Vandregíselo) participou do Festival de Música Popular Brasileira defendendo a canção “Sonho de Um Carnaval” do jovem Chico Buarque.

O dado curioso é que “Disparada” foi escrita por Vandré durante uma viagem que ele fez a Catanduva. Outra curiosidade é que Vandré, a princípio, não gostou da escolha de Jair Rodrigues para defender “Disparada”. Como Jair era conhecido por ser brincalhão e extrovertido, o compositor temia que ele não cantasse com uma postura séria que a música exigia.

“O Jair vai cantar esse negócio rindo…”, temia Vandré, mas, no fim das contas a interpretação de Jair foi forte e emocionante. Tanto que ele foi escolhido pelos jurados como o melhor intérprete do Festival.

Entrevistado na época, Jair explicou porque cantou a música de Vandré com tanta emoção: “Meu pai morreu no lombo de um burro. Ele era boiadeiro, o velho Severiano Rodrigues de Oliveira. Acho que ‘Disparada’ tem muita coisa a ver com ele”.

Geraldo Vandré, vocês sabem, é uma das figuras mais misteriosas da MPB. As últimas notícias dão conta de que ele vive isolado em um apartamento em São Paulo, sobrevivendo de uma aposentadoria. Já Théo de Barros faleceu na quarta-feira, 15, cinco dias depois de completar 80 anos.

No vídeo, Jair Rodrigues canta “Disparada”:

ZIZI POSSI – “EU VELEJAVA EM VOCÊ”

O primeiro sucesso de Maria Izildinha Possi, a Zizi, foi a música “Pedaço de Mim”, que ela gravou em um disco de Chico Buarque de Holanda (Feijoada Completa, de 1978). “Pedaço de Mim” tem um verso que, para muitos, é a melhor definição da palavra saudade: “Saudade é arrumar o quarto de um filho que já morreu”

Á época, Zizi tinha apenas 22 anos, mas bastou a participação no disco de Chico para que ela fosse convidada por Roberto Menescal para assinar contrato com a gravadora Philips, hoje Universal Music.

Apenas três anos depois, em 1981, ela já estava lançando o seu quarto álbum, chamado “Um Minuto Além”, que valeu a ela o prêmio de cantora-revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte. Um dos destaques do disco foi a belíssima “Eu Velejava em Você”, de autoria do Eduardo Dusek (foto) e seu parceiro Luiz Carlos Goes, que a Maria Bethânia também cantou no espetáculo “Amor Festa Devoção”.

Não por acaso, ao participar de um dos últimos álbuns de Zizi, gravado ao vivo, onde juntos cantam “Desafinado” e “Cantando no Banheiro”, Eduardo Dusek menciona que ele e Zizi já possuem “longos anos de amizade”.

A amizade foi iniciada, certamente, com “Eu Velejava em Você”, tema da novela global “Jogo da Vida”, de 1981, que embalava os encontros e desencontros da personagem Jordana, interpretada por uma atriz chamada Nilcedes Soares de Magalhães, mais conhecida como Glória Menezes.

Vamos ao vídeo:

SIMONE – “FACE A FACE” (EM HOMENAGEM A SUELI COSTA)

Na manhã deste sábado, a cantora e compositora Sueli Costa, uma de nossas mais sensíveis e requintadas melodistas, foi se encontrar com sua irmã Telma Costa, que deixou este mundo prematuramente em 1989, às vésperas de completar 36 anos. Cantora, Telma ficou conhecida nacionalmente pelo antológico dueto com Chico Buarque na canção “Eu te Amo”, de 1980.

Filhas de dona Maria Aparecida Correa Costa, pianista e professora de canto, Sueli e Telma não eram as únicas artistas da família. Outra irmã – Lisieux Costa – também é compositora. É dela, por exemplo, a melodia de “Lua Leblon”, sucesso de Raimundo Fagner.

Sueli foi gravada primeiramente por Elis Regina, mas foi através da voz de Maria Bethânia que suas primeiras músicas começaram a ganhar o Brasil, com sucessos como “Coração Ateu”, incluída na trilha sonora da novela Gabriela (1975).

Se Elis e Bethânia a tornaram conhecida, foi, no entanto, a Simone quem se tornou a intérprete mais popular das canções de Sueli Costa, com sucessos como “Face a Face”, “Jura Secreta”, “Cordilheira”, “Música, Música”, “Alma” e “Medo de Amar nº 2”.

Mas, vamos à notícia do portal da Fórum:

Morreu na manhã deste sábado (4), a cantora e compositora Sueli Costa, aos 79 anos. A notícia foi confirmada em suas redes sociais pela sua sobrinha e afilhada Fernanda Cunha:(pianista e cantora, filha de Telma Costa). 

“Minha rainha, meu amor, minha tia e madrinha, foi descansar. Velório será neste Domingo no São João Batista as 11 horas. Avisaremos o número da capela até o final do dia”, escreveu.

A causa da morte não foi divulgada.

Sueli Costa foi uma grande compositora brasileira.

Ela iniciou sua carreira profissional com o apoio de Nara Leão, que em 1967 gravou a canção “Por exemplo, você”, feita em parceria com João Medeiros Filho. Apesar de carioca de nascimento, criou-se em Juiz de Fora, onde cursou faculdade de Direito e onde testemunhou a efervescência cultural traduzida nos célebres festivais de música da cidade mineira.

Suas canções sempre foram muito mais conhecidas do que ela, que como intérprete teve uma carreira tímida, com apenas seis álbuns em mais de 50 anos de trajetória. Suas composições, no entanto, voaram alto e foram sucesso na voz de intérpretes como Simone, Elis Regina, Fagner, Maria Bethânia, Gal Costa, Beth Carvalho, Nana Caymmi, Fafá de Belém, entre muitos outros.

Cantou o amor como poucos e marcou em definitivo a nossa música, com canções que tiveram a rara combinação entre requinte, elaboração e beleza, fluidez e capacidade de atingir o grande público.

No vídeo, Simone canta “Face a Face” (Sueli Costa/Cacaso):

RITA LEE – “BAILA COMIGO”

Rita Lee, de 75 anos, deu entrada no Albert Einstein, na última quinta-feira, 23. A internação aconteceu porque, nos últimos quatro dias, ela perdeu peso e está com um estado de saúde mais frágil. Os médicos, portanto, acharam que, preventivamente, era mais adequado mantê-la em observação.

Neste ano, a nossa “Rainha do Rock” está completando 53 anos de carreira solo. Ela deixou o grupo Os Mutantes em 1970. Em 1980, dez anos depois de iniciar carreira solo, Rita – já com muito prestígio e reconhecimento – gravou o seu oitavo álbum, o disco “Rita Lee”, que ficou conhecido como “Lança Perfume”, devido ao sucesso estrondoso dessa música, que falava de prazeres proibidos numa época em que o país era controlado pela ditadura militar.

“Lança Perfume” ganhou o mundo e foi regravada por vários artistas em diversos países. Mas o disco não tinha só “Lança Perfume”, uma parceria de Rita com o marido guitarrista Roberto Carvalho. Tinha, outras sete músicas, entre elas “Caso Sério” e “Baila Comigo”, esta última escrita apenas por Rita Lee em poucos minutos, fruto, segundo a autora, de um sonho.

“Essa música me veio inteirinha em sonho, letra e melodia. Quando acordei, anotei a letra e fiz a harmonia no violão. Sinto que ‘Baila Comigo’ foi um sopro vindo de alguma entidade indígena”, diz Rita.

Abaixo, Rita canta “Baila Comigo”, mas um dos momentos mais bonitos do vídeo é onde ela dança com o ator e dançarino Ronaldo Resedá.

GERALDO AZEVEDO NÃO ENTENDE APOIO DE ELBA RAMALHO A BOLSONARO

O bolsonarismo já causou o fim do grupo Boca Livre e agora ameaça provocar um “grande desencontro” entre Geraldinho Azevedo, Alceu Valença e Elba Ramalho. Deu no DCM:

Na noite de sexta-feira (17), o cantor Geraldo Azevedo subiu ao palco do Marco Zero, em Recife (PE), onde fez um show de mais de duas horas e recebeu convidados, como os amigos Elba Ramalho e Alceu Valença.

A relação com a amiga Elba Ramalho anda estremecida por causa de posicionamentos políticos. Azevedo sente dificuldades de entender a opção de Elba pelo bolsonarismo.

“Ficamos chateados com ela, desde a época que ela fez campanha para o Fernando Collor, eu não discuto mais, eu faço show com ela, mas a gente não fala em política, porque teve momentos em que discutimos, e ela teve atitudes mais grosseiras”, disse Azevedo ao jornal Folha de S.Paulo.

“O Alceu às vezes se exalta. Eu não diria que isso afeta a amizade, mas afeta a convivência, nunca vou deixar de ter carinho pela Elba, mas não tenho mais a mesma disponibilidade que tive com ela, porque fica muito desagradável em determinadas situações”, acrescentou.

Elba Ramalho foi recebida no show com gritos de “olê, olê, olá, Lula, Lula”. Ao lado dela, Fafá de Belém fazia o “L”, em apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na plateia, muitas pessoas vestiam vermelho e usavam camisas de movimentos sociais.

Ao lado de Azevedo e Valença, Ramalho cantou sucessos, como “Táxi Lunar” e “Frevo Mulher”.

No vídeo, Geraldinho Azevedo e Elba Ramalho cantam “Bicho de Sete Cabeças”. Reparem, ao final do vídeo, que, apesar das divergências políticas, ainda há espaço para gestos e declarações de afeto.

BETH CARVALHO – “MARCHINHAS DE CARNAVAL”

Hoje, sábado de carnaval, não estou muito a fim de escrever, de modo que vou apenas postar o vídeo em que a Beth Carvalho canta um pout-pourri com algumas das mais tradicionais marchinhas de carnaval.

Ela começa cantando “Ô Abre Alas”, a marchinha pioneira da Chiquinha Gonzaga, lançada em 1901, que faz sucesso entre o foliões ate hoje. E termina com “Chuva, Suor e Cerveja”, do Caetano Veloso, lançada em 1971.

CURADA DO CÂNCER, RITA LEE RESSURGE NAS REDES E RECEBE HOMENAGENS

Deu no portal da Fórum:

A cantora e compositora Rita Lee, um dos maiores nomes da música brasileira e que hoje está com 75 anos, fez uma rara aparição por meio das redes de seu companheiro e parceiro de música, Roberto Carvalho. 

O músico Roberto Carvalho compartilhou uma foto da Rita Lee e na legenda colocou uma série de emojis com corações. 

Em 2021, Rita Lee foi diagnosticada com um câncer no pulmão e deu início ao tratamento, que deu certo e o tumor entrou em remissão. Em abril do ano passado a cantora recebeu alta. 

Nos comentários, uma série de artistas celebraram, entre eles, Patrícia Pillar, Marina Lima, Mel Lisboa, Dudu Bertholini, Otto, Adriana Lessa e muitas outras pessoas do mundo das artes e do jornalismo. 

Essa é a primeira aparição de Rita Lee desde o ano passado, quando surgiu comemorando os seus 75 anos completos no dia 31 de dezembro. 

B.J.THOMAS – “RAINDROPS KEEP FALLIN’ ON MY HEAD”

O texto é da Reuters:

O compositor Burt Bacharach, cujos sucessos como “Do You Know the Way to San Jose” e “Raindrops Keep Fallin’ on My Head” proporcionaram uma trilha sonora alternativa ao rock and roll dos anos 1960 e 1970, morreu aos 94 anos de idade.

Bacharach morreu de causas naturais em sua casa na região de Los Angeles, na quarta-feira, 08, com a família ao seu lado.

Suas canções, muitas escritas durante uma parceria de 16 anos com o letrista Hal David, não eram rock nem estritamente pop. Elas inundaram as rádios norte-americanas e foram apresentadas em grandes filmes, tornando-as tão ouvidas nos anos 1960 e início dos anos 1970 quanto obras dos Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan.

Bacharach escreveu mais de 500 músicas. Ele escreveu sucessos para cantores que vão de Dionne Warwick aos Carpenters. Mais de 1.200 artistas interpretaram suas canções, que ganharam seis Grammys e três Oscars. Bacharach e David tiveram 30 sucessos no “top 40” apenas nos anos 1960.

“Ele era diferente”, disse David certa vez a um entrevistador. “Inovador, original. Sua música falava comigo. Eu ouvia suas melodias e ouvia letras. Eu ouvia rimas, ouvia pensamentos e ouvia quase imediatamente.”

Para Bacharach, seu talento era simples: “Sou uma pessoa que sempre tenta lidar com a melodia”.

No vídeo, B.J.Thomas canta “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, com cenas do filme “Butch Cassidy and the Sundance Kid”:

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