Categoria: Música

SIMONE – “A NOITE DO MEU BEM”

Terça-feira, 12, é o “Dia dos Namorados”, que em outros países é comemorado no dia 14 de fevereiro. Aqui no Brasil, a data começou a ser comemorada em 1949, graças ao publicitário João Dória – isso mesmo, o pai do candidato tucano – que trouxe a ideia dos Estados Unidos para aumentar as vendas do comércio.

Evidentemente que a data nos faz lembrar músicas românticas, como é o caso de “Endless Love“, música gravada originalmente em 1981, por Lionel Richie e Diana Ross. Há alguns anos, a revista Billboard resolveu fazer uma pesquisa entre seus leitores sobre qual seria a música mais romântica do planeta. Deu “Endless Love”.

Gosto não se discute. Frank Sinatra, por exemplo, dizia que a melhor música de amor que ele cantou foi “Something”, que o George Harisson fez para sua então esposa, Pattie Boyd. A mesma Pattie que, anos depois, trocou o George pelo Eric Clapton e inspirou outra linda canção (“Layla”).

Aqui em terras tupiniquins, uma emissora de rádio também resolveu perguntar a seus ouvintes qual seria a mais romântica das músicas brasileiras. Deu “A Noite do Meu Bem”, da Dolores Duran, lançada por ela em setembro de 1959.

Dolores não conheceu o sucesso de sua música, uma vez que, um mês depois do lançamento, a cantora e compositora morreu. Ela tampouco conheceu o sucesso de “Eu Sei Que Vou Te Amar”, do Vinícius e do Tom – outra classificada entre as mais românticas – que, igualmente lançada em 1959, já tinha, um ano depois, nada menos que 24 regravações de diferentes intérpretes.

“A Noite do Meu Bem” também tem diversas regravações. Alcione, Maria Creuza, Cauby, Clara Nunes, Leila Pinheiro, Jair Rodrigues, Elizeth Cardoso, Leila Pinheiro, Jessé, Nelson Gonçalves, Nana Caymmi, Bethânia e Quarteto em Cy estão entre seus intérpretes. A versão de Milton Nascimento é uma das mais bonitas, mas, no vídeo abaixo, quem canta é a Simone:

CÁSSIA ELLER E NOITE ILUSTRADA – “VOCÊ PASSA EU ACHO GRAÇA”

Composta em 1968, por Ataulfo Alves e Carlos Imperial, “Você Passa Eu Acho Graça” foi gravada pela primeira vez por Clara Nunes, naquele mesmo ano. Foi o primeiro disco de samba de Clara, que, ainda em início de carreira, era mais dada a cantar coisas românticas.

Antes, porém, da gravação de Clara, “Você Passa Eu Acho Graça” já era mais ou menos conhecida, uma vez que seus autores a inscreveram em um festival da TV Excelsior, onde, defendida por Ataulfo, ficou em quinto lugar.

Ataulfo, moço de origem simples, foi um de nossos maiores compositores, autor, entre outras coisas, de “Ai, Que Saudades da Amélia”, música que, nos dias de hoje, deixaria as feministas de cabelos em pé. Não sei se houve uma Amélia na vida de Ataulfo, o fato é que ele foi casado com uma Judite e teve com ela cinco filhos.

O certo, também, é que ele gostava de cantar suas saudades. Em “Meus Tempos de Criança”, Ataulfo cantou as saudades da professorinha que lhe ensinou o beabá e de seu primeiro amor, uma certa Mariazinha. Na mesma música, ele revelou a saudade do seu “pequenino Miraí”, cidadezinha mineira onde nasceu em 1909 e onde era feliz e não sabia.

Ataulfo morreu em 1969, antes de completar 60 anos, e mereceu homenagens até aqui em Jales, onde uma rua do Jardim Aclimação foi batizada com seu nome. Certa vez, perguntei a uma moradora da citada rua se ela sabia quem tinha sido Ataulfo Alves. A moça – uma fã de Rick e Rener – arriscou: “é um ex-vereador aqui de Jales”.

Voltemos, porém, a “Você Passa Eu Acho Graça”, que, no vídeo abaixo, é interpretada por Cássia Eller e Noite Ilustrada. Eu dedico o vídeo ao meu amigo Botina, fã do cantor e violonista Noite Ilustrada – nome verdadeiro, Mário de Souza Marques Filho – que era um especialista no repertório de Ataulfo.

ANITA E DIOGO NOGUEIRA – “EX-AMOR”

Eu já postei um vídeo aqui no blog com a Simone e o Martinho da Vila cantando “Ex-amor“, mas acho que vale o repeteco, pelo inusitado da parceria improvável entre Anita e Diogo Nogueira. E como já é tarde e estou com sono, não vou me alongar.

Direi apenas que “Ex-amor” foi lançada por Martinho em 1981, no LP “Sentimentos”, em cuja contracapa ele agradeceu “aos que rezaram por mim ou se preocuparam comigo na crise de saúde do ano passado“. É que no ano anterior, Martinho passou mal durante uma excursão a Angola e foi trazido de volta ao Brasil, às pressas, em um voo especial.

Na época, as revistas de fofocas diziam que ele nunca mais voltaria a ter uma vida normal e que estava terminantemente proibido de beber e de praticar a boêmia. Felizmente para Martinho, essas previsões pessimistas não se confirmaram, de modo que, aos 80 anos, ele continua curtindo a noite e bebericando suas cajibrinas.

Voltando a “Ex-amor“, o livro “O Melhor de Martinho da Vila” garante, lá pela página 130, que essa composição foi a primeira manifestação musical brasileira explícita sobre a masturbação. Vamos ao vídeo:

 

ZÉ RAMALHO – “ADMIRÁVEL GADO NOVO”

Como explica o livro “A Canção no Tempo“, o paraibano José Ramalho Neto é autor de uma obra surrealista, que funde o rock com o repente nordestino. Ele atingiu um de seus melhores momentos com “Admirável Gado Novo” que, gravada no LP “A peleja do diabo com o dono do céu”, de 1979, o tornou conhecido em todo o país.

Inspirada no título de um livro do escritor britânico Aldous Huxley, a composição comenta a sina do povão, que se repete a cada geração, manipulado pelos interesses dos poderosos. Lançada há quase 40 anos, a música de Zé Ramalho continua atualíssima.

Em sua composição, Zé Ramalho traça um paralelo entre a vida de parcela da nossa sociedade e a vida do gado, que não tem pensamento, nem ideologia e nem mesmo o senso crítico. O gado, como os manipulados de agora, apenas segue ordens, sem nenhum questionamento.

No vídeo abaixo, versão ao vivo de “Admirável Gado Novo”, que já tem mais de 23 milhões de visualizações no Youtube:

 

LUIZA POSSI E ZIZI POSSI – “JOÃO E MARIA”

Hoje é “Dia das Mães” e creio ser um bom dia para postar um vídeo em que a Luiza Possi canta com sua mãe, a Zizi. São várias as canções que elas cantam juntas. A música do Sérgio Endrigo que deu ao Roberto Carlos, em 1968, o primeiro lugar no Festival de San Remo, Canzone per Te, por exemplo, ganhou uma linda versão de Luiza e Zizi, que pode ser vista (e ouvida) aqui. 

Eu escolhi, no entanto, “João e Maria”, do Chico e do Sivuca, que elas cantam divinamente. “João e Maria” tem um história curiosa, a começar pelo nome, que remete a um conto de fadas dos irmãos Grimm, no qual duas crianças se perdem na floresta e terminam capturadas por uma bruxa malvada. 

O pernambucano Sivuca começou tocando sanfona em programas de rádio no Recife. Em 1959, ele foi para a França, onde ficou até 1964. Logo que Sivuca voltou ao Brasil, veio a revolução e ele – que era filiado ao Partido Comunista – ficou com receio de ser apanhado pelo regime militar. Quando surgiu um convite, ainda em 64, para ir tocar nos Estados Unidos ele não titubeou. Foi e ficou por lá até 1976. 

Em 1977, o dramaturgo Paulo Pontes preparava o repertório de um show da Elizeth Cardoso e achou que seria uma boa ter uma música do Sivuca com letra do Chico. Ele tratou, então, de colocar os dois em contato e o Sivuca, por sugestão de sua mulher, Glorinha Gadelha, enviou para o Chico uma fita com uma valsa romântica que ele tocava em serenatas. 

A fita chegou com um recado: “Fiz essa música em 1947”. Ao ler aquilo, Chico pensou: “Poxa, essa música tem quase a minha idade”. Ele conta que esse detalhe o remeteu naturalmente para um tema infantil. Segundo Chico, “a letra saiu com cara de música infantil porque, simplesmente, na fitinha, o Sivuca dizia que a música era de 1947”. 

De seu lado, Sivuca conta que, duas semanas depois de mandar a música, recebeu um telefonema de Chico, que cantarolou para ele a letra que havia feito. Sivuca diz que ficou mudo diante da letra surpreendente. “A letra levou a música por um caminho completamente diferente do que eu pensava”, confessou. 

Elizeth Cardoso, no entanto, nem ficou sabendo da composição que teria sido feita pra ela. Chico pediu e Sivuca concordou que a música fosse entregue a Nara Leão. Assim, “João e Maria” foi gravada por Nara no álbum “Os Meus Amigos São Um Barato”, de 1977, que contou com a participação de Chico e Sivuca – o primeiro no dueto, o segundo tocando sanfona e violão (sim, além de sanfoneiro, ele era exímio violonista). 

Uma curiosidade: quando fez a letra de “João e Maria”, o próprio Chico não entendeu o que ele quis dizer com o verso “E o meu cavalo só falava inglês”. Ele levou o enigma a Francis Hime, que arriscou: “Eu acho que é um cavalo muito educado”. 

Outra curiosidade: Sivuca – que saiu do Recife em 1951 – não se lembrava mais, mas ele já tinha entregue a mesma melodia para um grande poeta pernambucano – Ruy de Moraes e Silva – colocar letra. E o poeta escreveu uma bela letra, mas a canção, que se chamava “Amanhecer”, nunca foi gravada. 

Acho que já escrevi demais. Vamos ao vídeo com Luiza Possi e mamãe Zizi:

 

FAFÁ DE BELÉM – “CORAÇÃO DO AGRESTE”

“Coração do Agreste” foi composta especialmente para a trilha sonora da novela “Tieta do Agreste“, adaptação da obra do grande Jorge Amado. A canção, composição de Aldir Blanc e Moacyr Luz, foi o tema da escultural Tieta, que, no dizer do bem-dotado Osnar – personagem do José Mayer – era uma “plantação de xibiu”.

Moacyr Luz brinca com os amigos que seu apartamento se chama “Coração do Agreste“, porque teria sido comprado com o dinheiro que ele ganhou com essa música. Ele explica que ouviu boatos dando conta de que a Globo estava procurando uma música inédita para a trilha sonora de “Tieta do Agreste”.

O compositor se inteirou do tema e após receber a sinopse da novela – que teria Beth Faria no papel de Tieta, uma jovem que foi expulsa de sua cidade e depois voltou rica e famosa – procurou seu parceiro Aldir Blanc para a empreitada. A canção, com melodia de Moacir e letra de Aldir, ficou pronta em um final de semana.

Em princípio, o pessoal da Globo gostou da letra, mas achou que a melodia deveria ser mais vibrante. Moacyr pediu um dia para resolver essa questão e, depois de reler os versos de Aldir algumas vezes, a música ficou pronta, com novos acordes e outra cadência.

Com arranjos do maestro Julinho Teixeira e uma interpretação magistral da Fafá de Belém – àquela altura bem mais magra do que se verá no vídeo abaixo – a música, transformou-se em sucesso retumbante e ganhou o Prêmio Sharp de melhor canção popular de 1989.

Confiram, agora, uma versão ao vivo de “Coração do Agreste“:

GISELA JOÃO – “AS ROSAS NÃO FALAM”

Eu estava com uma dúvida atroz sobre qual vídeo postar aqui neste blog para apresentar – a quem ainda não conhece – a fadista portuguesa Gisela João. “Maldição” ou “As Rosas Não Falam”? Optei por esta última, até porque o áudio está um pouco melhor.

“Maldição” foi gravada aqui no Brasil pela Maria Bethânia em 1973, no LP “Drama”, e foi a primeira música da Abelha Rainha incluída na trilha sonora de uma novela. A música era o tema do Tonho da Lua, personagem icônico de “Mulheres de Areia“, da extinta TV Tupi.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, “Maldição” não é uma música brasileira. Na verdade, é um dos mais famosos fados portugueses, popularizado nos anos 50 pela Amália Rodrigues e regravado por grandes fadistas da atualidade, como a Mariza, a Ana Moura, a Mara Pedro e, é claro, a Gisela João. Quem quiser ouvir “Maldição“, com a Gisela é só clicar aqui.

“As Rosas Não Falam” faz parte do último CD da Gisela João – “Nua” – de 2016. O CD traz, ainda, outra canção do Cartola, “O Mundo é Um Moinho“, também em ritmo de fado.

“As Rosas Não Falam” foi composta em 1975 e lançada por Cartola – a essa altura já com 68 anos – em seu segundo LP, gravado em 1976. Conta o livro “A Canção no Tempo” que, numa tarde de 1975, Cartola e dona Zica, acompanhados por um amigo, resolveram dar uns bordejos pela Barra da Tijuca.

No meio do passeio, decidiram comprar umas mudas de roseira para plantar no quintal de casa. Tempos depois, as flores desabrochadas arrancaram uma entusiástica indagação de dona Zica: “Como é possível, Cartola, tantas rosas assim?”. A resposta veio rápida: “Não sei, as rosas não falam”. E assim nasceu um clássico.

Confiram, então, a Gisela João, cantando “As Rosas Não Falam“:

BETH CARVALHO GRAVA SAMBA “LULA LIVRE”

A cantora Beth Carvalho gravou uma canção composta por Claudinho Lima em defesa da libertação de Lula. A canção, chamada “Lula Livre” foi publicada ontem no Youtube. A letra, em tom de chamamento, associa a retomada da história de um país à libertação urgente de seu maior e mais aclamado presidente. Lima, usa os termos “elo da corrente” para consolidar a necessidade de se haver união em torno da liberdade do ex-presidente.

A letra é festiva e tem harmonia solar. Beth Carvalho impõe o seu habitual respeito como a maior sambista do país, além de emprestar a sua reputação conhecida na defesa dos direitos do trabalhador e da democracia. A dicção e o timbre da cantora conferem um sentido catártico, de felicidade e de legitimidade histórica à canção que acaba de nascer.

A letra ainda reproduz o sentido que está largamente difundido nesse momento histórico do Brasil: o sentido de lula como elemento que une toda a nação, independente de classe, cor ou renda. A letra coloca Lula como um centro irradiador de amor, o que vai sendo cada vez mais evidente a medida em que sua prisão é arbitrariamente prolongada. (texto de Gustavo Conde)

Eis o samba:

SIMONE – “PAIXÃO”

Nascidos em Pelotas, Kleiton e Kledir são irmãos de outro gaúcho – Vítor Ramil – muito respeitado no mundo da música. Nos anos 70, eles integraram um grupo de rock, mas, com o fim do grupo, resolveram continuar cantando em dupla.

O primeiro disco – que trouxe o sucesso “Vira Virou” – foi gravado em 1980. Logo em seguida, em 1981, veio o segundo disco que tinha, entre outras, a música “Paixão”, uma composição do Kledir e um dos maiores – talvez o maior – sucessos dos dois irmãos gaúchos.

Com uma letra recheada de sensualidade e romantismo, “Paixão” é a música mais regravada do repertório de Kleiton e Kledir. Uma dessas releituras, em ritmo de reggae, é da baiana Cláudia Leite, em disco de 2010 (se tiver tempo, ouça aqui).

Os próprios irmãos já regravaram “Paixão” pelo menos três vezes. A primeira, em disco de estúdio de 1997. A segunda, em disco ao vivo de 2005. E a terceira regravação foi lançada na semana passada e fará parte da trilha sonora da novela “Orgulho e Paixão“, da Globo.

E eu bem que procurei uma versão ao vivo de “Paixão“, em vídeo, com Kleiton e Kledir, mas só encontrei interpretações solo do Kledir, dos tempos em que a dupla esteve separada. Achei melhor, então, mostrar o vídeo com a versão da Simone, que deu à música uma interpretação com a sensualidade que a letra requer. Confiram:

 

DONA IVONE LARA MORRE AOS 97 ANOS

A essa altura do campeonato, isso não faz muita diferença, mas há quem diga, que Dona Ivone tinha, na verdade, 96 anos. É que em 1932, quando tinha 10 anos a mãe dela aumentou sua idade em um ano, para que ela pudesse ingressar em um colégio interno. 

Dona Ivone era enfermeira – profissão que lhe garantiu o sustento e a aposentadoria – e trabalhou também como assistente social. Foi uma das primeiras mulheres a integrar a ala de compositores de uma escola de samba, um reduto predominantemente masculino. 

Em 1965, assinou o histórico samba enredo da Império Serrano, “Os cinco bailes da história do Rio”. Em 1978, ela já tinha músicas de sucesso gravadas por Clara Nunes, Roberto Ribeiro e outros, mas se tornou mais conhecida naquele ano, depois que Maria Bethânia e Gal Costa gravaram o samba “Sonho Meu“, uma das parcerias de Dona Ivone com Délcio Carvalho.

Assim como o ajudante de pedreiro Cartola, a enfermeira Ivone Lara só foi gravar o seu primeiro disco solo com mais de 60 anos, também em 1978. Como disse o jornalista Mauro Ferreira, “a obra sensível e feminina de Dona Ivone é símbolo de nobreza no reino do samba“. Vamos à notícia do UOL:

A sambista Ivone Lara, popularmente conhecida como Dona Ivone Lara, morreu aos 97 anos vítima de uma parada cardiorrespiratória, no Rio de Janeiro, na segunda-feira (16). A informação foi confirmada pelo UOL junto a familiares.

Internada há duas semanas no CTI da Coordenação de Emergência Regional, no Leblon, zona sul do Rio, a sambista teve uma piora no estado de saúde na tarde desta segunda. A cantora lutava contra uma infecção renal, com complicações causadas pela idade.

“Ela estava internada já há algum tempo, hoje teve uma queda brusca de pressão e, em seguida, uma parada cardíaca por volta das 22h”, explicou o neto André Lara em entrevista ao UOL, por telefone. Segundo Lara, ainda não há informações sobre o horário do velório, o que deve ser resolvido pela família somente na manhã desta terça.

Em agosto do ano passado, a cantora já havia sido internada no mesmo hospital com crise de hipoglicemia.

Dona Ivone Lara completou 97 anos na última sexta-feira (13). Conhecida como “Rainha do Samba” ou “Grande Dama do Samba”, Ivone é autora de sucessos como “Sonho Meu”, em parceria com Délcio Carvalho, e tem 19 discos gravados. O primeiro deles, “Sambão 70”, foi gravado em 1970, quando ela já tinha 49 anos.

Aos 56, Dona Ivone se aposentou e passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística. Suas músicas foram interpretadas por nomes importantes da música brasileira, como Maria Bethânia, Elba Ramalho, Criolo, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Adriana Calcanhoto e Zélia Duncan.

Se apresentou em países da África, Europa e da América Latina. Em 2002, recebeu o Prêmio Caras de Música na categoria Melhor Disco de Samba, com o CD Nasci para Sonhar e Cantar. Em 2012, a cantora e compositora foi homenageada pela escola de samba Império Serrano com o enredo: “Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba”, que fazia alusão a um sucesso da artista.

No vídeo abaixo, uma das últimas regravações de “Sonho Meu“, com Dona Ivone Lara e alguns convidados:

 

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