PEQUENO PERFIL DE JOSÉ MARIA MARIN, O CORRUPTO PRESO PELO FBI

del nero e marin

No Brasil, ele não seria preso nem se vivesse mais 80 anos. O texto do site Memórias da Ditadura nos mostra que Marin nunca foi flor de se cheirar. Uma coisa, porém, não podemos negar: ele e o Del Nero sabem apreciar as boas coisas da vida.

José Maria Marin é advogado, político e, desde 2012, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Iniciou a carreira política em 1964, quando se elegeu vereador de São Paulo, pouco antes do golpe militar, pelo Partido de Representação Popular (PRP). Em 1966, migrou para o partido Aliança Renovadora Nacional (Arena). De acordo com a ficha de Marin no Sistema Nacional de Informação (SNI), ele chegou à presidência da Câmara Municipal em 1969 com ajuda dos militares e de Gama e Silva, então titular do Ministério da Justiça e redator do Ato Institucional Nº 5 (AI-5). Em 1971, foi eleito deputado estadual.

Em maio de 1974, Marin fez um discurso para homenagear o delegado Rubens Liberatori por sua nomeação à chefia do então Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). De acordo com o livro “Crianças e Adolescentes”, o Deic realizou, sob o comando de Liberatori, a Operação Camanducaia, em que 90 meninos foram detidos e agredidos nus numa rodovia do interior paulista.

Em outro discurso, em outubro de 1975, Marin pediu providências sobre a TV Cultura que, segundo ele, exibia reportagens que não retratavam corretamente o governo e programas que causavam “intranquilidade” nos lares de São Paulo. Quinze dias após o discurso, o jornalista Vladimir Herzog, editor-chefe da emissora, foi preso e assassinado pelo DOI-Codi. Em 1976, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Marin elogiou publicamente o delegado Sergio Paranhos Fleury, delegado do Dops.

Marin se tornou vice-governador de São Paulo em 1978 e, entre 1982 e 1983, assumiu o governo, substituindo Paulo Maluf, que se afastou do cargo para concorrer à Câmara dos Deputados. Assinou a extinção do Dops, atendendo a uma ordem do então presidente João Baptista Figueiredo. A partir de 1983, Marin começou a perder prestígio político e não se elegeu para nenhum cargo público. Hoje, é filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Marin presidiu a Federação Paulista de Futebol entre 1982 e 1988 e chefiou a Delegação Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Assumiu a CBF após a renúncia de Ricardo Teixeira, em 2012, e o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

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