GILBERTO GIL – “SE EU QUISER FALAR COM DEUS”

Gilberto Gil lançou, na quinta-feira, 25, uma nova releitura de “Se Eu Quiser Falar Com Deus”, uma das mais belas canções da seara espiritualista da obra do compositor baiano.

Uma das mais belas porque não foi apenas nessa canção que Gil usou a temática religiosa, principalmente a religiosidade de origem africana. Ele o faz sempre com muito respeito, pois tem a consciência da importância da religiosidade na vida de todos.

A nova gravação, em clima intimista, somente com a voz e o violão de Gil, foi feita especialmente para o último episódio da terceira temporada da série “Sob Pressão“, da TV Globo, levado ao ar também na quinta-feira.

“Se Eu Quiser Falar Com Deus” completará 40 anos em 2020. Em 1980, Roberto Carlos pediu uma música a Gil e ele, sabendo da religiosidade do Rei, compôs a canção. Roberto, incomodado com alguns versos da letra, recusou a música alegando que o Deus que ele conhecia não era bem aquele descrito por Gil.

Em uma entrevista, Gil contou que “o que chegou a mim como tendo sido a reação dele, Roberto Carlos, foi que ele disse que aquela não era a ideia de Deus que ele tem. A música, realmente, fala de um Deus desconhecido”. Talvez o mesmo Deus de “Sobre Todas as Coisas“, do Chico Buarque, que Gil também canta no impagável “Grande Circo Místico” (aqui).

Recusada por Roberto, a composição foi parar nas mãos de Elis Regina, que a gravou, ainda em 1980, para aquele que seria o seu último álbum de estúdio. Só que Elis acabou excluindo a música de seu disco, porque não queria concorrer com a gravação de Gil, que estava sendo lançada simultaneamente à dela. A música, na voz de Elis, só foi lançada em um compacto de 1981, à revelia da cantora.

Na internet, além das gravações de Gil e Elis, é possível encontrar outras belas releituras de craques como Ney Matogrosso, Elza Soares e Maria Rita. A versão que eu mais gosto é a de Gal Costa, gravada para um dos quatro CD’s do Songbook de Gil.

A interpretação do vídeo abaixo não é a recém-lançada, mas começa só com voz e violão.

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