MARIA BETHÂNIA – “GRITO DE ALERTA”

Quem ouve Maria Bethânia cantando a dramática “Grito de Alerta” – uma canção de amor e de desamor também – jamais poderia imaginar que ela foi inspirada em, digamos assim, “uma baitolagem”.

Não por acaso, Nelsinho Motta, um grande conhecedor da música popular brasileira, classifica essa canção de Gonzaguinha, composta em 1979, como um “hino gay”, mas o tema homoafetivo passa despercebido a quem não conhece a história.

Dolorida e queixosa, “Grito de Alerta” foi inspirada nos desencontros amorosos de Agnaldo Timóteo – de quem Gonzaguinha era muito amigo – que, àquela altura do campeonato, vivia uma relação conturbada com seu namorado. No livro “Eu Não Sou Cachorro Não”, o autor Paulo César Araújo conta que foi o próprio Timóteo quem relatou a Gonzaguinha, em uma madrugada, suas brigas com o rapaz, também chamado Paulo César.

Comovido com a situação do amigo, Gonzaguinha escreveu “Grito de Alerta“, na qual uma personagem cheia de amor para dar suplica ao amado por paz no relacionamento.

Apesar de inspirada em Timóteo, a música foi entregue a Maria Bethânia, que, no ano anterior, tinha feito enorme sucesso com “Explode Coração“, também de Gonzaguinha. Não deu outra: o sucesso se repetiu e, no ano seguinte, “Grito de Alerta” foi incluída na trilha sonora da novela “Água Viva”.

Timóteo – que só ficou sabendo que a música era sobre ele quando já tinha sido gravada por Bethânia – foi o segundo a gravar “Grito de Alerta“, mas sem o mesmo sucesso da irmã de Caetano. Gonzaguinha, o compositor, foi o terceiro.

No vídeo abaixo, Bethânia, ainda sem cabelos brancos, interpreta “Grito de Alerta”. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *