ACUSADO DE MATAR AMIGO, PAI DO DEPUTADO FAUSTO PINATO SERÁ JULGADO NOVAMENTE POR JÚRI POPULAR

O advogado Edilberto Donizeti Pinato – pai do deputado federal Fausto Pinato e do vice-prefeito de Fernandópolis, Gustavo Pinato – deverá ser julgado novamente por um júri popular, sob a acusação de ter matado a tiros, há dezesseis anos, o engenheiro da Sabesp, José Carlos Lemos.

Será a segunda vez que Edilberto se submete a um júri popular. A primeira vez foi em novembro de 2008, quando ele – defendido pelo famoso advogado Alberto Zacarias Toron, o mesmo que defendeu o médico Luiz Henrique Semeghini – foi inocentado pelo Conselho de Sentença, que acolheu a tese de legítima defesa.

O Ministério Público, inconformado com a absolvição, interpôs um recurso e quase quatro anos depois, em março de 2012, o TJ-SP reconheceu que a decisão dos jurados foi “manifestamente contrária à prova dos autos” e determinou a anulação do julgamento. 

A sessão do novo julgamento foi marcada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Fernandópolis, Vinícius Castrequini Bufulin, para o próximo dia 02 de maio. Não se assustem, porém, se o novo julgamento – que já foi marcado outras duas vezes, em 2014 – for mais uma vez adiado por algum recurso da defesa.

O crime ocorreu no dia 25 de novembro de 2002. De acordo com a versão da polícia, José Carlos Lemos participava de uma reunião com outros quatro funcionários da Sabesp, em Fernandópolis, quando foi surpreendido por Edilberto, que entrou na sala e efetuou dois disparos contra o engenheiro. A vítima ainda conseguiu chegar à sua sala, onde apanhou uma arma e tentou atirar contra Edilberto, mas acabou morrendo com um tiro no peito.

Agora a versão de Edilberto, que teria procurado José Carlos para tirar satisfações sobre o conteúdo de um bilhete anônimo que havia recebido:  “Fui primeiro no escritório da Sabesp em Jales, mas ele não estava. Aí pensei em me precaver e busquei meu revólver 38 em casa. Fui na Sabesp daqui e ele estava em reunião com mais quatro pessoas. Zé Carlos estava de costas, virou-se e partiu pra cima de mim, com a mão na cintura para sacar a arma. Eu descarreguei o revólver”.

Não se tem notícia de que o autor do irresponsável bilhete anônimo – que causou o crime – tenha sido identificado. O que dizia o tal bilhete? Que José Carlos estaria mantendo uma relação inapropriada com a então mulher de Edilberto, o que, segundo o advogado, foi admitido pela ex-esposa.

Edilberto e José Carlos eram muito amigos, sendo que o primeiro advogava para uma empresa do segundo. Em depoimento, Edilberto confirmou a amizade. “A gente era muito próximo, quase irmãos. Saíamos juntos, pescávamos juntos…”.

Um dado curioso: como advogado, Edilberto foi assistente de acusação no julgamento do médico Luiz Henrique Semeghini, que, em outubro de  2000, matou a esposa Simone Maldonado. Agora é a vez dele se sentar novamente no banco dos réus.

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