Nascido em 31 de agosto de 1919, José Gomes Filho, um paraibano de Alagoa Grande, completaria 100 anos neste 2019 de trágico início, caso não tivesse resolvido finar-se em julho de 1982, vítima de uma embolia.
Vindo de uma família de artistas populares, Jackson do Pandeiro – como ficou conhecido nacionalmente – é considerado um dos maiores ritmistas da história da MPB e foi, ao lado de Luiz Gonzaga, responsável pela popularização das canções nordestinas.
Com pouco mais de 20 anos, resolveu deixar sua cidade e arriscar-se em João Pessoa, tocando em cabarés e rádios. O primeiro grande sucesso – “Sebastiana” – só foi gravado quando ele já contava 35 primaveras e morava no Recife.
Foi no Recife, por sinal, que Jackson conheceu sua esposa e parceira, Almira Castilho, uma ex-professora que cantava mambo e dançava rumba. Jackson e Almira formavam uma dupla no palco e na vida. A união durou até 1967, quando se desfizeram a parceria e o casamento.
Durante a década de 1950, Jackson e Almira ganharam projeção nacional e começaram a atuar em filmes populares, mas depois caíram em relativo ostracismo. Foi a Tropicália, comandada por Caetano e Gil, quem resgatou Jackson do Pandeiro. Gal regravou “Sebastiana”, enquanto Gil regravou “Chiclete com Banana”, no disco “Expresso 2222”, de 1972.
“Chiclete com Banana” foi, certamente, o maior sucesso de Jackson, como intérprete. Quando o baiano Gordurinha – o autor da música – ofereceu “Chiclete com Banana” a Jackson, este disse que só a gravaria se o compositor desse a co-autoria para sua esposa, a Almira. E quem contou isso foi a própria Almira, em entrevista.
A letra de “Chiclete com Banana” reflete uma preocupação em manter o samba bem puro, livre da influência de ritmos estrangeiros. Confira essa preocupação no vídeo abaixo, onde “Chiclete com Banana” é interpretada por Gilberto Gil e Marjorie Estiano: