PAULA TOLLER – “SONHOS”

A música “Sonhos”, composta em 1977, foi inspirada em um episódio vivido por seu autor, o paulistano Aroldo Alves Sobrinho, um nome que o prezado leitor ou a estimada leitora certamente nunca ouviu falar. Aroldo, no entanto, é uma figura muito conhecida na seara musical, só que pelo apelido que ganhou de um amigo, na adolescência: Peninha.

O episódio inspirador, tá claro, foi o fim de um namoro. Os versos assimétricos de “Sonhos” descrevem o momento em que a namorada do compositor, que ele pensava ser o grande amor de sua vida, confessa – que peninha! – que está apaixonada por outra pessoa.

Peninha conta que os versos saíram de sopetão, durante uma madrugada insone. E, reparando bem, os versos indicam que ele, apesar de apaixonado pela moça, não ficou revoltado com a bola nas costas. Muito ao contrário, conformado, Peninha mantém a expectativa de que “amanhã será um novo dia e certamente eu vou ser mais feliz…”.

Lançada em disco do próprio Peninha, ainda em 1977, a música demorou para fazer sucesso e só depois de alguns meses passou a ser uma das mais tocadas nas rádios. Com o sucesso no rádio, “Sonhos” foi incluída na trilha sonora da novela “Sem Lenço, Sem Documento”, o que a tornou ainda mais conhecida.

A confirmação de que “Sonhos” é uma daquelas músicas que veio para ficar aconteceu em 1982, quando Caetano Veloso a incluiu em seu disco “Cores e Nomes”.

Por sinal, foi também o Caetano que ajudou a elevar o prestígio de outra música de Peninha: “Sozinho”, que já tinha sido gravada por Sandra de Sá e Tim Maia, mas virou sucesso definitivo na voz de Caetano.

No vídeo abaixo, uma bonita versão de “Sonhos“, com a Paula Toller. E, se você gosta dessa música, veja também a versão de Marisa Monte (aqui).

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