CEI DA FALSIDADE IDEOLÓGICA CAUSA CORRERIA

Não sei se isso foi obra do novo pedido de CEI ou se foi mera coincidência, mas na sexta-feira, à tardezinha, o presidente da Câmara, Claudir Aranda, mandou distribuir um convite aos demais vereadores para uma reunião com o prefeito Parini, marcada para esta segunda-feira. Diga-se, por sinal, que há muito tempo o prefeito não fazia uma reunião com os vereadores.  O que foi discutido na reunião desta segunda e quais vereadores compareceram a ela, eu também ainda não sei.

Sei apenas que os vereadores Jota Erre, Macetão e Salatiel não estavam na cidade. A vereadora Tatinha declinou do gentil convite e o vereador Sérgio Nishimoto disse que não poderia estar na Prefeitura no horário marcado para a reunião. Aliás, diga-se que Nishimoto já esteve algumas vezes na Prefeitura para falar com o prefeito e não foi recebido. Coisas da primeira-ministra Marli Mastelari.

O fato é que alguns vereadores receberam uma série de telefonemas, com apelos para que repensem a assinatura aposta no pedido de abertura de uma CEI para investigar crime de falsidade ideológica, supostamente cometido pelo prefeito Humberto Parini. E a falsidade ideológica, no caso, não tem nada a ver com a foto lá de cima. O que está registrado na foto não chega a ser uma falsidade ideológica, mas apenas uma mera infidelidade partidária. Que o PT de Jales, ao que parece, resolveu ignorar.

Na verdade, a falsidade ideológica que os cinco vereadores – Macetão, Tatinha, Jota Erre, Salatiel e Nishimoto – querem investigar na Câmara, já está sendo investigada pelo Ministério Público. Matéria exclusiva do jornal A Tribuna garante que o inquérito nº 367/2009, de 17 de novembro de 2009, já foi concluído e devolvido à 1ª Vara de Justiça de Jales, para manifestações do promotor Wellington Villar e do juiz Eduardo Henrique de Moraes Nogueira. Eles decidirão se o processo será ou não remetido ao Tribunal de Justiça, uma vez que o prefeito Humberto Parini, em função do cargo que ocupa, desfruta de foro privilegiado.

Mas os vereadores estão corretos ao pretender uma investigação no âmbito da Câmara. Afinal, é prá isso que eles foram eleitos. Como responsável pelo setor de licitações da Prefeitura, acompanhei esse caso e posso garantir que aquele tipo de coisa só acontece, porque ainda existem pessoas que se acham acima da lei, apesar de a vida estar lhes provando o contrário. Posso dizer também que a empresa envolvida nesse caso – e que utilizou a Certidão supostamente fornecida pelo prefeito, com declaração inverídica – nem teve tanta culpa assim, já que ela só participou da licitação por insistência de outros interessados.

Em Tempo: normalmente, as certidões negativas de débitos emitidas pela Prefeitura de Jales, são assinadas por funcionários do setor de Tributação. A Certidão que originou a investigação no Ministério Público e agora está ensejando o pedido de uma CEI é, talvez, a única que foi assinada pelo prefeito em pouco mais de seis anos de mandato. Não é uma coincidência terrível? Se um funcionário do setor de Tributação disse metade do que ele me disse que disse ao delegado encarregado de ouvir as testemunhas, a coisa não vai ficar boa pro nosso prefeito.

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