A secretária de Saúde, Maria Aparecida Moreira Martins, sempre me pareceu uma pessoa correta. Tudo indica que ela não obteve vantagens com os desvios praticados pela tesoureira, mas foi ingênua e negligente ao assinar cheques em branco.
A ingenuidade e negligência vai custar a ela muitas dores de cabeça. Ela não será, no entanto, a única a passar por isso. As ex-secretárias Élida Barison e Nilva Rodrigues também são pessoas corretíssimas, mas estão sofrendo as consequências de assumir um cargo público.
E algumas pessoas estão espinafrando o atual prefeito, Flá Prandi, mas é bom não esquecer que a ex-tesoureira Érica se criou na administração Parini. No início do primeiro mandato de Parini, a tesoureira da Prefeitura era uma funcionária de carreira, mas, por volta de 2007 ou 2008, a servidora foi transferida para outro setor.
A responsabilidade pela Tesouraria foi entregue, então, à funcionária contratada Érica Cristina, que era, naquela época, apenas uma auxiliar da tesoureira. É provável que foi à partir daí que os desvios começaram. Ela foi sendo mantida na função – inclusive pela ex-prefeita Nice – graças aos padrinhos fortes que tinha. Deu no que deu. A notícia é do G1:
A Justiça revogou, na tarde desta terça-feira (31), a prisão da Secretária de Saúde de Jales (SP), suspeita, em princípio, de participar dos desvios de R$ 5 milhões dos cofres públicos, de acordo com as investigações da Polícia Federal durante a operação Farra do Tesouro.
Maria Aparecida Martins havia sido presa no período da manhã, mas a PF pediu a revogação da prisão da secretária. Ela confessou para a polícia que foi negligente ao assinar cheques em branco e entrega-los para a diretora financeira da prefeitura de Jales, Érica Cristina Carpi Oliveira, que também foi presa na operação.
“Para que os cheques fossem emitidos, precisava da assinatura da tesoureira e da secretária. A confissão da secretária não a exime de responsabilidade por negligência, mas não identificamos que ela foi beneficiada. Então, pedi que fosse revogada a prisão temporária apenas dela”, disse o delegado da PF Cristiano de Pádua.