Criticar o Bozo está se tornando perigoso. E não é só o Ciro Gomes e o Felipe Neto que viraram alvo da Polícia Federal. Um militante petista está preso na Papuda por conta de uma faixa onde estava escrito “Bolsonaro genocida”. Deu no Poder360:
A PF (Polícia Federal) abriu inquérito para investigar o ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) por suposta prática de crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro durante uma entrevista.
O pedido de abertura de inquérito, segundo o Estado de S. Paulo, foi assinado por Bolsonaro e encaminhado à PF pelo ministro da Justiça, André Mendonça.
Ciro concedeu uma entrevista, em novembro de 2020, à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE). Ele chamou Bolsonaro de “ladrão” e citou a investigação do caso das “rachadinhas”, que envolve Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
Ele declarou ainda que, ao não apoiar os candidatos de Bolsonaro nas eleições do ano passado, a população mostrava um sentimento de “repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do país e seu desrespeito à saúde pública”.
Em publicação feita em seu perfil no Twitter, Ciro afirmou que o presidente tenta intimidar opositores.
“Particularmente não ligo para esse ato contra mim, mas considero grave a tentativa de Bolsonaro de intimidar opositores e adversários. Entendo que é um ato de desespero de quem vê sua imagem se deteriorar todos os dias pela gestão criminosa do Brasil na pandemia”, escreveu.
“Bolsonaro está condenando nosso povo à morte. E vamos seguir lutando para salvar vidas e contra sua política genocida!”, completou Ciro.
Ela listou “Boçal” duas vezes, mas deve ter sido de propósito. É que o Bozo é mesmo um boçal ao quadrado. E ela deixou de listar “FDP”, provavelmente por respeito a dona Olinda, que não tem culpa.
Pesquisa PoderData realizada nesta semana em todo o país com 3.500 pessoas indica que, se a eleição presidencial fosse hoje, Jair Bolsonaro (sem partido) iria para o 2º turno junto Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O atual presidente tem 30% e o petista pontua 34%. Como a margem de erro do levantamento é de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos, há quase um empate técnico no limite desses percentuais.
Depois de Bolsonaro e Lula, todos os demais candidatos testados ficam com menos de 10%. O ex-juiz federal da Lava Jato Sergio Moro (sem partido) tem 6%. Ciro Gomes (PDT), 5%. O empresário e apresentador da TV Globo Luciano Huck (sem partido) fica com 4%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) pontua 3%. João Amôedo (Novo) tem 3% e Luiz Henrique Mandetta (DEM), 2%.
No confronto com o atual presidente numa simulação de 2º turno, o ex-presidente Lula pontua 41%. Bolsonaro fica com 36%. São 5 pontos percentuais de diferença, além da margem de 1,8 ponto do levantamento.
O PoderData também apresentou os nomes de potenciais candidatos a presidente e perguntou aos 3.500 entrevistados se votariam nessas pessoas com certeza, se poderiam votar ou se não votariam de jeito nenhum.
Esse tipo de pergunta mede a rejeição (não votaria de jeito nenhum) e o potencial de voto (vota com certeza ou poderia votar).
O candidato com menor rejeição foi Lula, com 40%. Todos os demais têm mais de 50%, começando com Bolsonaro, com 53%, Huck (54%), Moro (60%), Ciro (56%), e, na lanterna, Doria (65%).
Foram 3.500 entrevistas em 545 municípios, nas 27 unidades da Federação.
O prefeito Luís Henrique Moreira(PSDB), representado pelo advogado João Eduardo Carvalho, protocolou ontem, terça-feira, junto à Vara Especial Cível e Criminal de Jales, uma ação de indenização por danos morais contra o vereador Elder Garcia Mansueli, por conta das ofensas proferidas pelo parlamentar em um vídeo postado no facebook.
No vídeo, Elder chama o prefeito de “vagabundo” e “moleque” várias vezes. O destempero verbal do vereador, como se sabe, foi por conta das regras restritivas para o funcionamento do comércio decretadas pelo prefeito no dia 05 de março.
Na ação, o prefeito defende suas medidas e diz que “nada mais está fazendo do que o exigido para qualquer governante sério e comprometido para com o bem-estar de sua população”. LH ressalta que “as regras de isolamento e combate ao vírus servem para salvar vidas”.
O prefeito destaca, ainda, que “as regras para o funcionamento do comércio municipal servem justamente para tentar frear a disseminação do vírus”.
LH diz, também, que “a crítica faz parte do jogo político e da vida em sociedade, mas a discussão jamais pode extrapolar o campo do confronto de ideias e ao espaço das ofensas e dos ataques pessoais”. E continua, dizendo que “palavras como moleque e vagabundo não fazem parte do repertório lexical de uma discussão respeitosa”.
Finalizando, o prefeito pede que o vereador seja condenado a indenizá-lo em R$ 10 mil, pelos danos morais. Pede, também, que Elder Mansueli seja condenado a se retratar publicamente “na mesma proporção das ofensas por ele cometidas”.
Está proibido falar mal do rei. O youtuber Felipe Neto está sendo investigado por chamar o Bozo de genocida. E agora essa. A notícia é do UOL:
O ministro André Mendonça (Justiça e Segurança Pública) ordenou que a Polícia Federal abrisse inquérito para investigar um sociólogo e um microempresário por duas placas de outdoor com críticas a Bolsonaro. Uma das mensagens, instaladas em agosto numa avenida de Palmas, diz que Bolsonaro vale menos que um “pequi roído”, o que significa algo sem valor ou importância.
O inquérito foi determinado pelo ministro em dezembro e aberto em 6 de janeiro último por um dos setores mais influentes da direção-geral da Polícia Federal em Brasília, a DIP (Diretoria de Inteligência Policial), por meio da sua Divisão de Contrainteligência Policial.
Os dois investigados são o sociólogo Tiago Costa Rodrigues, 36, que é secretário de formação do PCdoB em Tocantins e mestrando na UFT (Universidade Federal do Tocantins), e Roberval Ferreira de Jesus, 58, dono de uma microempresa de outdoors que disse só ter sido contratado para a locação do espaço e não participado da elaboração da peça.
O perfil de Rodrigues na rede social Twitter foi monitorado pela DIP, que copiou 12 postagens e as incluiu na investigação.
A PF já havia feito uma análise da manifestação e opinado pelo arquivamento.
Segundo o sociólogo, a ideia surgiu porque militantes bolsonaristas espalharam placas em municípios de Tocantins com mensagens de apoio a Bolsonaro. A ideia era fazer um contraponto.
“A ideia foi dizer que é um governo que não age no combate à pandemia. Isso do pequi é uma expressão regional. Algo que é ineficaz, não está valendo para nada, não está surtindo efeito. Minha opinião sobre o que o Bolsonaro está fazendo na pandemia é a de vários brasileiros. Estamos vendo as consequências disso. É um governo que não está atuando de maneira eficaz, isso que o outdoor dizia”, afirmou Rodrigues.
Procurado, o Ministério da Justiça não se manifestou.
Em meio à pressão por mudanças em sua gestão da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro é alvo de ataques no Conselho de Direitos Humanos da ONU. A iniciativa é da Comissão Arns, em coordenação com a entidade Conectas Direitos Humanos.
Em discurso realizado pelas entidades nesta segunda-feira, as organizações irão condenar os rumos da saúde e economia e deboche do presidente sobre dor das famílias, no momento em que o país é o epicentro da pandemia no mundo e soma mais casos que nos EUA nos últimos 15 dias.
“A situação do Brasil é desesperadora”, definiu a representante da Comissão Arns, Maria Hermínia Tavares de Almeida, professora titular aposentada de Ciência Política na Universidade de São Paulo (USP), ex-presidente da Associação Brasileira de Ciência Política e da Latin American Studies Association.
“Viemos aqui hoje para criticar as atitudes recorrentes do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia”, disse a representante.
“Ele desdenha das recomendações dos cientistas; ele tem, repetidamente, semeado descrédito em todas as medidas de proteção – como o uso de máscaras e distanciamento social; promoveu o uso de drogas ineficazes; paralisou a capacidade de coordenação da autoridade federal de Saúde; descartou a importância das vacinas; riu dos temores e lágrimas das famílias e disse aos brasileiros para parar ‘de frescura e mimimi'”, apontou.
As entidades ainda lembraram que as medidas econômicas e sanitárias em vigor no país ocorreram por determinação dos poderes legislativo e judiciário federal, bem como de governadores e prefeitos. “Todas as medidas econômicas e sanitárias atualmente em vigor devem-se a iniciativas do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, dos governadores e prefeitos”, disse.
“É por isso que estamos aqui, hoje, para chamar a atenção deste Conselho e apontar a responsabilidade do Presidente Bolsonaro em promover, por palavras e atos, uma devastadora tragédia humanitária, social e econômica no Brasil”, afirmou a representante da Comissão Arns.
A charge é do Latuff. E a notícia é da revista Fórum:
Darlan Rosa, o artista plástico que criou o Zé Gotinha em 1986, durante o governo José Sarney, se disse “indignado e assustado” com o desenho divulgado pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, em que o simpático personagem empunha uma metralhadora em forma de seringa. “O Zé Gotinha é um personagem do bem, criado com fins educativos. Colocá-lo com uma arma na mão é um péssimo exemplo que se pode dar a uma criança. Apologia de arma é coisa séria”, lamentou Darlan, que tem 74 anos e mora em Brasília. Ele contou que recebeu a primeira dose da vacina contra o coronavírus ontem.
A ilustração grotesca foi uma “resposta” dos Bolsonaro à cobrança feita por Lula em seu histórico discurso de quarta, 10: “Cadê o Zé Gotinha?”, perguntou o ex-presidente. Nas redes sociais, a imagem de Zé Gotinha com uma metralhadora causou revolta e o nome do personagem foi parar no topo dos tópicos mais comentados do twitter. O pacífico Zé Gotinha acabou ganhando o apelido de “Zé Milicinha” por conta da arma e da ligação dos Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
Eduardo havia postado a ilustração pela primeira vez com o texto “Nossa arma agora é a vacina”, mas, ao se dar conta de que admitia que o governo nunca se preocupou com a vacinação, apagou e postou novamente com os dizeres: “Nossa arma é a vacina”.
O desenhista Darlan Rosa criticou que a versão armada do Zé Gotinha contraria a intenção original do personagem. “O Zé Gotinha foi criado justamente para combater esse tipo de pensamento. Quando eu o criei, havia essa temática de terror, de que se você não vacinasse ia morrer. Eu sempre achei que tinha de educar e não coagir, por isso criei um personagem que fizesse a criança desejar ser vacinada, e já estamos na terceira geração que passou pelo Zé Gotinha.”
Darlan lembrou que o personagem sobreviveu tranquilamente a todos os presidentes, sem nenhum problema. Passou de Sarney para Fernando Collor, de Collor para Itamar Franco, de Itamar para FHC, de FHC a Lula, de Lula a Dilma… Até pelo golpista Michel Temer o Zé Gotinha passou sem problemas –menos por Bolsonaro.
O senador Major Olímpio (PSL-SP), 58, está intubado na UTI no hospital São Camilo, em São Paulo, em estado grave, mas estável. A informação foi confirmada por uma fonte do gabinete do parlamentar.
Diagnosticado com covid-19, Olímpio foi intubado pela primeira vez no último sábado (6). Na terça-feira (9), apresentou melhora e foi extubado. Mas, um dia depois, voltou a piorar e passou novamente pelo procedimento.
O assessor de imprensa do senador, que teria se contaminado junto com ele em uma “romaria” de prefeitos e assessores ao Congresso Nacional, também está intubado, em estado grave, com 80% de comprometimento dos pulmões.
O UOL procurou a equipe de comunicação do senador para confirmar as informações, mas não obteve resposta. Em nota, o hospital São Camilo informou que a família do senador não autorizou a divulgação de informações.
Além de Major Olímpio, o líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), e o senador Lasier Martins (Podemos-RS) também foram diagnosticados com covid-19 após a carreata.
Líder do PSL no Senado, Major Olímpio anunciou que estava com covid-19 na terça-feira da semana passada, mas, na ocasião, disse que sentia apenas sintomas leves e estava em isolamento domiciliar.
No dia seguinte, o senador chegou a participar de uma sessão da Casa diretamente de um leito hospitalar, mas estava com a respiração ofegante e teve queda no sinal de transmissão, o que o impossibilitou de concluir um discurso.
Dois senadores já morreram por complicações em decorrência da covid-19: Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos, em outubro de 2020, e José Maranhão (MDB-PB), aos 87, no início de fevereiro.
“Netanyahu disse a Ernesto que sucesso de vacinação em Israel ocorreu por aposta antecipada na Pfizer. Aqui, Bolsonaro achou que as empresas deveriam procurá-lo e implorar para que o Brasil comprasse as vacinas. O resultado de tamanha inteligência está aí: mais de 2.000 mortos por dia”.
(Comentário de um jalesense – Júlio Oliveira – publicado no “Painel do Leitor”, na Folha de S.Paulo)