A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Flórida, para onde se evadiu na véspera do encerramento do mandato, poderá ser resumida, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha o pedido de prisão preventiva encaminhado pela bancada do PSOL na Câmara dos Deputados. Os parlamentares da legenda protocolaram o documento, na manhã desta segunda-feira.
A petição começa a tramitar no âmbito de uma ação que já está no STF, sobre Bolsonaro ter propagado notícias falsas a respeito das urnas eletrônicas, enaltecido a ditadura militar e estimulado um golpe de Estado no país. A Corte apura se as iniciativas do ex-presidente cooperaram para os atos antidemocráticos que se espalharam pelo país após a eleição.
“É preciso ressaltar, infelizmente, o histórico de disseminação de fake news, com intuito golpista, do ex-presidente Bolsonaro: ele, desde o início da sua Presidência, vem arquitetando o atual cenário que vivemos”, afirmam os parlamentares no processo.
No processo, os parlamentares do PSOL pedem a apreensão de documentos e do passaporte de Bolsonaro, além da quebra de sigilo telemático e telefônico do ex-presidente.
O documento é assinado por Juliana Medeiros, presidente do PSOL, e Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Ivan Valente (PSOL-SP), Áurea Carolina (PSOL-MG), Glauber Braga (PSOL-RJ), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP), Erika Hilton (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), entre outros.
No dia 30 de dezembro do ano passado, Jair Bolsonaro, ainda presidente do Brasil, abandonou o país e foi para os Estados Unidos (EUA), sem passagem de volta ou previsão de retorno. Em seu entorno, há um temor de que ele seja alvo de um mandado de prisão expedido por Alexandre de Moraes, ministro do STF.
Pousar!!?? Que eu saiba, quem pousa é avião. Deu no DCM:
No domingo, 1º de janeiro, o novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse do cargo e recebeu a faixa presidencial por representantes do povo brasileiro. No entanto, o momento gerou fake news nas redes sociais. A atriz e ex-secretária de Cultura, Regina Duarte, disse que a faixa era um “fraude”.
Inconformada com a derrota de seu candidato nas urnas, Regina divulgou a mentira de que a faixa presidencial usada por Lula seria falsa, em comparação com a que foi usada anteriormente. Ela publicou uma foto do ex-presidente com o atual e comparou as faixas.
“Até a faixa é uma fraude. Alexandre de Moraes entrega faixa fake para o ladrão pousar de presidente”, escreveu a atriz em seu perfil no Instagram.
Há duas versões oficiais da faixa. O modelo usado por Lula é mais antigo que o de Bolsonaro e já foi vestido por Fernando Henrique Cardoso e pelo próprio petista nos primeiros mandatos.
A ex-secretária de Cultura também fez outros posts para mostrar a sua indignação com o fim da gestão de Bolsonaro. Durante a posse de Lula, ela prestou solidariedade ao ex-presidente e escreveu que seria uma “injustiça” esquecer as coisas que Bolsonaro fez pelo país.
A faixa usada por Bolsonaro em 2019 foi comprada por Lula em 2008. Deu no UOL:
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva publicaram mentiras sobre a cerimônia nas redes sociais.
Uma delas, difundida até pela atriz Regina Duarte, afirmava que a faixa passada a Lula seria falsa porque é diferente da que recebeu Bolsonaro em 2019. O que poucos sabem é que, na verdade, há mais de uma faixa presidencial — e todas são legítimas.
O Palácio do Planalto guarda a sete chaves duas versões da indumentária. A faixa presidencial recebida ontem por Lula foi a mesma utilizada por Dilma Rousseff (PT) em sua reeleição, em 2015.
Já a que Bolsonaro usou na posse em 2019 foi feita a pedido de Lula, em 2008, e utilizada por Dilma em 2011, quando a petista ocupou o Planalto pela primeira vez.
O modelo usado por Dilma em 2015 e agora por Lula foi estreado por Fernando Collor de Mello, em 1991. Antes da posse para o terceiro mandato de Lula, esse modelo tinha sido visto pela última vez com Michel Temer (MDB), em 2017.
A versão mais recente da faixa, comprada por Lula em 2008 e usada por Bolsonaro, ficou exposta num móvel de vidro próximo ao gabinete do presidente por alguns meses após Bolsonaro assumir. Atualmente, só o termo de posse e a foto oficial do mandatário eleito em 2018 foram deixados no local.
O advogado jalesense José Luiz Nunes foi uma das milhares de pessoas que acompanharam, in loco, a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu terceiro mandato presidencial. Ele foi até Brasília em um ônibus fretado por petistas da região.
Zé Luiz – que, por sinal, está aniversariando nesta segunda-feira, 02/01 – não é filiado ao PT, mas sempre foi um democrata progressista.
Ele foi assessor parlamentar na Câmara de Jales por alguns anos e depois assessorou a ex-prefeita de Vitória Brasil, Ana Lúcia Olhier Módulo (PSDB), em seus dois mandatos à frente da prefeitura daquela cidade.
Nos últimos anos, antes de voltar a residir em Jales, Zé Luiz morou em duas cidades que representam dois extremos diametralmente opostos no espectro político: Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, uma das maiores concentrações de bolsonaristas do país, e Fortaleza, no Ceará, estado onde Lula obteve 69,97% dos votos no segundo turno.
É claro que o Zé Luiz se deu melhor em Fortaleza, onde além de belas praias, ele podia conversar com pessoas que tinham perfil ideológico semelhante ao dele.
O samba de maior sucesso do Moraes Moreira, depois que ele deixou os Novos Baianos, se chama “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”. Foi inspirado em frase de João Gilberto ao ver uma mulher simples descendo uma ladeira com uma lata de água na cabeça.
Ontem, o Brasil, por assim dizer, desceu a ladeira e subiu a rampa. Quando a festa da posse começou, imaginou-se que a foto que estaria nos jornais seria, pelo ineditismo, a de Lula, Alckmin, Janja e Lu Alckmin no Rolls Royce.
Nunca antes na história do país, o vice desfilou no mesmo carro do presidente. Em 2019, por exemplo, Bolsonaro teve como companhia a primeira-dama Michelle e o filho Carlos, que desfilou com um revólver na cintura.
Mas a foto que ganhou todos os jornais foi outra: a de Lula subindo a rampa acompanhado por pessoas simples, que representavam o povo brasileiro. E, ao final, comentaristas políticos de todos os matizes reconheceram que, ao se negarem a entregar a faixa, Bolsonaro e Mourão permitiram um dos momentos mais lindos e emocionantes da posse.
Compostos por camisa, boné, bandeira e outros itens, os kits para a posse presidencial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são vendidos por valores entre R$ 100 e R$ 150, na média, no centro de Brasília.
Alguns vendedores registraram boas vendas, a exemplo de Cícero Gomes (foto acima), que veio de São Paulo (SP) para a posse no domingo (1º/1). “Já compraram bastante. O pessoal está comprando tudo”, sorriu.
Também vindo de São Paulo, Rafael José Alves, comprou um grande estoque de itens para vender. “Minha expectativa é vender tudo até o final do domingo”, disse.
Militante do Diretório Regional do PT, a vendedora Sttela Cristina Matos Silva, comemorou as vendas de camisas. Ela conseguiu vender praticamente todo o estoque na tarde de sábado.
Camisas são vendidas por valores entre R$ 50 e R$ 80. O kit pode ser montado com bandeiras e bonés por somas de R$ 40 a R$ 50. Faixas e toalhas de rosto por R$ 20.
Em conversa reservada, pedindo para não ter o nome revelado, um vendedor demonstrou desânimo. Segundo ele, em eventos de Jair Bolsonaro (PL) o volume de vendas era melhor.
Mas nas ruas, apoiadores buscam itens para comemorar. É caso do atendente André Silva, de 22 anos, vindo de São Paulo. “Vai ser maravilhoso, perfeito e tranquilo”, afirmou após comprar camisa, faixa, óculos e broche.
Na tarde de sábado, centenas de apoiadores aproveitaram o dia para visitar a Esplanada dos Ministérios. “Ole, ole, ole, lá, Lula, Lula”, cantavam os visitantes, em grupos de amigos e famílias, inclusive com crianças pequenas.
