Maysa Matarazzo era uma das cantoras prediletas do meu saudoso amigo Newton José Costa, o Bolinha do Banco do Brasil e do basquete. As outras eram a baiana Maria Creuza e a grega Nana Mouskouri. Por sinal, o Bolinha se foi, mas a amizade continua através de nossos filhos. Ricardo, um dos filhos dele é amicíssimo – quase irmão mesmo – do meu quarto filho, o Igor (Keco).
A professora Maria Margarida, a Many, esposa de outro amigo, o oftalmologista José Favaron, também deve ser fã da Maysa. Digo isso porque, por duas ou três vezes, ela já pediu músicas da Maysa lá no Brasil & Cia, o programa que apresento aos domingos na Regional FM.
Infelizmente, eu fico sempre devendo porque não tenho, no notebook que levo para a rádio, nenhuma música da Maysa cantada por ela. Tenho com outros cantores. “Ouça”, por exemplo, tem dez versões no meu computador – de Alcione a Verônica Sabino, passando por Joanna, Márcia, Nelson Gonçalves e Renata Arruda – menos com a Maysa.
Não que eu não goste da Maysa, muito pelo contrário. Quando jovem, eu tinha um “bolachão” duplo com mais de 20 músicas dela – incluindo “Franqueza” e “Resposta”, minhas preferidas – que ouvia frequentemente.
Maysa viveu apenas 40 anos e teve uma vida conturbada, marcada por muitos amores, brigas, álcool, cigarro, depressão, calmantes e tentativas de suicídio. Depois que se separou do primeiro marido, o ricaço André Matarazzo, ela passou a usar o sobrenome de solteira – Monjardim – e ficava furiosa quando alguém a chamava de Maysa Matarazzo.
Para encurtar a história, reproduzo abaixo um texto retirado do Dicionário de MPB, do jornalista e musicólogo Ricardo Cravo Albin. O detalhe é que Ricardo, como se verá ao final do texto, era a pessoa a quem Maysa iria visitar na manhã ensolarada de 22 de janeiro de 1977, quando sofreu o acidente fatal que a levou. Eis o texto:
Membro de uma rica e tradicional família do Espírito Santo, aos 18 anos casou-se com André Matarazzo – um dos herdeiros da família Matarazzo (milionários industriais paulistas descendentes do Conde Matarazzo), 20 anos mais velho do que ela. O envolvimento com a música, no entanto, veio muito antes, pois desde a adolescência já gostava de cantar em festas familiares, compor algumas músicas (aos 12 anos compôs o samba-canção “Adeus”), além de tocar piano.
Em 1956, já grávida de seu único filho, Jayme (que se tornaria o diretor de telenovelas da Rede Globo e da Rede Manchete Jayme Monjardim), conheceu o produtor Roberto Côrte- Real que, encantado com sua voz, quis contratá-la imediatamente para gravar um disco. Maysa pediu então que ele esperasse o nascimento de seu filho. Quando este completou um ano de idade, a cantora gravou o primeiro disco, lançado a 20 /11/56 pela RGE.
Depois de dois anos de casamento, Maysa e André Matarazzo, que se opunha à carreira artística da esposa, se separaram. O fim do casamento abalou profundamente a cantora, levando-a à depressão. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a se relacionar com a “turma da bossa nova”. Namorou o produtor Ronaldo Bôscoli. A partir dessa época, começou a ter problemas com a bebida e a se envolver em casos amorosos explorados pela mídia.
Conheceu seu segundo marido, o advogado espanhol Miguel Azanza, quando fazia uma temporada na Europa. Depois de se casar, fixou residência na Espanha. Separada de Azanza, teve relacionamento amoroso com o ator Carlos Alberto, e, depois, com o maestro Júlio Medaglia.
Em janeiro de 1977, faleceu em um trágico acidente de automóvel na ponte Rio – Niterói, aos 40 anos, quando se dirigia ao município de Maricá, onde tinha uma casa, plantada nas areias, ao lado das residências do ator Carlos Alberto e do crítico Ricardo Cravo Albin. Foi precisamente dirigindo-se à casa desse último que sofreu o desastre de carro que a vitimou, quase ao chegar à antiga capital fluminense.
No vídeo abaixo, Maysa canta “Ouça”, de sua autoria, em cena do filme “O Camelô da Rua Larga”, de 1958. Ela tinha 22 anos e estava um pouquinho acima do peso.
Caro Amigo Cardosinho…
a história dela em Jales, vai além de suas melodias, para este enigma, deixo uma frase de Confúcio:
“O que sabemos, saber que o sabemos. Aquilo que não sabemos, saber que não o sabemos: eis o verdadeiro saber.”
Caro Amigo Cardosinho…
a história dela em Jales, vai além de suas melodias, para este enigma, deixo uma frase de Confúcio:
“O que sabemos, saber que o sabemos. Aquilo que não sabemos, saber que não o sabemos: eis o verdadeiro saber.”
Confúcio
Grande Bolinha, saudades e admiração de uma pessoa que amava Jales! Ipê e basquete deveriam homenagear ele!