EMÍLIO SANTIAGO – “EU E A BRISA”

Diz a lenda que Johnny Alf foi o culpado pela célebre e injusta frase do poetinha Vinícius de Moraes, “São Paulo é o túmulo do samba”. Consta que Vininha tentava ouvir o até então desconhecido pianista Johnny Alf, durante uma apresentação em uma boate, mas o burburinho dos bebuns que lotavam o local não deixava. Irritado, Vinícius soltou a frase.  

Em 1967, já conhecido, Johnny Alf – que não era sambista – compôs uma balada romântica para o casamento de um amigo. Seu nome: “Eu e a Brisa”. Infelizmente, porém, o padre que celebraria o casório não foi com a cara da música e vetou a execução dela durante o enlace.

Sem cumprir seu objetivo primeiro como trilha sonora do casamento, “Eu e a Brisa” acabou inscrita no III Festival de MPB da TV Record, mas, novamente, não deu sorte. Mesmo com a belíssima interpretação da cantora Márcia – que, depois, casou-se com o narrador de futebol Sílvio Luiz – os jurados não se impressionaram com a canção de Alf e ela acabou desclassificada.

O tempo, no entanto, é o senhor da razão, como já dizia o Fernando Collor, e, enquanto algumas músicas classificadas no Festival foram sendo esquecidas, “Eu e a Brisa”, ao contrário, foi ganhando prestígio e sucesso, a ponto de se tornar a mais lembrada e regravada canção de Johnny Alf.

E o que é melhor: ganhou prestígio também entre os sacerdotes. Inicialmente rejeitada por um padre, “Eu e a Brisa” acabou cumprindo o destino para o qual foi composta, tornando-se uma música frequentemente executada em casamentos. E virou, também, tema da lacrimosa novela “Mulheres Apaixonadas“, da Globo.

Johnny Alf (nome verdadeiro: Alfredo José da Silva) nasceu a 19 de maio de 1929 e faleceu um pouco antes de completar 81 anos, em 04 de março de 2010. No vídeo – que dedico à professora Lurdinha Figueira –  “Eu e a Brisa” é interpretada pelo saudoso Emílio Santiago:

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