Arquivos mensais: janeiro 2011

PEQUENAS EMPRESAS E GRANDES NEGÓCIOS

No dia primeiro de março de 2010, o vereador Luís Especiato encaminhou um pedido de informações ao prefeito Humberto Parini, solicitando notícias sobre a instalação de ventiladores nos postos do Programa de Saúde da Família, também conhecidos como PSFs (o nome correto é ESF, mas eu ainda prefiro PSF). Como o Luís Especiato é um vereador de prestígio, a resposta não demorou mais do que três dias. No dia 04 de março, já lá estava um ofício, assinado por uma assessora do prefeito, garantindo que os ventiladores estavam sendo providenciados. E já estavam mesmo!

Em abril, os ventiladores foram adquiridos de uma empresa localizada na Rua Doze e devidamente instalados nos PSFs (ou ESFs, como queiram). Infelizmente, para o desavisado comerciante, transcorridos oito meses da venda, os ventiladores, que custaram pouco menos de R$ 8 mil, ainda não foram pagos pela Prefeitura. Pelo menos foi o que ele me disse um dia desses. O mais curioso nessa história é que os ventiladores seriam pagos com recursos da secretaria da Saúde. Como se sabe, as secretarias da Saúde e da Educação são as primas ricas da administração, já que o prefeito está obrigado a aplicar, respectivamente, 15% e 25% das receitas municipais nesses dois setores.  

Esse é apenas um exemplo de como a administração Parini trata os pequenos comerciantes de Jales. Existem outras centenas de exemplos envolvendo fornecedores que, além de não receber seus créditos, ainda são tratados deseducadamente pelo secretário Chaparim. Enquanto isso, a empresa encarregada do recolhimento do lixo, a poderosa Ecopav, recebe praticamente “em dia” pelos serviços que executa. Atualmente a terceirização do lixo custa coisa de R$ 200 mil por mês, mas esse valor já foi maior. Por exemplo: no final de 2008 – ano eleitoral, quando se gasta um pouco mais – o recolhimento do lixo chegou a custar mais de R$ 230 mil. Por coincidência, foi nesse período que os gastos com a merenda também bateram recordes.

Seria interessante sabermos por qual motivo o prefeito Parini e seu secretário de Finanças, Rubens Chaparim, dão um tratamento assim tão diferenciado para a Ecopav, enquanto as pequenas empresas de Jales são obrigadas a esperar até oito meses para receber seus créditos. Acho que isso mereceria uma boa explicação. Aliás, pensando bem, é melhor que eles não expliquem nada.

De qualquer forma, talvez fosse conveniente que o vereador Especiato encaminhasse um outro pedido de informações ao prefeito Parini, solicitando explicações sobre o pagamento dos ventiladores. Certamente que, apesar do reconhecido prestígio do vereador, a resposta demoraria bem mais do que três dias.

MPF DE JALES DENUNCIA HOMEM POR TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS

Notícia publicada pelo Diário da Região de hoje afirma que o desempregado Carlos Humberto de Azevedo foi denunciado pelo Ministério Público Federal em Jales por tráfico internacional de drogas e contrabando de cigarros.

Ele foi detido pela Polícia Militar Rodoviária em 9 de dezembro, transportando 663 pacotes pesando 567 quilos de maconha, na rodovia Elyezer Montenegro Magalhães (SP-463), em Vitória Brasil.

O material estava no porta-malas e no espaço dos bancos traseiros de um Honda Civic roubado em Brasília e com placas clonadas de Goiânia. A maconha estava coberta por 720 pacotes de cigarros paraguaios. O acusado confessou o crime e disse que adquiriu a droga no Paraguai e receberia R$ 1 mil pelo serviço.

Segundo a PMR, policiais realizavam uma operação de bloqueio, quando avistaram um Civic e um Polo, em atitude suspeita. Os policiais pediram para que parassem, mas os condutores não atenderam a determinação e iniciaram uma fuga, que se estendeu por 35km. O Polo escapou, mas o Civic foi interceptado e Azevedo preso. 

O mesmo assunto foi veiculado no noticiário TV Tem, conforme pode ser visto neste vídeo que ilustra a matéria do Tem Mais. 

VADÃO, O GAZETEIRO

O deputado Vadão Gomes(PP) figura em terceiro lugar na lista dos mais faltosos da legislatura que se encerra no próximo dia 31 de janeiro, conforme divulgado hoje pelo site Congresso em Foco. A relação divulgada pelo site aponta os dez deputados federais que mais faltaram às sessões da Câmara no período compreendido entre fevereiro de 2007 e dezembro de 2010. A deputada Nice Lobão(DEM-MA) encabeça a lista, seguida de perto por Jáder Barbalho(PMDB-PA). O deputado da nossa região, Vadão Gomes, ocupa um honroso terceiro lugar, posição que – se a gazetagem fosse um esporte – lhe garantiria um lugar no pódium. Os três deputados faltaram a mais da metade das 422 sessões de votação ocorridas no período. Se você quiser saber a lista completa dos dez mais faltosos, leia aqui a matéria veiculada pelo Radar Político do Estadão, dessa quinta-feira.

CPI DAS PRAÇAS VIRA INQUÉRITO POLICIAL

A CPI das Praças, que já me rendeu um processo na esfera cível e uma condenação em segunda instância, agora vai render também um inquérito policial e, tomara que não, um processo na esfera criminal. Além deste aprendiz de blogueiro, estão igualmente condenados por improbidade administrativa, pelo menos por enquanto, o prefeito Humberto Parini, a primeira-dama Rosângela Parini e o secretário de Finanças da Prefeitura, Rubens Chaparim. Como se pode ver, pelo menos estou em ótima companhia. Quanto à condenação, não me lembro exatamente do seu inteiro teor, mas ela inclui multa, suspensão de direitos políticos e perda da função pública (essa eu já perdi!).

Para quem não se lembra, a CPI das Praças foi instalada pela Câmara, por obra e graça dos ex-vereadores Gilbertão e Pêgolo, para investigar algumas reformas de praças públicas, providenciadas pela nossa primeira-dama logo no início do primeiro mandato do marido dela, em março de 2005.

Depois da CPI, sobreveio uma Ação Civil Pública movida pelo promotor André Luiz de Souza, a qual foi julgada improcedente pela Justiça de Jales. Levada à segunda instância por força de recurso do promotor, a Ação, dessa vez, foi julgada parcialmente procedente, para minha tristeza e, provavelmente, dos outros três envolvidos. Devo reconhecer porém que, se de um lado ficamos tristes, de outro muita gente ficou feliz.   

Como o prezado leitor sabe, nunca foi proibido reformar praças, mas, no caso em questão, o grande problema é que foram gastos quase R$ 30 mil, sem o imprescindível processo de licitação. A lei preceitua que toda aquisição acima de R$ 8 mil, ou obra acima de R$ 15 mil, deve ser precedida do regular certame licitatório, coisa que a primeira-dama, àquela época, não sabia. Agora, eu imagino que saiba.

Feitas as reformas, era preciso pagar a empresa contratada para fazer os serviços e aí começaram os problemas. O meu envolvimento deve-se ao fato de que, na época, eu era responsável pelo setor de Compras da Prefeitura, encarregado de processar todas as compras feitas pela administração.

Já o secretário Chaparim foi envolvido pela principal testemunha, a dona da empresa, pois, segundo ela, o secretário teria autorizado os serviços e garantido o pagamento para trinta dias depois de terminadas as reformas, promessa que não teria sido cumprida.

Oficialmente, apesar de a notícia ter sido trazida a mim por uma fonte fidedigna (e bota fidedigna nisso!), ainda não fui comunicado de nada sobre o inquérito policial, nem tampouco chamado a prestar depoimento. Mas a abertura do inquérito, segundo a fonte, já é uma realidade.

ELOGIO DÁ MAIS PRAZER QUE SEXO

Pelo menos nos Estados Unidos é assim. Pesquisas feitas com 282 estudantes universitários americanos mostraram que, para eles, é muito mais importante um afago na autoestima (como receber um elogio ou uma avaliação positiva) do que dedicar-se a outras atividades prazerosas, tais  como, fazer um sexozinho básico, saborear a bebida predileta, degustar a comida preferida, encontrar o melhor amigo para um bate-papo e/ou outras coisas frugais.

Se a pesquisa fosse feita aqui no Brasil, entre os políticos, o resultado seria o mesmo. Reparando bem, aqui em Jales, por exemplo, tem político que adora elogios e, de outro lado, não sabe conviver com as críticas.

A notícia sobre a pesquisa está no site EthosOnLine.

SEM MEDO DO DENTISTA

Finalmente, uma boa notícia! Pesquisadores britânicos desenvolveram um dispositivo que cancela o ruído das brocas de dentistas. Segundo eles, a invenção pode ajudar as pessoas a superar o medo de ir ao dentista, uma vez que, para muitos, o som da broca é uma das principais causas de ansiedade durante as visitas ao consultório.

A equipe de pesquisadores, que trabalha no projeto há mais de dez anos, agora está procurando investidores para tornar o dispositivo disponível comercialmente. A notícia completa está no jornal Correio do Brasil, edição de quarta-feira, e pode ser lida aqui.

LAR DOCE LAR

Na modesta casa da foto ao lado, deveria estar funcionando, há pelo menos uns dois anos, mais uma obra social da nossa primeira-dama, Rosângela Parini. Deveria, mas não está. E tudo indica que, se depender da agitada agenda da primeira-dama, tão cedo não vai estar funcionando. O caso, como você mesmo poderá concluir, é apenas mais um exemplo de como o dinheiro público – por incompetência, falta de planejamento e desinteresse  – é tratado com descaso e desrespeito.

 Ali, naquele imóvel situado em área conjugada ao aeroporto, bem na esquina das avenidas “Paulo Marcondes” e “Guilherme Soncini”, já era prá ter sido instalado um programa social da Prefeitura de Jales, através do Fundo Social de Solidariedade do Município – presidido por dona Rosângela Parini – em parceria com o governo estadual, denominado projeto “Lar Doce Lar“.

O objetivo principal do projeto “Lar Doce Lar” consiste em treinar e capacitar empregadas domésticas (profissionais domésticas seria a denominação políticamente mais correta), visando qualificá-las para as exigências cada vez mais acirradas do mercado de trabalho. Ao final de 2008, visando possibilitar o início do projeto, a Prefeitura contratou uma empreiteira local para reformar o imóvel, sendo que, em fevereiro de 2009, a referida empreiteira entregou a casa totalmente repaginada. O valor da reforma, ou repaginação, beirou R$ 50 mil, dos quais R$ 40 mil vieram do governo do Estado.

Além dos R$ 50 mil gastos na repaginação do imóvel, a Prefeitura teria investido mais uns R$ 15 mil (R$ 10 mil vindos do Estado) na aquisição dos materiais e equipamentos necessários à implantação do projeto. Porém, como se pode ver pelas fotos, o local está abandonado e cercado de mato por todos os lados, apesar de a Secretaria de Agricultura estar situada bem ali do lado. Não é difícil deduzir que – quando a primeira-dama resolver botar o projeto em funcionamento, se resolver – o imóvel possa ter que passar por uma nova reforma.

Em tempo: para possibilitar o início da reforma, a Prefeitura – através do secretário José Shimomura, se não me falha a memória – desalojou de lá um casal de moradores.

ENCHENTES

Reproduzo abaixo, trechos do email que me foi enviado pelo amigo Chico Melfi, a respeito das enchentes em São Paulo:

Digo e repito: o papel da chuva é chover, do governador e dos prefeitos fazer obras de drenagem e macro-drenagem e da imprensa é denunciar as omissões governamentais sejam tucanos ou não os seus mandatários.

Pois bem, todos os alagamentos, inundações e transbordamentos de rios, no Estado de São Paulo, e especialmente na capital e arredores, são decorrência dos ridículos investimentos realizados em drenagem e macro-drenagem, pelos sucessivos governos tucanos e do DEM (prefeitura da capital).

Se esses governantes fossem do PT, as denúncias seriam diárias – como ocorreu com a Marta Suplicy. Nessa ocasião, a imprensa não falava que a chuva provocara inundações. Ela denunciava a prefeitura pela não realização da obra A ou B e martelava nisso o tempo todo.

Ao contrário, durante todo o período de governos tucanos, a imprensa só sabe repetir que a culpa de todos os alagamentos e inundações é da chuva. É só ver as manchetes e submanchetes diárias, nesse período do ano.

A imprensa deveria saber que existe um Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, que completou 12 anos em dezembro de 2010. 

A imprensa deveria colocar dois ou três bons jornalistas para escarafunchar esse Plano Diretor e ir atrás de informações sobre o estágio atual da sua implementação.

Como estou certo de que encontrará muita omissão dos governos tucanos, a imprensa deveria denunciar o governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da capital, levando a opinião pública a pressionar esses governos, parlamentares e entidades da sociedade civil para que as obras necessárias sejam realizadas sem mais protelação.

Mas como a imprensa fará isso se parte dela está comprometida até a medula com os sucessivos governos tucanos e do DEM?

Como eu acho que as Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) não cumprirá o seu papel institucional, então continuaremos com o “reme-reme” de que a chuva – Deus – é a responsável pelo inferno em que é transformada a capital e municípios da Região Metropolitana de São Paulo.

E o Sanakan pergunta: 

– Como é que tem gente que ainda paga pra ser enganado, assinando a Folha, o Estadão e a Veja?

COMENTARISTA QUE DEFENDIA DITADURA DEIXA AFILIADA DA GLOBO

“HOJE, POR CULPA DESTE GOVERNO, QUALQUER MISERÁVEL TEM UM CARRO”

(sobre texto original de João Peres – Rede Brasil Atual)

A RBS anunciou nesta quarta-feira (12) a saída do comentarista Luiz Carlos Prates, responsável por colunas televisivas que defendiam o legado da ditadura.

Nota divulgada pela emissora afirma que o comunicador vai se dedicar a “projetos pessoais”. Além dos comentários no Jornal do Almoço, Prates assinava artigos no Diário Catarinense, também de propriedade do Grupo RBS, afiliada da Rede Globo no Sul do país.

O colunista se tornou famoso nacionalmente nos últimos anos, quando, primeiro, defendeu os responsáveis pelo regime militar e, depois, queixou-se da possibilidade de que os pobres passassem a consumir.

Em dezembro de 2009, Prates ponderou que a ditadura “ensinou o caminho da verdadeira luta e da verdadeira e legítima democracia”. “Liberdade eu tinha como jovem, de andar pelas madrugadas de Porto Alegre, Rio, São Paulo, Belo Horizonte, como jornalista, com um radinho de pilha no ouvido. Não era molestado por quem quer que seja. Eu tinha segurança de cidadão brasileiro. Hoje, saia à noite. Não tem mais segurança”, acrescentou à ocasião.

Em novembro de 2010, Prates lamentou que “qualquer miserável tem um carro” e culpou o governo federal por dar crédito a “quem nunca tinha lido um livro.” Foi essa a explicação encontrada pelo comentarista para o grande número de acidentes automobilísticos. “Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais que não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso.”

A matéria acima é da Rede Brasil Atual, à qual este aprendiz de blogueiro faz, abaixo, um pequeno acréscimo:

O comentarista Luiz Carlos Prates ficou conhecido também pelo famoso comentário sobre a pedagogia da cinta, que pode ser encontrado no YouTube. Abaixo, estou postando o vídeo onde ele culpa o governo Lula pela popularização do carro. Vejam quanta bobagem.

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