Arquivos mensais: junho 2018

DITADURA MILITAR ABAFOU APURAÇÃO DE CORRUPÇÃO NOS ANOS 70

Muitos brasileiros estão se aproveitando da liberdade de opinião que lhes proporciona a democracia para – alguns por ingênuos, outros por desinformados e muitos por imbecis mesmo – pedir a volta da ditadura, com o argumento de que no tempo do regime militar não tínhamos corrupção.

Ledo e Ivo engano! Na ditadura havia, sim, corrupção. A diferença é que ela não era investigada e, quando investigada, não podia ser divulgada. A censura impedia que denúncias contra integrantes do regime viessem a público. Se a população não sabia da existência de falcatruas, era pelo simples motivo de que a imprensa não tinha a liberdade hoje existente para investigar e denunciar.

Outro motivo é que, como a sociedade civil estava impedida de se organizar democraticamente, não existiam instrumentos de controle nem órgãos de fiscalização efetiva sobre as ações do governo. Mesmo assim, basta procurar na internet que vamos encontrar casos envolvendo Maluf (sim, ele já roubava na ditadura!), Delfim Neto e outros.

O historiador Pedro Henrique Campos, por exemplo, pesquisou as origens da corrupção brasileira e, em entrevista à BBC, garantiu que o pagamento de propinas por empreiteiras se consolidou durante a ditadura militar.

Resumindo, se os defensores da intervenção militar querem voltar aos tempos em que a corrupção era jogada pra debaixo do tapete, nem é preciso convocar os militares. Basta trazer o governo FHC de volta.

Mas, vamos à notícia da Folha de S.Paulo, de hoje:  

A Ditadura Militar brasileira atuou para abafar uma investigação de corrupção na compra de fragatas (navios de escolta) construídas pelos britânicos nos anos 1970. É o que revelam documentos confidenciais históricos do governo do Reino Unido.

Os fatos narrados nos papéis ocorreram durante os governos dos generais Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) e Ernesto Geisel (1974-1979).

Segundo os registros, que o jornal Folha de S. Paulo teve acesso, em 1978 o Reino Unido estava disposto a investigar denúncia de superfaturamento na compra de equipamentos para a construção dos navios vendidos ao Brasil e se ofereceu para pagar indenização de pelo menos 500 mil libras ao Brasil (o equivalente a quase 3 milhões de libras hoje —ou R$ 15 milhões).

Em vez de permitir e ajudar no inquérito que seria do interesse do Brasil, o regime militar abriu mão de receber o valor e rejeitou os pedidos britânicos para ajudar na investigação —que foi recebido com estranheza em Londres.

DEU NA FOLHA NOROESTE DE HOJE

Na edição digital do jornal Folha Noroeste deste sábado, o principal destaque é a iniciativa dos vereadores Tiago Abra(PP) e Deley(PPS), que estão pedindo providências à Prefeitura para cobrar do ex-prefeito Humberto Parini o ressarcimento dos prejuízos com uma dívida de R$ 1,3 milhão. A dívida foi causada pela cessão à empresa Barzimix de um terreno que não pertencia à Prefeitura, mas aos herdeiros do fundador Euphly Jalles. Os vereadores, depois de irem ao Ministério Público, estão querendo, agora, que o jurídico da Prefeitura ingresse com uma Ação de Regresso para responsabilizar Parini pela dívida.

Destaque, também, para a 28ª Festa do Peão de Urânia, que acontecerá nos dias 07, 08 e 09 de junho, marcando o início das festividades do 68º  aniversário do município, que foi fundado a 13 de junho de 1950, pelo corretor de imóveis Zico Braga. A festa terá shows dos cantantes Tiago Brava (quinta-feira), Matogrosso & Mathias (sexta) e Rionegro & Solimões (sábado). Além do show, o sábado – último dia da festa – terá a final do rodeio e a tradicional queima de fogos. E o prefeito Márcio Arjol vai tentar provar que é possível fazer festa de graça para o povo, uma vez que, segundo o jornal, a entrada no recinto de exposições será franca.

Na coluna FolhaGeral, o sorumbático editor-chefe Roberto Carvalho está criticando os nobres edis jalesenses que aprovaram as contas da ex-prefeita Nice Mistilides, exercício de 2014, contrariando recomendação do Tribunal de Contas, que recomendava a desaprovação. O colunista lembrou que, na legislatura anterior, a Câmara, sob a influência do petista Luís Rosalino, rejeitou parecer do TCE contrário à aprovação das contas do ex-prefeito Parini. Roberto afirma que os vereadores jalesenses querem continuar andando na contramão do que acontece no país, uma vez que, nos dias atuais, a população brasileira rejeita os maus gestores públicos.

AO VER ELENCO DE CRISTÃOS CONVIDADOS, JESUS CRISTO FUGIU DA ‘MARCHA PARA JESUS’

Só faltou o Malafaia. Do jornalista Kiko Nogueira, no DCM:

Jesus fugiu da Marcha Para Jesus em São Paulo quando viu o elenco de cristãos que colocaram num palco.

O negócio pertence ao casal dono da Igreja Renascer em Cristo, bispa Sônia Hernandes e apóstolo Estevam Hernandes.

No dia 14 de janeiro de 2007, a caminho de Miami, Sônia, Estevam, dois filhos e três netos embarcaram na primeira classe de um voo levando US$ 56 467 em dinheiro.

Ao pousar, tentaram passar pela alfândega americana sem declarar o valor.

Acabaram presos, admitiram a culpa e cumpriram pena de reclusão em regime fechado e semi-aberto. Parte da grana foi encontrada dentro de uma “Bíblia”.

Dois anos depois, o telhado da sede da Renascer, no Cambuci, desabou.

Nove pessoas morreram e 117 ficaram feridas. Ninguém foi formalmente indenizado.

Eles convidaram Jair Bolsonaro e Magno Malta para discursar.

Jesus achou esquisito ficar ao lado de um sujeito que defende a tortura e a pena de morte, sendo que ele mesmo foi torturado e condenado a morrer na cruz.

Não quis conversa com Malta, o vice dos sonhos de Bolsonaro, por achar estranho estar com um sujeito acusado de receber propina de 100 mil reais, sem contar a história tenebrosa de seu casamento com a cantora gospel Lauriete.

“Incluam-me fora dessa”, disse.

Jesus Cristo confirmou presença na Parada do Orgulho LGBT. “Fora tudo, é muito mais bem frequentada”, falou o Filho do Homem.

MPF VAI INVESTIGAR PEDIDOS DE INTERVENÇÃO MILITAR ENTRE GREVISTAS

Em Jales, faixas pedindo a volta da ditadura foram vistas nos pontos de bloqueios(acima) e na caminhada de apoio do comércio aos caminhoneiros(abaixo). Mas não foi a primeira vez: em 2016, durante a marcha dos coxinhas, uma faixa já pedia intervenção militar (mais abaixo).

Deu no site Conjur:

O Ministério Público Federal vai investigar se houve violação, por parte de empresários e lideranças locais dos caminhoneiros, do artigo 17 da Lei de Segurança Nacional. O dispositivo prevê pena de até 15 anos de prisão para quem “tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito”.

Além do artigo 17, o MPF vai apurar ainda crimes como sabotagem e incitação “à subversão da ordem política ou social” e “à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais e instituições civis”, previstos respectivamente nos artigos 15 e 23 da lei, e cujas penas, somadas, podem chegar a 14 anos de reclusão.

As ordens para os procedimentos investigatórios foram enviadas nesta quarta-feira (30/5) pela Câmara Criminal do MPF a São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, estados onde foram registrados atos e declarações em que pessoas insuflam manifestantes a pedirem uma intervenção militar no país.

Nos despachos, aos quais a Agência Brasil teve acesso, são descritas condutas de empresários, líderes de caminhoneiros e de pessoas sem ligação com a paralisação que tentam, por meio da paralisação, promover o movimento da intervenção militar.

Entre as pessoas citadas estão desde um empresário varejista do Sul que autorizou o incêndio de caminhões próprios para insuflar protestos até um sargento da reserva que produziu vídeos incentivando um golpe militar. O material circula em grupos de WhatsApp de manifestantes. Algumas pessoas também são ligadas a partidos políticos.

O MPF do Espírito Santo também solicitou à Polícia Federal que instaure inquérito para apurar a prática dos mesmos crimes no estado porque “após concessões feitas pelo governo federal, o movimento não se dissipou, desviando o foco com a intenção de forçar a mudança no regime político: de democracia representativa para ditadura militar, regime autocrático”, conforme informou a Procuradoria da República capixaba.

Além desses casos, o MPF determinou que procuradores locais investiguem outros crimes federais previstos no Código Penal, como paralisar trabalho de interesse coletivo, atentar contra segurança e funcionamento de serviços de utilidade pública como água e luz e desobedecer a ordem legal de funcionário público. A PF já instaurou 48 inquéritos policiais para apurar esses tipos de delito.

JUSTIÇA CONDENA EX-PREFEITO DE DOLCINÓPOLIS A MAIS DE 11 ANOS DE PRISÃO

Zé Luiz, vocês sabem, foi preso preventivamente pela Polícia Federal de Jales em fevereiro de 2017, no âmbito da “Operação Catatau”. Já o amigo do ex-prefeito, o Zé Colmeia, que inspirou o nome da operação, sumiu do noticiário. A notícia do G1 não diz, mas ele foi condenado pela Justiça de Estrela D’Oeste:

O ex-prefeito de Dolcinópolis (SP), José Luis Reis Inácio de Azevedo (PSDB), foi condenado a 11 anos e 4 meses de prisão por desvio de verbas, associação criminosa e fraude em licitação.

De acordo com o Ministério Público, que propôs a ação, o ex-prefeito desviou quase R$ 500 mil dos cofres públicos na época em que foi prefeito, de 2012 a 2016.

Além da prisão, a Justiça condenou o ex-prefeito a pagar mais de R$ 400 mil de indenização para a prefeitura.

José Luis está preso desde fevereiro de 2017, quando foi encontrado pela Polícia Federal em Porto Seguro (BA). Segundo as investigações, depois que o mandato terminou, ele se mudou com a família para a cidade baiana.

1 7 8 9