Arquivos mensais: dezembro 2021

PREFEITURA COMPRA CRECHE QUE PERTENCEU À CASA DA CRIANÇA POR R$ 3 MILHÕES

Ao contrário do que diz o triste personagem da música do Assis Valente, postada aí pra baixo, que reclama da falta de atenção do Papai Noel – “já faz tempo que eu pedi, mas o meu Papai Noel não vem” – aqui em Jales o bom velhinho chegou com a antecedência de dois dias para os sócios da empresa Além dos Sonhos Empreendimentos e Participações Ltda.

E o que é melhor: chegou com um saco vermelho cheio de dinheiro. Na quinta-feira, 23, a Prefeitura depositou R$ 3 milhões na conta da citada empresa, referente à desapropriação do imóvel onde funciona a creche “Profª Vera Lúcia de Oliveira Vilela”, na Rua do Estado, que até 2016 pertenceu à Casa da Criança.

No início daquele ano, a Casa da Criança – irremediavelmente debilitada pela gestão temerária do seu então presidente, Renato Preto – se viu obrigada a vender parte de seu patrimônio para a Além dos Sonhos Ltda. Segundo noticiou à época o Jornal de Jales, o imóvel foi vendido por R$ 900 mil.

Transcorridos quase seis anos, a comissão especial nomeada no início deste mês pelo prefeito Luís Henrique Moreira para avaliar o preço do imóvel, que tem 814,47m² de área construída, concluiu que ele está valendo os R$ 3 milhões, pagos à vista.

A Prefeitura estava pagando R$ 5,8 mil mensais pelo aluguel do prédio, de modo que, feitas as contas, os R$ 3 milhões correspondem a mais de 43 anos de aluguel. Com esse dinheiro, o ex-prefeito Humberto Parini – que não foi nenhum modelo de administrador, mas construiu 3 creches (São Judas, Municipal e Oiti) e 1 escola (JACB) com recursos da Prefeitura – construiria pelo menos duas modernas creches. 

Isso sem contar que Prefeitura mantém uma creche desativada – a do Jardim São Jorge – que, por muito menos, poderia ser colocada em condições de uso. Mas o prefeito deve ter lá seus motivos para, sem nenhum alarde, investir os R$ 3 milhões em uma creche que nem é tão moderna assim.

É interessante lembrar que parte dos imóveis vendidos pela Casa da Criança já estiveram no centro de uma questão judicial. Em fevereiro de 2017, a Justiça local, atendendo pedido do Ministério Público, concedeu uma liminar bloqueando os imóveis.

Segundo o promotor, todo o quarteirão onde funcionava a Casa da Criança teria sido doado de forma irregular pela Prefeitura à entidade, em 1980. O promotor argumentava que a Prefeitura, governada à época da doação pelo ex-prefeito Caparroz, não tinha autorização da Câmara para doar o imóvel.

Não se tem notícia sobre o resultado da ação do Ministério Público, mas é provável que tenha sido julgada improcedente, uma vez que em um dos terrenos bloqueados está sendo construída uma igreja. Por fim, é curioso notar que, 41 anos depois, a Prefeitura está pagando R$ 3 milhões por um prédio antigo, construído em um terreno supostamente doado por ela própria.   

O FELIZ NATAL DO PROFESSOR VILLA

O professor Marco Antonio Villa está otimista. Ele acha que o Natal de 2022 será bem melhor que o deste ano, porque estaremos a uma semana de nos livrar do Bozo. E pra você que não está acostumado a ouvir os comentários do professor, “mandrião” (vagabundo) e “asmodeu” (príncipe das trevas, espírito mau) são duas formas como ele se refere a Bolsonaro. Eis o comentário de hoje:

BOLSONARO USA MICHELLE COMO ESCUDO HUMANO PARA NÃO SER ATACADO

Do blogueiro Ricardo Noblat, no portal Metrópoles:

É ou não coisa de gênio fechar o ano mais tenebroso da recente história da Humanidade como potencial assassino de crianças? Ou, na versão mais amena, como o único chefe de Estado que se opôs à vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade ameaçadas pela nova variante da Covid-19?

Bolsonaro comporta-se como se nadasse em um oceano de votos, a ponto de dar-se ao luxo de abrir mão de uma boa parte deles. Sabe, porém, que não é assim. Se a eleição fosse hoje, até João Doria (PSDB) o derrotaria, quanto mais Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos).

Dirigir-se à nação na companhia de sua mulher para desejar feliz Natal não foi só jogada de marketing político – – foi também de desespero. Ele está mal entre as mulheres que o rejeitam em grande maioria. Apresentar-se ao lado de Michelle quem sabe, por ora, não o pouparia de críticas mais acerbas?

O pronunciamento do casal presidencial durou 1 minuto e 34 segundos. Do total de 158 palavras, 55 foram ditas por Bolsonaro, 73 por Michelle. Nenhuma sobre a pandemia que por aqui matou mais de 618 mil pessoas. Nenhuma de conforto para os que perderam parentes e amigos. Nenhuma para os que passam fome. Sobre a vacinação infantil, apenas o silêncio.

Verdade que pela manhã, em mais um encontro com devotos no cercadinho do Palácio da Alvorada, Bolsonaro repetiu:

“Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial. Tá morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar. […]Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar uma opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada”.

Complicada é a situação das crianças e dos seus pais, que querem vaciná-las. De acordo com dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe, do começo da pandemia até o último dia 6 foram registradas 301 mortes de crianças entre 5 e 11 anos por Covid-19 no país. E ainda não havia Ômicron no pedaço.

LULA ATINGE 62% DAS INTENÇÕES DE VOTOS ENTRE OS QUE SOFREM COM A FOME

Deu no Brasil 247:

O retorno da fome e da miséria no Brasil alavancou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que aponta um dos cortes da pesquisa Datafolha. “O ex-presidente Lula tem ampla liderança entre os eleitores que se consideram sob insegurança alimentar, aponta pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha.

O petista tem 62% da preferência entre os eleitores que declararam ter menos quantidade de comida em casa do que o necessário. Neste grupo, Jair Bolsonaro (PL) alcança apenas 11%”, relata a coluna Painel, da Folha de S. Paulo

“Bolsonaro tem melhor resultado entre aqueles que consideram ter mais comida do que o suficiente em casa. Nesse eleitorado, Bolsonaro fica tecnicamente empatado com Lula, chegando a 35% contra 37% do ex-presidente”, aponta ainda a coluna.

CAETANO VELOSO – “BOAS FESTAS”

A marchinha “Boas Festas” – que eu já postei aqui no blog em 2017, cantada pelo Zeca Baleiro – é considerada o hino do Natal brasileiro. E se o Natal é uma época de presentes, festas e alegria, “Boas Festas”, contraditoriamente, é uma música triste. 

Seu autor, o baiano José de Assis Valente, era um sujeito que vivia entre a alegria e a tristeza, mas há quem diga que “Boas Festas” foi sua única música triste. Ele a compôs na véspera do Natal de 1932, quando já morava no Rio de Janeiro. Assis estava sozinho e deprimido na noite de 24 de dezembro, no quarto de uma pensão, quando pegou lápis e papel e começou a escrever.

Naquela noite solitária estava nascendo uma das mais conhecidas canções de Natal, que Assis Valente escreveu pensando em entregar para Carmem Miranda, mas, para sua decepção, ela não gravou sua música. Quem a gravou primeiro foi o grupo Anjos do Inferno, mas foi com a gravação de Carlos Galhardo, no ano seguinte, que “Boas Festas” fez sucesso.

Assis começou a compor em 1930, dois anos antes de escrever “Boas Festas”, e uma de suas primeiras músicas recebeu o sugestivo nome de “A Infelicidade me Persegue”. Em 1940, com a infelicidade ainda no seu encalço, ele se casou com uma datilógrafa, mas foi, provavelmente, um casamento de aparências, já que era homossexual. 

Em conflito com sua sexualidade, o compositor tentou o suicídio pela primeira vez alguns meses depois do casamento, mas fracassou. Assis pulou em um precipício de 800 metros, mas foi salvo por um galho onde se enroscou e acabou resgatado pelos bombeiros. Alguns anos depois, ele tentou se matar novamente, dessa vez cortando os pulsos.

Em uma tarde chuvosa do dia 11 março de 1958, alguns meses antes de Pelé e Garrincha conquistarem o caneco pela primeira vez, Assis Valente, bastante endividado (ele ganhava a vida fazendo dentaduras), veio a terceira tentativa de deixar este mundo cruel, dessa vez exitosa. Depois de engolir uma dose de formicida com guaraná, ele finalmente conseguiu passar a outro plano.

Antes do ato tresloucado, Assis ainda se deu ao trabalho de avisar a várias pessoas que aquele era o seu último dia. Em seu bolso, encontraram um bilhete endereçado a Ary Barroso, onde Assis pedia que o amigo fizesse o favor de pagar os dois meses de aluguel que devia ao dono da pensão.

Uma das versões mais famosas de “Boas Festas” é a dos Novos Baianos, gravada em disco de 1970. Além da já citada releitura de Zeca Baleiro, a música de Assis foi regravada também por Ivan Lins, Simone, João Gilberto, Maria Bethânia e Gaby Amarantos, entre outros.

Assis não deixou apenas “Boas Festas”. Bethânia, por exemplo, regravou “Camisa Listrada”, outro clássico do compositor. E quem não conhece “Brasil Pandeiro”, cuja versão mais famosa também é dos Novos Baianos? Deixou também “E o Mundo Não Se Acabou…”, uma sátira ao fim do mundo, regravada por artistas como Adriana Calcanhoto, Ney Matogrosso, Eliete Negreiros e Paula Toller.

No vídeo abaixo, quem canta “Boas Festas” é Caetano Veloso, em trecho de sua live de Natal do ano passado. Não foi a primeira vez que Caetano cantou a música do conterrâneo Assis Valente. Em 1996, ele gravou “Boas Festas”, em bonito dueto com Gilberto Gil (aqui), no disco “World Christmas”.

DEU NA FOLHA NOROESTE DE HOJE

No jornal Folha Noroeste, edição digital desta sexta-feira, véspera de Natal, a principal manchete diz que “os apaixonados pelo universo sertanejo estão exultantes com a volta da Facip”. Na matéria de primeira página, o jornal informa que ao anunciar a volta da Feira Agrícola, Comercial, Industrial e Pecuária – Facip de Jales, o prefeito Luís Henrique Moreira (PSDB) disse que está resgatando tradições da cidade. “Retomaremos a Facip, em novo local, com portões abertos todas as noites, rodeio em touros e cavalos, shows de projeção nacional e até internacional e diversas atrações para as famílias”, disse o prefeito. O anúncio foi feito na noite de terça-feira, 21, quando, na presença de um grande público, houve a exibição de um vídeo produzido pela Secretaria Municipal de Comunicação, divulgando a grade de shows.

Destaque, igualmente, para o anúncio do governo estadual feito na quarta-feira, 22, sobre a instalação de consultórios veterinários públicos em 130 cidades paulistas, entre elas a nossa vizinha Santa Fé do Sul. Os novos serviços funcionarão em contêineres do programa estadual Meu Pet, que também prevê clínicas de alvenaria regionais em dez municípios, chegando ao total de 140 cidades contempladas com serviços voltados à saúde de cães e gatos. O detalhe curioso é que, em novembro passado, o vereador Ricardo Gouveia anunciou que Jales tinha sido incluída no programa Meu Pet e receberia, em 60 dias, um consultório veterinário, mas, no anúncio desta semana, o nome da nossa cidade não aparece na relação das 130 cidades contempladas.

Na coluna FolhaGeral, o tautalógico redator-chefe Roberto Carvalho, o Pestinha, comenta que o prefeito Luís Henrique Moreira está cumprindo o que prometeu, ao anunciar a retomada da Facip de portões abertos, que já foi uma das festas mais populares do Brasil. O colunista ressalta, porém, que o prefeito deveria ouvir com mais atenção o que dizem as pessoas de bom senso. E as pessoas sensatas estão dizendo, ao que parece, que a periferia da cidade está pedindo socorro e que o prefeito, festas à parte, deveria priorizar a execução urgente de algumas melhorias reclamadas pela população. Ou seja, circo é bom mas não deveria ser prioridade.

PUXADO PELO COMÉRCIO, SALDO DA GERAÇÃO DE EMPREGOS EM NOVEMBRO FOI O MELHOR DO ANO EM JALES

Da assessoria de imprensa da ACIJ:

O mês de novembro foi o que apresentou o melhor índice na geração de empregos em 2021 em Jales. É o que aponta o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgado na quinta-feira, 23 de dezembro.

O desempenho positivo foi puxado pelo setor do comércio, que foi o que mais contratou colaboradores com carteira assinada. Foram 196 admissões, contra 119 demissões, o que resultou no saldo de 77 vagas.

A indústria veio logo em seguida, com 84 contratações e 56 desligamentos, saldo positivo de 28 vagas. Já o setor da construção ficou com o saldo de 11 novas vagas criadas, resultado das 16 admissões e cinco demissões formais registradas na cidade.

O setor da agropecuária também teve resultado positivo, mas de apenas uma nova vaga criada, resultado de duas contratações e uma demissão, enquanto o setor de serviços foi o único que demitiu mais do que contratou. Foram 84 admissões e 93 desligamentos, saldo negativo de nove postos de trabalho.

No geral, somando todos os setores, Jales terminou novembro com um saldo positivo de 108 pessoas que ganharam uma nova oportunidade de emprego formal, resultado das 382 admissões e 274 demissões.

Acumulado do ano:

No acumulado de 2021, Jales também apresenta saldo satisfatório. Foram 3.632 pessoas contratadas, contra 3.299 demitidas, restando saldo positivo de 333 vagas.

No mesmo período do ano passado, o cenário não era muito animador. De janeiro a novembro de 2020, foram 2.961 admissões e 2.870 demissões. O saldo da época foi de 91 vagas criadas.

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