A HONESTIDADE E O PASSADO NEM SEMPRE CONTAM

Toda essa discussão sobre honestidade me fez lembrar de um caso interessante, ocorrido durante o processo da “Reforma das Praças”, no qual estão envolvidos, além deste aprendiz de blogueiro, o secretário Rubens Chaparim, a primeira-dama, Rose Parini e, é claro, o prefeito Humberto Parini. Uma noite, fui convocado a ir até a residência do prefeito. Estavam por lá, além do casal anfitrião, os advogados que nos defendiam no caso e boa parte das nossas testemunhas de defesa.

No dia seguinte, teríamos uma audiência no Fórum, e, por conta disso, julgou-se de bom alvitre reunir todo mundo para, digamos assim, “padronizar” os depoimentos. Assim, depois de degustarmos alguns quitutes encomendados pela primeira-dama, especialmente para a ocasião, passamos ao “ensaio”. Entre outras coisas, as testemunhas foram orientadas a afiançar a honestidade do secretário Rubens Chaparim. O próprio secretário cuidou de indicar três testemunhas, as quais estavam escaladas somente prá falar sobre o passado probo e irretocável do czar das finanças municipais.

Chegada a hora da audiência, a primeira testemunha a ser chamada, foi o secretário de Administração, José Shimomura. Depois de ouví-lo, o juiz Alex Ricardo Tavares passou a palavra aos advogados de defesa, para que eles questionassem Shimomura sobre o que julgassem necessário. E a advogada fez então uma daquelas perguntas para as quais todo mundo já tinha ensaiado a resposta: “o senhor poderia nos dizer a quanto tempo conhece o secretário Chaparim e se o senhor o considera uma pessoa honesta?”

Antes que Shimomura tivesse tempo de dizer qualquer coisa, o juiz interrompeu: “Essa pergunta é irrelevante! Nós não estamos aqui prá julgar o passado de ninguém. O assunto aqui é a reforma das Praças. A senhora tem alguma pergunta a fazer sobre o caso em pauta?”. Diante da resposta negativa, o juiz dispensou Shimomura. E as nossas advogadas, por outro lado, cuidaram de dispensar as outras três testemunhas que estavam lá apenas para falar sobre a honestidade de Chaparim.     

4 comentários

  • Anti-PT

    O Secretário de Planejamento, da época, caiu porque se recusou a pactuar com o embroguilho das praça. E nada fez a justiça em ouvi-lo. E agora? quem vai cair com mais uma vez o dinheiro gasto de forma erradal, nas praças do “jacaré”e euphly jalles?

  • Anônimo

    #brasilumpaísdetolos

  • Anônimo

    Caro Cardoso, como assim ““padronizar” os depoimentos”? CUIDADO com o e o que divulga aqui, pois só para se ter ideia, esta padronização pode configurar crime. Veja o que diz o Código Penal:

    Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
    Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
    § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta

    Isto que sem considerar a prática de fraude processual e infração ética desses advogados!!!

  • Chiquinho

    Cara, esse anônimo viajou na maionese geral… O cara pega o artigo 342 do CP, que fala sobre os crimes cometidos em juizo. Que porra loka é essa cara. Esse cara é advogado do PMDB do João Missoni por acaso???

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