CEI DA MERENDA ESCOLAR AGUARDA ESCOLHA DO TERCEIRO INTEGRANTE

Na sessão da Câmara de segunda-feira passada, a vereadora Pérola Cardoso(PT) usou a tribuna para anunciar que estava desistindo de participar da CEI da Merenda Escolar. A alegação oficial, que a vereadora teria apresentado inclusive à direção do seu partido, é de que ela está assumindo novas funções no Hospital de Câncer, às quais precisará dedicar mais tempo.

Até as criancinhas do pré-primário sabiam que Pérola seria substituída por Especiato. A demora em instalar a CEI da Merenda tinha como objetivo – além de tentar esfriar o assunto – dar um tempo para que Luís Especiato, o mais notório defensor do prefeito, deixasse a presidência da Câmara e ficasse desimpedido de assumir uma vaga na Comissão de Investigação. Todo o resto é conversa prá boi dormir.

Resta saber agora, quem vai ser o indicado para a terceira vaga, já que, além de Especiato, o tucano Jota Erre também está escalado para a CEI. Existem apenas duas alternativas na base de apoio ao prefeito Humberto Parini: o peemedebista Osmar Rezende e o pepessista Rivelino Rodrigues. Para a oposição, talvez fosse mais interessante a nomeação de Rivelino, já que, ultimamente, ele tem dado pinta de que não anda lá muito contente com a administração Parini.

No entanto, se tiver bom senso, Rivelino – que já participou das duas CEIs anteriores, a da Petrobrás e a do Asfalto – pedirá prá ficar fora dessa. Afinal, uma irmã do vereador ocupava o cargo de chefe de gabinete da Secretaria de Educação até agosto de 2009 e, de certa forma, ela também era responsável pela fiscalização da alimentação escolar. Além disso, um irmão do vereador presta serviços à empresa Gente Ltda, na distribuição da merenda.

Seja lá quem for o escolhido, a Câmara terá uma enorme responsabilidade, principalmente o petista Luís Especiato, que, a despeito de defender o prefeito a qualquer custo, não poderá fechar os olhos às evidências. Afinal, nem é preciso ser um grande matemático para perceber que alguma coisa estranha aconteceu na merenda escolar de Jales. Em 2006, quando tudo começou, a média de refeições diárias passava um pouco de 5.000, e – apesar de o número de alunos matriculados no município ter diminuído ano a ano –  no segundo semestre de 2008, por exemplo, a merenda alcançou a estratosférica média de 9.000 refeições diárias.

Some-se a tudo isso, as denúncias feitas por algumas merendeiras ao Ministério Público Federal. Volto ao assunto mais tarde.

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