Categoria: Política
MACETÃO VAI TROCAR ASSESSORIA
O novo presidente da Câmara, vereador Macetão, já começou a trocar os assessores lotados em cargos de confiança no Legislativo. O primeiro a receber a notícia, segundo informações, teria sido o assessor de imprensa Roberto Timpurim Berto, que vai ser substituído pelo jornalista Douglas Zílio, da Folha Regional. Contactado, Macetão confirmou a troca da assessoria.
Além de Timpurim, a Câmara de Jales – que é uma das mais enxutas da região – tem outros quatro ocupantes de cargos de confiança. Corre o boato de que Macetão não teria tomado a decisão sozinho. Algumas trocas fariam parte de um acordo que teria sido alinhavado por um emissário do Paço e discutido durante o encontro que reuniu Macetão e Parini no gabinete do prefeito. Por enquanto, o suposto acordo é apenas boato, mas, em se tratando de política, não se deve duvidar de nada.
Resta saber como vai ser a reação, por exemplo, do ex-presidente da Câmara, Claudir Aranda, um dos aliados do prefeito e concunhado de Timpurim.
JOÃO MISSONI ANUNCIA QUE ESTÁ SAINDO DA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO
O anúncio oficial estava previsto para segunda-feira, mas parece que o João Missoni resolveu adiantar o expediente. Nesta sexta-feira, ele foi o entrevistado do Antena Ligada, onde falou sobre semáforos e radares. Missoni aproveitou, também, para fazer um balanço de sua gestão à frente da Secretaria de Planejamento e anunciar que está deixando a administração Parini. Terça-feira (10) será seu último dia de trabalho na Secretaria.
Missoni explicou que já não estaria se sentindo muito confortável no cargo de secretário, tendo em vista que o seu partido – o PMDB, do qual ele é o presidente do diretório local – está anunciando o propósito de lançar candidatura própria ao cargo de prefeito, nas eleições de outubro. E, como Parini também já anunciou Especiato como candidato do PT à sucessão, João estaria saindo para evitar falatórios, como ele mesmo explicou.
João não explicou, e também não lhe foi perguntado, como ficarão os outros peemedebistas – Jediel e Colombo – que fazem parte do governo. Tampouco disse qual será a posição dos vereadores do partido – Rivelino e Osmar – na Câmara. Tudo indica, no entanto, que nada vai mudar. Isto é, Missoni está deixando a administração, mas o PMDB continua no governo Parini. E por um motivo muito simples: os peemedebistas não acreditam que Garça vá ser candidato e continuam acalentando a idéia de uma dobradinha com o PT.
UMA IMAGEM DESPUDORADA
“Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem”, escreveu um antigo pensador. “Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta”, escreveu outro. “Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer”, disse um terceiro.
Particularmente, prefiro a definição do falecido Magalhães Pinto: “A política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. Essa definição também é atribuída a Ulysses Guimarães e a Tancredo Neves, mas isso não interessa muito. O que interessa mesmo é a nuvem. Então, dêem uma olhada na nuvem abaixo e me digam quem ofereceu o osso a quem.
MACETÃO DEBUTA COMO PRESIDENTE DA CÂMARA NA POSSE DE VENTURINI E REÚNE-SE COM PARINI NO PRIMEIRO DIA DE TRABALHO
Diz-se que os políticos em geral – exceto FHC, que não pode nem ver uma buchada de bode – possuem estômago de avestruz. Apesar disso, hoje pela manhã, quando adentrou o gabinete do prefeito Humberto Parini, é possível que o vereador Luiz Henrique Viotto, o Macetão, tenha repetido o gesto de levar a mão ao nariz.
Afinal, o novo presidente sabe que o panfleto apócrifo que circulou durante a campanha eleitoral de 2008, com ofensas morais à família dele, teria sido – segundo testemunhas – obra de figuras ligadas ao Paço. É sabido, também, que a fracassada tentativa do PMDB de tomar o mandato do vereador, por infidelidade partidária, teve um “empurrãozinho” do prefeito. Além disso, no caso da CEI da Certidão, o vereador foi acusado pelo prefeito Parini de tentar fazer “chantagem”.
Não bastasse isso, vale lembrar que, durante todo o ano de 2011, quando ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara, o vereador Macetão não foi escalado uma única vez para representar o Legislativo, embora tenha comparecido a muitos eventos onde o presidente Claudir Aranda não estava presente.
O normal é que, nos eventos onde o presidente não comparece, a Câmara seja representada pelo vice, mas, quando Claudir não podia estar presente, escalava-se qualquer outro vereador do grupo situacionista, menos o vice. A ordem era não dar “moral” para Macetão. E é bem possível que a ordem tenha vindo do Paço.
Por isso mesmo, ontem, quando foi convidado pelo mestre de cerimônias, Deonel Rosa Júnior, para falar em nome do Legislativo, na posse do provedor José Pedro Venturini, Macetão deve ter pensado em tudo isso. Era a primeira vez que ele sentava-se à mesa das autoridades, como representante da Câmara.
E vejam como a vida dá voltas: hoje, Macetão foi convidado pelo prefeito Humberto Parini, para uma conversa no gabinete do petista. Não se sabe, ainda, o que eles conversaram, mas, com certeza, o prefeito deve ter pedido a colaboração do presidente da Câmara. Afinal, o mundo pode até não acabar em 2012, mas vai ser um ano muito difícil para muitos prefeitos. Resta saber qual vai ser o posicionamento de Macetão.
PREFEITURÁVEIS COMPARECEM À POSSE DE VENTURINI
Além, é claro, do ex-provedor José Devanir Rodrigues(PMDB), o Garça, e do presidente da Câmara, Luiz Henrique Viotto(PSD), o Macetão, pelo menos outros três prefeituráveis compareceram à solenidade de posse do tucano José Pedro Venturini.
A única ausência, entre os prováveis candidatos a prefeito, foi do ex-vereador Flávio Prandi Franco(DEM), que estava viajando. Mas ele foi citado pelo mestre de cerimônias, Deonel Rosa Júnior, quando este mencionou as emendas do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, que beneficiaram a Santa Casa.
Nice Mistilides(PTB), sempre simpática, distribuiu sorrisos e travou uma renhida disputa com o beijoqueiro Itamar Borges no quesito beijinhos e abraços. Mas a Nice, com certeza, saiu-se melhor.
Clóvis Viola(PPS) sentou-se em meio ao público e foi o mais discreto dos prefeituráveis. Mas ele recebeu um afago do Garça, que, em seu discurso, agradeceu o prefeito Parini, mas foi mais efusivo ao citar a fundamental colaboração do “companheiro Clóvis”.
Luís Especiato(PT) também foi discreto, mas fez questão de sentar-se à primeira fila, ao lado do secretário de Saúde, Donisetti Santos de Oliveira, bem na entrada do auditório da ACE. Era impossível chegar ao local do evento e não notar a presença do vereador petista.
DUPLA FILIAÇÃO: EM JALES, APENAS TRÊS RECURSOS FORAM JULGADOS PROCEDENTES
Como já foi noticiado pelo blog, em Jales foram constatados 31 casos de dupla filiação. Destes, apenas três tiveram seus recursos julgados procedentes pelo juiz eleitoral, Eduardo Henrique Moraes Nogueira. O advogado Aparecido Barbosa de Lima, que deixou o PT e filiou-se ao PSDB é um dos que se livraram do processo por dupla filiação.
Os outros dois são a vereadora Aracy Murari Cardoso e este aprendiz de blogueiro, que receberam o cartão vermelho do PT e se filiaram ao PPS. Não sei qual foi a argumentação da defesa do neo-tucano Aparecido Barbosa, mas, no nosso caso, como se tratava de expulsão, cabia ao partido tomar as providências para o cancelamento da filiação.
O presidente do PT local, Antonio Carlos Donizete Nogueira, o Cacaio, foi inclusive muito solícito e, em ofício encaminhado ao Cartório Eleitoral, reconheceu a falha do partido. Quanto aos demais 28 casos, os envolvidos – incluindo o ex-vereador Mauro Hélio Lopes – tiveram suas filiações canceladas.
Eles terão que apelar ao Tribunal Regional Eleitoral(TRE) e, se for o caso, ao Tribunal Superior Eleitoral(TSE). Se não forem convincentes, estarão impedidos de disputar as eleições 2012. Abaixo, os 28 eleitores que tiveram as filiações canceladas:
Nome | Partidos |
Carlos Donizeth da Silva | DEM – PR |
Carmem Lúcia Pereira | PP – PSC |
Cláudio Luiz Scatena | PPL – PTB |
Clóvis Romanini | PR – PSDB |
Clovismar de Jesus Balestrero | PMDB – PMN |
Dênis Venâncio da Costa | PSD – PHS |
Dionir Penha Robles | PSD – PSL |
Domingos Porfírio de Lima | PDT – PV |
Francisco de Assis Alves | PMN – PSDB |
Francisco Fernandes | PMDB – PP |
Gilmar Agustini | PTB – PT |
Helena Maria Gonçalves Fraçon Alves | PMN – PP |
Israel Roque de Souza | PSD – PTB |
João Carlos da Silva | PSC – PV |
José Antonio dos Santos | DEM – PSC |
José Luiz Fontana Guizzo | PSDB – PT |
Kolman Santos Martins | PSDB – PHS |
Marcos Vieira Gonzaga | PSC – PTB |
Maria Nogueira da Silva | PRP – PTB |
Mauro Hélio Lopes | PSDB – PT |
Milton Fermino Carneiro | PSC – PT |
Renato Costa Júnior | PDT – PTB |
Renato Luís Lima Silva | DEM – PSL |
Roberto Vieira dos Santos | DEM – PMDB |
Roseclair Brandini Branco | PSDC – PMDB |
Roseli Lopes de Carvalho | PSD – PP |
Suely Aparecida Francisco | PP – PSC |
Wesley Henrique Francisco | PSD – PSL |
QUEM TEM MEDO DO MACETÃO?
O vereador Luiz Henrique Viotto, o Macetão, tomou posse ontem, automaticamente, como presidente da Câmara de Jales. E, ao que parece, algumas pessoas ligadas à administração Parini ainda se mostram inconformadas com a eleição dele para a presidência do Legislativo.
Na verdade, estariam inconformadas com a eleição de qualquer vereador da oposição para a presidência, mas a vitória de Macetão está sendo, aparentemente, mais difícil de engolir. Afinal, Parini e sua entourage passaram boa parte dos últimos dois anos tentando cassar o mandato do vereador, por infidelidade partidária. E não conseguiram!
Depois do dia 12 de dezembro, quando a prepotência do vereador Luís Especiato levou Macetão à presidência, já surgiram boatos os mais variados. Num deles, dizia-se que o novo presidente iria encher a Câmara de parentes. Noutro, especulava-se que ele já estaria se oferecendo para ser vice de Especiato nas eleições de outubro.
Mais recentemente, surgiu outra novidade: na opinião de setores ligados ao prefeito, os vereadores da oposição teriam dado um “tiro no pé” ao elegerem Macetão. Na avaliação desses setores, o novo presidente seria agora, graças aos vereadores da oposição, um forte concorrente à cadeira de prefeito.
Trata-se, evidentemente, de apenas mais uma tentativa dos inconformados de justificarem para si mesmos o erro que cometeram ao rejeitar um acordo com a oposição.
DEPUTADO DO DÓLAR NA CUECA PODE SER O NOVO LÍDER DO PT
O deputado federal José Nobre Guimarães, vocês se lembram, é irmão do ex-presidente do PT, José Genoíno. Apesar do escândalo dos dólares na cueca de um assessor, ele foi, por duas vezes seguidas, o deputado petista mais votado do Ceará. A notícia é da ultradireitista revista Veja:
O PT deve escolher nas próximas semanas o sucessor de Paulo Teixeira (SP) na liderança do partido na Câmara. Até agora, existem dois candidatos: Jilmar Tatto (SP) e José Guimarães (CE). Para os esquecidos, Guimarães está intimamente ligado ao advento de uma vertente da corrupção que até hoje faz a alegria dos humoristas: o carregamento de dólares na cueca.
Um assessor do deputado foi preso quando lançava a moda, em 2005. Os 100 000 dólares, concluiu o Ministério Público, tinham origem em desvios no Banco do Nordeste.
Se Guimarães tem um histórico desabonador, o concorrente também não é dos mais inocentes: Tatto já respondeu a processo por irregularidades em licitações na prefeitura de São Paulo, onde era secretário de Marta Suplicy. E foi acusado, dentre outras coisas, de receber 500 000 reais para favorecer um grupo de perueiros ligados ao PCC.