DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL DE JALES DIZ QUE ACUSAÇÕES DA UNIVERSIDADE BRASIL SÃO FANTASIOSAS

Assim como já ocorrera com a Folha de S.Paulo, o jornal Estado de S.Paulo preparou, através do Estadão Conteúdo, extensa matéria sobre o caso da Operação Vagatomia, envolvendo a venda de vagas no curso de medicina da Universidade Brasil, de Fernandópolis.

A matéria, ou partes dela, foi repercutida ontem, 03, em vários jornais do país, sites de notícias e no portal de pelo menos uma grande revista, a IstoÉ Dinheiro. A notícia completa – que, repita-se, é bem extensa e cheia de detalhes – pode ser lida aqui.

Abaixo, apenas um trecho da matéria, que trata da defesa do delegado da Polícia Federal em Jales, Cristiano Pádua da Silva. Como se sabe, a reitoria da Universidade Brasil protocolou uma representação na Corregedoria da Polícia Federal, acusando o delegado de algumas supostas arbitrariedades. Eis o trecho:

O delegado Cristiano Pádua da Silva, que preside o inquérito da Operação Vagatomia, classificou de ‘fantasiosas’ e ‘devaneios’ as acusações contra ele na representação feita à Corregedoria da Polícia Federal pela atual Reitoria da Universidade Brasil.

Por meio do ofício 1305/2019, de 22 de dezembro, ao qual o Estado teve acesso, Cristiano rechaçou ponto a ponto todas as colocações da Reitoria.

“Não obstante todo o absurdo e os devaneios contidos na representação, procurei responder a todas as falsas acusações do representante”, destacou o delegado, ao final de 42 páginas.

Cristiano é um delegado reconhecido em sua Instituição. Delegados, procuradores e advogados ouvidos pela reportagem destacam sua isenção no comando de diversas operações. “O doutor Cristiano está acima de qualquer suspeita”, afirma um colega dele.

No ofício à Corregedoria da PF, Cristiano assinalou que ‘lamentavelmente o representante (Reitoria) tem se referido a esta autoridade policial também por meio da imprensa, divulgando suas acusações improcedentes, sem fundamento e criminosas, de forma irresponsável e mentirosa com o intuito de macular a honra deste subscritor’.

Ele comunicou a Corregedoria que ‘no momento oportuno serão adotadas as providências cabíveis, tanto na esfera criminal quanto na cível’. No momento, anotou, ‘continuará sendo dada prioridade às investigações decorrentes da Operação Vagatomia de forma séria e profissional conforme tem sido feito desde o início’.

Sobre a acusação de ‘excesso’ no prazo das investigações, mesmo com ‘réu preso por mais de 60 dias’, o delegado diz. “Como é de conhecimento de operadores do Direito, ou pelo menos deveria ser, a manutenção da prisão dos réus cabe às autoridades judiciais e não ao Delegado de Polícia.”

A Reitoria considera ‘imprescindível a análise da pertinência do afastamento da referida autoridade da titularidade da delegacia da Polícia Federal de Jales’.

O delegado argumenta. “Os atos praticados e apontados pelo representante são derivados do exercício da presidência de inquéritos policiais como Delegado de Polícia Federal, mas aparentemente o representante também confunde essa situação.”

A Reitoria pede instauração de procedimento administrativo para fins penais, ‘haja vista o enquadramento, em tese de inúmeros crimes, em especial a infiltração ilegal na Universidade Brasil, intimidação a funcionários’.

“A verdade é que a investigação foi bem conduzida e ao que parece só restou ao representante, por meio de manobra reprovável e criminosa, atacar a honra de quem investiga”, conclui Cristiano Pádua da Silva.

5 comentários

  • Sérgio

    Ah tah!!! Chama o Glenn e o The Intercept para interceptar ele e verificará facilmente que o delegado da PF está blefando… Lamentável, uma declaração dessa. Tenta enganar através da mídia.

  • Sérgio

    Realizou a operação sem ordem judicial. Se bobear, jajá o caso vai para a republiqueta de Curitiba. Cuidado UNIVERSIDADE.

  • ‘Paga 80 mil. Se quiser Fies, é 100 mil’

    Historicamente, sempre houve venda de vagas, nas universidades particulares porem neste caso, a UB ampliou o assaltou para:
    1-Transferência de alunos aprovados em qualquer curso da saude (enfermagem, farmacia, odonto, etc) para medicina depois de um ano.
    2- Venda de vagas no Fies com a inserção de dados e documentação falsos no sistema de financiamento estudantil.
    3-Alunos provenientes do estrangeiro que pagavam propinas para receber documentação falsa quanto às aulas não cursadas.
    4- Suposto esquema de desvio de R$ 500 milhões no Fies e no ProUni.
    5- Excesso de aluno matriculados de 1.230 estudantes em seis anos de graduação, mas segundo o MPF, o número real de alunos ultrapassou 2,6 mil em 2019.
    6- Compra com propinas de funcionários do MEC que teriam contribuído para fraudes no Fies e ProUni.
    Precisamos parar de defender esses donos milionários do ensino medico que certamente não é balcão de negócios

  • Cidadão du Brasil

    Fantasiosas são as acusações que o delegado ai fez contra os indiciados por negligência na operação farra no tesouro. Simplesmente por não conseguir provar o envolvimento de mais pessoas, indiciou indiretamente, sem ouvir em depoimento pessoas inocentes.

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