Blog do Cardosinho

Neste domingão, ao passar pela Praça “Euphly Jalles”, resolvi fazer um pit stop para fotografar o ônibus que a nossa prefeita adquiriu há alguns dias para o transporte, segundo a propaganda, de estudantes universitários que estudam em outras cidades da região.

Moço atento que sou, notei algo de diferente na estátua do nosso fundador e resolvi fotografá-la também. A foto lá de cima – à direita – é uma das que fiz. Já a foto da esquerda, também lá de cima – registrada à noite – me foi enviada por um leitor do blog.

E ele enviou, também, uma explicação para o que aconteceu com a estátua. Vejam:

Olá Cardosinho,

Ontem eu estava andando pela rua, por volta de 1:30 horas, quando vi um pequeno grupo em volta da estátua do fundador. Parei e fiquei observando. Notei que os garotos pegaram um cone que se encontrava na praça e colocaram na cabeça da estátua.

Indignado fui perguntar a eles o por que daquilo e um deles me disse que era uma forma de protesto: “estamos tapando os olhos dele para que não fique com vergonha do descaso com que esta cidade está sendo tratada”.

Faz sentido, mas talvez tenha sido um pouco desrespeitoso com a memória do fundador. De qualquer forma, o doutor Euphly, se vivo fosse, saberia entender o protesto dos garotos. Afinal, o nome dele, de origem grega, significa “bom coração”, embora os adversários e inimigos não o considerassem um homem exatamente bondoso.

Essa não foi a primeira vez que a estátua do fundador – instalada na praça em 1970, após um campanha de arrecadação entre os jalesenses – virou alvo de um protesto. Em março de 2006, por exemplo, ela amanheceu caída no chão. Em outra ocasião, ela teve a cabeça arrancada.

O doutor Euphly, vocês sabem, foi morto por um desafeto em outubro de 1965, quando tinha 63 anos. O que pouca gente sabe é que ele se casou aos 55 anos, portanto já um pouco veterano. Apesar de ter vivido apenas oito anos com dona Minerva e não obstante viajar bastante, eles tiveram quatro filhos.

A idade de dona Minerva é um mistério, mas, tudo indica que ela tinha uns 30 anos quando se casou (reparem, na foto ao lado, que ela tinha lá seus encantos). Outro segredo guardado a sete chaves era a idade de dona Maria Jalles, uma das irmãs do fundador.

Um certo dia, um despachante aqui da nossa cidade perguntou a dona Maria em que ano ela tinha nascido. A irmã do doutor Euphly não se deu por achada: “eu nasci no tempo em que era falta de educação perguntar a idade de uma mulher”. Simples assim.