LIVRO COM OBRAS DO PINTOR ARMANDO PEREIRA TERÁ MAIS DOIS QUADROS DISPONIBILIZADOS POR MORADORA DE JALES

“Aos 63 anos, dos quais 12 vividos em Jales, entre 1962 e 1974, Luiz Carlos Seixas, compositor premiado em festivais locais e escritor, encarna o típico de quem saiu de Jales, mas Jales não saiu dele”

Assim começa a matéria/entrevista de página inteira do Jornal de Jales de domingo passado sobre o livro que o Seixas está preparando com fotos de quadros do pintor primitivista Armando Pereira, falecido há vinte anos. Os quadros de Armando, um trabalhador rural de poucas letras, retratam um pouco da octogenária história de Jales.

A matéria do JJ chamou a atenção de uma moradora de Jales, a nossa amiga Kátia Regina Tostes – filha do conhecidíssimo Ernesto Moraes Tostes, o Carioca – que entrou em contato com o Seixas para disponibilizar dois quadros de Armando, de propriedade dela.

Entusiasta da obra de Armando, Seixas viajou 370 quilômetros, de Ourinhos a Jales, para, nesse sábado, fotografar os quadros da Kátia, os quais, evidentemente, serão incluídos no livro, cujo lançamento em edição digital (e-book) está previsto para daqui uns dois meses. Agora, já são 38 os quadros que estarão no livro.

Os planos de Seixas incluem, também, um livro em papel couché, mas essa é outra história. Na foto lá de cima, o Seixas – Bochecha, para os amigos – está fotografando os quadros. Um deles, o da esquerda, mostra um comício nas proximidades da caixa d’água da Sabesp, no início dos anos 80.

Aquele local já testemunhou comícios históricos. Num deles, o candidato Francisco Vianna, com o intuito de atrair público e impressionar os adversários, prometeu o sorteio de um carro. O público, é claro, compareceu, mas, para frustração geral, Vianna foi impedido pela Justiça de promover o sorteio e o comício quase terminou em confusão.

Voltando ao Seixas, ele não é apenas um bom compositor e fotógrafo. É também um cronista super talentoso e dono de uma memória prodigiosa. Muitas de suas crônicas, publicadas em um jornal de Santa Cruz do Rio Pardo, são inspiradas em fatos e cenas vivenciadas nos 12 anos que viveu em Jales, de 1962 a 1974.

Além de escrever crônicas deliciosas e compor sambas como “Mulher de Malandro”, vencedor de um festival aqui em Jales, ou “Numa Só das Mãos”, gravado pelo Toquinho em 1981 e regravado recentemente pelo Mutinho, Seixas foi um quase intransponível goleiro do juvenil do CAJ. Isso, porém, é assunto pra outro post.

Pessoalmente, torço para que o segundo livro do Seixas seja uma coletânea de suas crônicas, principalmente aquelas que falam de personagens de nossa cidade. Uma das minhas preferidas, escrita há mais de 20 anos, fala de uma personagem feminina da nossa adolescência que frequentava o imaginário de todos os rapazes do colégio.

Aguardemos, por enquanto, o livro “Jales de Armando Pereira”.  

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