O BRASIL QUE NÃO PARA

Ontem, no horário do jogo do Brasil, dei uns bordejos pela cidade e encontrei muita gente trabalhando. É o caso dos dois pedreiros da foto acima, o Milton e o Osvaldo. Enquanto trabalhavam, eles acompanhavam o jogo em um radinho de pilha.

Osvaldo explicou porque não parou para ver o jogo na TV: “temos que trabalhar, pois o Neymar não vai pagar as nossas contas”. Abaixo, mais alguns jalesenses que não tiveram folga no meio feriado:

Os frentistas do Posto Paraíso disseram que “nós também gostaríamos de estar em casa vendo o jogo, mas acho que em primeiro lugar vem o ganha-pão”.

Na Rua Rubião Meira, a empresa de lubrificantes era um dos poucos estabelecimentos com as portas abertas. O proprietário explicou que, “eu preferi vir trabalhar e, embora o movimento seja pequeno em um dia como esse, já atendi alguns clientes”.

No SBR, um dos poucos supermercados que funcionaram na hora do jogo, uma das três caixas afirmou que “eu gosto de futebol, principalmente da Copa do Mundo, mas não posso reclamar por estar trabalhando, ao contrário tenho que agradecer por ter este emprego, que é bem mais importante pra mim do que a seleção brasileira”.

Na esquina da Rua Inglaterra com a Francisco Jalles, o pintor de paredes Júlio era outro que estava trabalhando. “Se eu não trabalhar, não ganho dinheiro e aí não vou conseguir sustentar minha família”.

Na Padaria Avenida, a sócio-proprietária Valéria explicou que nesse tipo de comércio não tem como fechar em dia de jogo. “De qualquer forma, nós deixamos os funcionários à vontade para, se quisessem, assistir ao jogo, mas eles preferiram trabalhar”.

Na farmácia do Terminal Rodoviário, as funcionárias Taline e a Janaína estavam de plantão, mas acompanhavam o jogo em uma pequena TV. Já o motorista da Viação Jauense, José Domingos, explicou que “eu não tenho como parar de trabalhar e além disso não estou botando fé nessa seleção”.

No restaurante Tempero Caseiro, cerca de cinco cozinheiras cuidavam de preparar o almoço. “Nós estamos trabalhando aqui na cozinha, mas podemos ouvir o som da TV e, se sair algum gol, vamos comemorar também”. Luiza, a funcionária da foto, explicou que “daqui a pouco o jogo acaba e as pessoas vão querer almoçar; por isso, temos que estar com tudo preparado”.

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