EX-CRAQUE DO CAJ AINDA GUARDA CAMISA DE TIME CAMPEÃO EM 1962

DSC01907-tribunaO servidor público municipal Ernesto Moraes Tostes, o Carioca, guarda a camisa da foto ao lado há exatos 54 anos. A foto não mostra, mas a camisa traz, nas costas, o número 7. Foi com essa camisa que o Carioca, um ponta direita veloz e habilidoso, foi campeão paulista, com o Clube Atlético Jalesense (CAJ), daquela que seria, nos dias de hoje, a terceira divisão.

Carioca desembarcou em Jales no final de 1961, trazido do Rio de Janeiro pelo seu tio – o médico recém-falecido José Ranulpho Tostes de Siqueira – para reforçar o time do CAJ. A equipe campeã de 1962 tinha o  Odassi Guerzoni (pai do Wilter) no gol e craques como Genésio, Bonga, Orácio Cardoso, Ivo,  Tuchinha, Botton e outros.

A estreia de Carioca foi contra o maior rival do CAJ, o Fernandópolis Futebol Clube (FFC). “Era o jogo da volta. Nós tínhamos perdido de 2 a zero aqui em Jales e precisávamos ganhar lá em Fernandópolis. Vencemos por 4 a 2, com dois gols meus”, conta Carioca.

Ele foi, também, o primeiro jogador do CAJ a ser contratado para trabalhar na Prefeitura. “A gente não ganhava muito com o futebol e a maioria dos jogadores tinha que trabalhar em outro emprego. O Rollemberg, um grande esportista, era o prefeito da época e me arrumou um emprego na Prefeitura”.

Em 1966/67, ele integrou um dos melhores times que o CAJ já teve. “O nosso time tinha o Eca de técnico e jogadores como Zé Mauro, Percival, Netão, Kermes, Tatu, Vagnão, Perigo, Gonzales, Maciel… Nas pontas tinha jogadores como o Helinho, que veio do Botafogo de Ribeirão, o Rafael, que tinha jogado na Ferroviária de Araraquara, o Tota, que foi para o Paulista de Jundiaí, o Quarentinha…. Eu era reserva”.

Segundo Carioca, um de seus melhores amigos no futebol foi Perigo. “Um dia, num treino, ele me deu uma pancada que me deixou fora de jogo por um mês, mas, depois disso, ele se tornou um grande amigo. Uma semana antes de morrer, o Perigo veio aqui em casa me trazer uma lembrança que ele trouxe de Barretos. Na hora de ir embora, ele me deu um abraço bem forte. Parece que estava se despedindo…”.

A camisa – colocada no quadro por um neto de Carioca – foi um presente da diretoria. “Quando nós fomos campeões, o José Gatti, que era o dirigente do time, chegou no DSC01906-edvestiário e falou que podíamos ficar com as camisas, como recordação. Durante muito tempo ela ficou guardada em uma gaveta e aí o meu neto resolveu botar nesse quadro”.           

Essa não é, no entanto, a única lembrança dos tempos de jogador. Velhos recortes de jornais – como esse do lado – que falam sobre as atuações de Carioca, continuam sendo cuidadosamente guardados pela esposa Laís. “Ela acompanhava os jogos e recortava as notícias que saíam sobre o time no único jornal que a cidade tinha naquela época. Alguns desses recortes ela guarda até hoje”, conclui Carioca.

14 comentários

  • Luiz

    Etaaá Carioca, o senhor sempre foi exemplo de esportista. O “Cesinha” é craque, lembro na minha infância, quando eramos peladeiros e jogávamos futebol nos “campinhos” que tinha na rodoviária. Meu pai sempre me relatava que apesar das diferenças políticas existentes o senhor, e ele, sempre seria digno de respeito e caráter.
    Cardosinho, parabéns pela justa homenagem. Carioca, o senhor nunca sairá das minhas recordações da época em que eu era uma criança.

  • Guilherme

    Outra noticia que mudou minha vida.

  • Eu espero que a minha mude tbém ,mas pra bem longe daqui.

  • Eder Santos

    Somente a Educação fará a sociedade crescer, seguida de nostalgias contagiantes do esporte e da cultura. Sugiro acrescentar às inúmeras matérias políticas publicadas outras dessas, capazes de rever nossos valores e quem sabe torná-los reais novamente!

  • Perturbado

    Kkkk cardosinho vc sempre supera minhas expectativas.. Kkk kkkkkkkkkk

  • Luis

    Prezado Cardosinho, primeiramente, como amante do bom e verdadeiro futebol, parabenizo o Sr. Ernesto, vulgo carioca, pela bela estória. Ademais, também o parabenizo por nos trazer tais informações. Histórias como essa alimenta o desejo e expectativa de que virá bom futebol através de nosso atual time, pois tenho notado a longa batalha de diretores e, principalmente, dos jovens atletas para fazer um time profissional ressurgir em nossa cidade.

  • Thiago Caldato Tostes

    Esse foi bom de bola. Ouvi muitas histórias boas.

  • Cezar Tostes

    Cardosinho, parabéns pela reportagem. Época em que as pessoas tinham prazer em jogar futebol. Com certeza, agradavam os amantes do esporte.

  • Cap DDR

    Nomes de jogadores do passado: Zico, Pelé, Zinho, Pepe, Murilo, Tota, Zé Mauro, Percival, Netão, Kermes, Tatu, Vagnão, Perigo, Gonzales, Maciel, Tuchinha, Quarentinha, Esquerdinha, Fiíco, Saula, Zelo, Ise, Nim, Norair, Olair, Coco e etc;

    Hoje temos: Tiago Gabriel, Renato Augusto, Felipe Anderson, Gustavo Henrique, Kleiton e Kledir, Luan Santana, João Gabriel, Otávio Augusto, Ricardo Goulart e assim segue … Só falta futebol de qualidade

  • fabio tostes

    Parabéns tenho muito orgulho do meu tio !.

  • hhhhhhhhhhhhhhh

    sou mais o nogueira

  • Gilberto ferreira borges

    Era menino nesta época apaixonado pelo jalesense, o ataque era ivo, tota e mingo , entregava leite nas casas , pessoal deixava a vazilha eu enchia , vinha de carroça com um tambor com torneira. Tenho muitas saudades desta tempo que não volta mais.

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