FILME SOBRE DEMOCRACIA CORINTIANA ESTREIA 50 ANOS APÓS GOLPE MILITAR

DEMOCRACIA CORINTIANA

A foto acima tem dois detalhes interessantes. O primeiro é a presença de um “mala” chamado Leão, que era contra a Democracia Corintiana. O segundo é a presença de um jalesense: Alfinete, o rapaz agachado bem na frente do Sócrates e do  Casagrande.

Filho de um policial, Carlos Alberto Dario de Oliveira, o Alfinete, nasceu em Jales e viveu boa parte de sua infância e adolescência por aqui. Aprendeu a jogar futebol num campo que tinha ali pros lados do cemitério, onde também atuava o meu amigo Fausto Kamikawachi. 

No Corinthians, ele jogou entre 1981 e 1983, justamente no auge da Democracia Corintiana, tendo sido bicampeão paulista de 82-83. Ele começou sua carreira no XV de Jaú e, depois do Corinthians, atuou também na Ponte Preta, Grêmio, Atlético Mineiro, Fluminense e etc. Mas, vamos à notícia do iG

No aniversário de 50 anos do golpe militar que derrubou o então presidente João Goulart, e dos 20 anos do comícia das Diretas Já, estreia o filme Democracia em Preto e Branco, que conta a história do movimento que nasceu no Corinthians, encabeçado pelo ex-jogador Sócrates, entre os anos de 1982 e 84. O filme foi selecionado para a edição de 2014 do É Tudo Verdade, maior festival de documentários da América Latina.

“Apesar de ser uma grande coincidência, o fato de o documentário estrear nessa época pode ser um fato importante para a divulgação do trabalho, já que tratamos de assuntos ligados aos anos de chumbo. Se pensarmos que, além disso, o país vive uma convulsão parecida com a de 1984, quando as pessoas resolveram sair às ruas para se manifestar, não resta dúvida de que o filme, embora trate de um tema ocorrido há 30 anos, é super atual”, disse Pedro Asbeg, diretor do documentário.

Os protagonistas do movimento estão entre os principais entrevistados da obra, mas a ideia foi explorar o contexto geral da época, marcado pelas Diretas Já e pelo surgimento de bandas como Barão Vermelho, Titãs e Ultraje a Rigor, ícones do chamado Rock Brasil.

“Quando comecei esse trabalho, a ideia era fazer um filme apenas sobre a Democracia Corintiana. Acredito que seja possível, porque é um tema grande o suficiente. Por outro lado, o próprio movimento ganha em força se você contextualiza a época em que aconteceu. Ou seja, quando percebi que deveria falar também sobre ditadura, cultura e outras coisas que estavam acontecendo no Brasil, o filme mudou”, explicou o cineasta.

A intenção de ampliar o espectro do documentário, narrado pela cantora Rita Lee, fica evidente na escolha dos cerca de 30 personagens. Além de Sócrates, Casagrande e Wladimir, líderes da Democracia Corintiana, foram entrevistados músicos como Frejat, Dado Villa-Lobos, Edgar Scandurra e Paulo Miklos. Assim como os jornalistas Marcelo Rubens Paiva, Marcelo Tas e Serginho Groisman. Os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso também participam.

O ex-jogador Sócrates, ídolo do Corinthians com passagem pelo Flamengo, time de coração do diretor do documentário, foi entrevistado em 2010, alguns meses antes da série de internações que precedeu sua morte, ocorrida em dezembro de 2011. Ele participou ativamente das Diretas Já e, no dia 16 de abril de 1984, diante de mais de 1 milhão de pessoas no Vale do Anhangabaú, chegou a prometer que permaneceria no Brasil caso a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada, o que não aconteceu.

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