A HISTÓRIA DA JALESENSE MÁRCIA DAILYN, PRIMEIRA BAILARINA TRANS DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

O blog do Miguel Arcanjo publicou, ontem, um longo texto sobre a história da consagrada bailarina Márcia Dailyn, que voltou ao Theatro Municipal de São Paulo, onde estudou, como principal estrela do espetáculo “Mississipi”.

Em breve resumo, a matéria diz que Márcia nasceu (era um menino, naturalmente) aqui em Jales em pleno Dia dos Pais, em 13 de agosto de 1978. Ela conta que o pai, o eletricista Lau, fez uma tremenda festa naquele 13 de agosto. “Fui um presente para meu pai”, diz Márcia.

A matéria destaca que Márcia – filha de pais trabalhadores – teve que assumir responsabilidades muito cedo e, aos 12 anos, cuidava da irmã Jaqueline. Naquela época, Márcia já sabia que era uma mulher e viveu todos os conflitos dessa descoberta.

Ela entendeu, então, que São Paulo acolheria melhor seu sonho de ser artista e sua identidade de gênero. Aos dezoito anos, ela pegou um ônibus aqui em Jales e, oito horas depois, desembarcou em São Paulo, levando junto o sonho de estudar ballet clássico no Municipal.

Enfrentou preconceitos, mas, leonina resoluta, jamais desistiu, até que conseguiu a proeza de ser a primeira bailarina transexual do mais tradicional palco do Brasil. Mais que isso: Márcia foi eleita por três anos consecutivos pela Secretaria de Cultura, a melhor bailarina de São Paulo.

Para vencer os preconceitos, ela contou com os preciosos conselhos da bailaria e atriz cubana Phedra D.Córdoba, falecida em 2016, também transexual. “Hoje, nestas voltas inimagináveis da vida, faço a peça em homenagem a ela, ‘Entrevista com Phedra’, com muito orgulho”.

“Tudo isso me faz voltar no pensamento a Jales, onde minha mãe, Selma, vendia coxinhas para eu não desistir. Como eu amo minha mãe! E quando eu me formei bailarina no Municipal e mostrei o registro para meu pai, ele fez silêncio e de repente lhe brotaram lágrimas nos olhos”.

As fotos são do Bruno Poletti. A matéria completa, do blog do Arcanjo, pode ser lida aqui.

3 comentários

  • Geroma.

    Geeente!

    Eu conheci. Na época era Marcio. Ficava fantasiado nas entradas das festas, boates (acho que é “hostess” que se fala). Muito simpático.

    Acho que morava no Jacb.

    Um anjo de pessoa. Que bom que está bem e fazendo sucesso.

  • Eu tbm conheci , filha de uma amiga , muito batalhadora , a Selma , merece, teve coragem de dar a cara a tapa e correr atrás dos sonhos mesmo tendo que enfrentar o preconceito . Fico mto feliz pela Selma que tbem sofria pelo preconceito, que faça muito sucesso.

  • Rapizodia

    Parabéns pela perseverança e exemplo. É uma profissão muito difícil e que exige dedicação monástica. Sua família deve ter muito orgulho e os brasileiros de boa índole também.

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