A VIDA DEPOIS DO PODER

Vida de ex-prefeito não é fácil!  Por isso, vou me permitir dar um conselho às amigas que visitam este blog. Se o seu marido estiver com sérias intenções de se candidatar a um cargo de prefeito, seja lá onde for, use toda a sua autoridade e tire, urgentemente, essa tresloucada idéia da cabeça dele.

O poder é gostoso, mas também é muito perigoso, principalmente quando o sujeito não sabe lidar com ele. Alguns políticos acham que ele dura prá sempre, mas o poder, invariavelmente, um dia chega ao fim e, por outro lado, os problemas permanecem. E aparecem as ingratidões:  aquelas empresas amigas que ofereciam facilidades e, eventualmente, ajudavam a pagar os advogados do poderoso da vez, são as primeiras a desaparecer. Os “amigos” de ocasião, esses vão-se embora antes mesmo de o prefeito virar ex. E até uma ou outra namoradinha – quanta ingratidão! – também já não vai sentir aquela mesma atração de antes.   

Mas nem todo mundo desaparece, muito pelo contrário: sobram os promotores públicos e os oficiais de justiça, aparece a depressão, a gastrite  e, nos casos mais graves, até uma impotência sexual. E com o desaparecimento das empresas amigas, sobram também os advogados pro ex-poderoso pagar e, se os advogados não derem conta do caso, sempre sobra alguma devolução de dinheiro ao erário público. 

Vejam, por exemplo, o caso do ex-prefeito de Mirassol, Edilson Garcia. Ele ficou apenas oito meses no poder, mas foi tempo suficiente prá arrumar dor-de-cabeça pro resto de sua existência. Na semana passada, o juiz da 1ª Vara Cível de Mirassol, Marcelo Haggi Andreotti, julgou procedente uma Ação Civil Pública, impetrada pela Prefeitura de lá, e condenou o ex-prefeito, entre outras coisas, à devolução de cerca de R$ 220 mil aos cofres públicos, além de multa. O ex-prefeito tem direito a recurso, mas isso não sai barato.

Como se vê, a vida depois do poder não é nada fácil.

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