CASO DA CERTIDÃO ASSINADA POR PARINI ESTÁ NA CÂMARA ESPECIALIZADA EM CRIMES COMETIDOS POR PREFEITOS

A Câmara Municipal deverá iniciar, nos próximos dias, a “investigação” do suposto crime de falsidade ideológica cometido pelo prefeito Humberto Parini. Em março de 2009, o nosso premiado estadista mandou chamar ao seu gabinete um funcionário do setor de Tributação da Prefeitura e – na presença do empresário Júnior Soler – determinou ao subordinado a emissão de uma Certidão Negativa de Débitos em favor da Instituição Soler de Ensino.

Antes, o funcionário municipal já havia se recusado a emitir a Certidão, uma vez que empresa devia cerca de R$ 50 mil em impostos. É sempre bom lembrar que a Certidão com declaração falsa visava permitir à Instituição Soler a participação em um certame licitatório aberto pela Prefeitura de Jales. E o prefeito – sabe-se lá por quais motivos – tinha interesse em que a Instituição Soler fosse a vencedora da licitação.

Seguramente que a “investigação” da Câmara – sob o comando de Luís Especiato e Rivelino Rodrigues – vai terminar em pizza, mas, mesmo assim, seria bom que o prefeito colocasse o bigode de molho. O caso da Certidão falsa está sendo analisado pela procuradoria do Estado, mais precisamente pela Câmara Especializada em Crimes Cometidos por Prefeitos – CECRIM, um órgão do Ministério Público estadual, coordenado pela procuradora de Justiça Márcia de Holanda Montenegro.

E a procuradora Márcia de Holanda Montenegro não é fácil. Quando ainda era promotora, ela investigou durante 11 meses a poderosa Porto Seguro e, ao final da investigação,  apresentou denúncia contra diretores da seguradora e policiais civis, acusados de montar um esquema fraudulento. Em 2010, Márcia apresentou denúncia contra a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera(DEM), por suposto direcionamento da licitação para coleta do lixo urbano em favor da empresa Leão & Leão Ltda. 

Como se vê, a procuradora está acostumada a mexer com peixe grande. Talvez o fato de ser um mero “bagrezinho” acabe beneficiando Parini. Mas é bom que ele não conte muito com isso. 

3 comentários

  • Anônimo

    Uaiii o Doutor Cruz já não fez uma investigação deste assunto???
    Ele também faz parte da pizza??? Não to entendendo Cardosinho

    • cardosinho

      O doutor Cruz já investigou e concluiu que o prefeito não teria cometido o crime de falsidade ideológica. Mas a procuradora Márcia de Holanda Montenegro devolveu o processo para Jales e pediu mais uns detalhes ao delegado. Pediu inclusive para que o delegado ouça novamente o prefeito a respeito de algumas questões. Pediu também que o prefeito comprove, com documentos, que a Prefeitura devia à Instituição Soler e que a Prefeitura pagou a dívida. Acho difícil o prefeito comprovar isso, já que a Prefeitura não devia nada à Instituição. Devia para a Unijales, por conta de bolsas de estudos, mas esse tipo de compensação triangular não existe. E, mesmo que existisse, teria que ser autorizada pela Câmara. Enfim, o prefeito fez a “caca” e depois arrumou um álibi. Resta saber se a procuradora vai engolir essa estória de compensação. Pessoalmente, acho difícil.

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