Blog do Cardosinho

Não é só em Jales que os fiscais da Vigilância Sanitária são obrigados a ouvir desaforos. Bauru é a cidade daquela prefeita bolsonarista (acima) que desobedeceu as medidas restritivas estabelecidas pelo governo estadual.

Deu no portal da revista Fórum:

Com 118% da taxa de ocupação e 15 mortes em março por falta de leitos no Posto Avançado Covid-19 (PAC) de Bauru, no interior de São Paulo, Walace Sampaio, presidente do sindicato dos comerciantes (Sincomércio) da cidade está enviando mensagens incentivando lojistas a ameaçarem e “botarem para correr” os fiscais da vigilância sanitária, que fiscalizam as medidas para contenção da propagação da doença.

Segundo informações da coluna Painel, na edição desta quarta-feira (17) da Folha de S.Paulo, em uma das mensagens, Sampaio comemora a reação de um lojista que foi notificado por permitir a entrada de clientes. “Após pequena discussão, sem violência, foram botados para correr e sumiram de lá”.

Em outra mensagem em grupo de comerciantes, o líder empresarial fala em criar uma “corrente do bem” para rechaçar os fiscais. “Aos que estiverem abertos e forem fiscalizados, peço que informem aqui, vamos todos pra lá protestar sem violência e botar eles para correr”.

Em Bragança Paulista, fiscais da Vigilância Sanitária registraram boletim de ocorrência, na terça-feira (16), contra um casal que, ao ser abordado por estar desrespeitando os protocolos contra o contágio da Covid-19, tentou dar “carteirada” e agrediu um dos agentes. 

Os fiscais estavam em serviço quando se depararam com um grupo de 6 pessoas aglomeradas sem máscara no Lago do Taboão. O decreto do governo estadual que instituiu a Fase Emergencial do Plano São Paulo proíbe esse tipo de reunião, ainda mais sem o uso de máscaras.

Os agentes da prefeitura, então, orientaram o grupo a se dispersar e colocar máscara. Uma das pessoas, Flavia Leutwyler (ao lado), no entanto, não aceitou e começou a atacar os fiscais com ofensas. “Fiz imunologia na Alemanha em alemão! Eu sou médica e não uso máscara!. Eu tenho 72 anos e não aceito ordem de ninguém, nem do prefeito que tá morrendo. E vão cuidar da vida de vocês”, disparou.

Segundo nota oficial da prefeitura de Bragança Paulista, Flavia ainda tentou intimidar os agentes dizendo que tem “influência na polícia”. Além disso, seu marido, Hans Leutwyler, agrediu um dos fiscais com um soco no braço ao perceber que estava sendo filmado.