ESTUDO AMERICANO DIZ QUE CLOROQUINA NÃO FUNCIONA CONTRA CORONAVÍRUS

Enquanto isso, aqui no Brasil um estudo da Prevent Sênior – elogiado pelo ex-urubólogo – está sendo investigado por suposta fraude. A notícia é da Agência Sputnik:

Um medicamento antimalárico que o presidente Donald Trump anuncia como tratamento para o novo coronavírus não demonstrou funcionar contra a COVID-19, de acordo com uma extensa análise de seu uso em hospitais de veteranos nos EUA.

Segundo os pesquisadores, houve mais mortes entre aqueles que receberam hidroxicloroquina do que aqueles que receberam tratamento padrão.

O estudo norte-americano não foi um experimento rigoroso, mas com 338 pacientes é a análise mais extensa até o momento da hidroxicloroquina acompanhada ou não do antibiótico azitromicina contra a COVID-19, a pandemia que até terça-feira (21) havia matado mais de 171 mil pessoas em todo o mundo.

O estudo foi publicado em um site para pesquisadores e foi submetido ao New England Journal of Medicine, mas não foi revisado por outros cientistas. O estudo foi financiado por doações dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade da Virgínia.

Os pesquisadores analisaram registros médicos de 368 veteranos do sexo masculino hospitalizados com coronavírus confirmados nos centros médicos da Veterans Health Administration que morreram ou receberam alta até 11 de abril.

Aproximadamente 28% dos que receberam hidroxicloroquina além dos cuidados habituais morreram, contra 11% daqueles que receberam apenas cuidados de rotina. Aproximadamente 22% dos que receberam o medicamento além da azitromicina também morreram, mas a diferença com esse grupo e atendimento padrão não foi considerada ampla o suficiente para descartar outros fatores que podem ter afetado a sobrevida.

A hidroxicloroquina também não fez diferença na necessidade de um respirador artificial.

Os pesquisadores não monitoraram os efeitos colaterais, mas observaram que a hidroxicloroquina pode ter danificado outros órgãos. Há muito que se sabe que a droga tem efeitos colaterais potencialmente graves, incluindo a alteração dos batimentos cardíacos de maneira a causar morte súbita.

No início deste mês, cientistas no Brasil interromperam parte de um estudo com hidroxicloroquina após o desenvolvimento de problemas no ritmo cardíaco em um quarto das pessoas que receberam mais do que as duas doses de teste. Assim como Trump, o presidente Jair Bolsonaro também é um entusiasta do medicamento.

4 comentários

  • Marco Antonio Poletto

    Renan teve o azar de tomar o remédio milagroso de Bolsonaro. Por Moisés Mendes
    Publicado por Moisés Mendes – 22 de abril de 2020

    As imagens da terça-feria nas capas dos jornais online, em toda parte, são de covas coletivas sendo abertas e de parques lotados de gente por causa do feriado. Essa foto, de Fabiano do Amaral, do Correio do Povo, é da orla de Porto Alegre.
    A maioria dos trabalhadores está em feriado compulsório desde o início da pandemia. Essa maioria fica em casa. Mas outros entendem que, sendo feriado, devem sair para as ruas. E saíram. Porque era feriado.
    Tem sido assim. Pensei então no que li hoje no DCM sobre a morte do jornalista Renan Antunes de Oliveira, no domingo. Renan foi hospitalizado na semana passada, em Florianópolis, com sintomas que levavam à suspeita de infecção pelo coronavírus.
    Morreu no domingo, depois de tomar hidroxicloroquina e azitromicina e ser mandado para casa. Foi medicado durante cinco dias contra a doença, mas no sábado, um dia antes de morrer, descobriu que o teste havia dado negativo.
    O jornalista Kiko Nogueira contou esses detalhes em reportagem do DCM. E o sentimento que tive, lendo o texto do Kiko, é de uma revolta abafada diante do egoísmo dos que continuam correndo riscos – e expondo os outros aos riscos do contágio – e com a morte de Renan.
    O jornalista havia feito transplante de rim há cerca de dois meses. Há umas três semanas, conversei com ele por telefone, estava faceiro com a vida nova.
    Perguntei como ele se cuidava, me disse que tomava remédios para a rejeição e fez uma declaração que é o que me revolta agora:
    – Não tenho medo da rejeição, porque os medicamentos são de última geração. Tenho medo dessa merda desse vírus.
    Renan se cuidava, porque queria curtir a vida com o rim novo. Pois o cara que temia o vírus acabou morrendo porque acharam que ele estava com o vírus.
    “Essa interação medicamentosa matou Renan. Só deveria ser realizada em ambiente hospitalar”, disse Marcos Caseiro, médico infectologista e professor universitário, na reportagem assinada por Kiko Nogueira.
    Como transplantado, com baixa imunidade, ele não poderia ter tomado os medicamentos. Renan teve uma parada cardíaca, uma das consequências mortais da hidroxicloroquina.
    Um jornalista valente, que enfrentou lugares e situações improváveis, desafiou esquemas e fugiu do tédio, que nunca teve medo de nada para exercer a profissão, tinha medo do vírus.
    Renan, um antibolsonarista, um antifascista, o repórter que vinha denunciando a verdadeira face do véio da Havan em série de reportagens no DCM, foi morto pelo remédio que Bolsonaro mandou distribuir por toda parte.
    Essa é uma das realidades da pandemia. Os que se consideram imortais circulam pelas cidades. Os que sabem dos perigos e temem morrer (e contaminar os outros) enclausuram-se em casa.
    E por que enclausurados que não desafiavam a peste, como era o caso de Renan, acabam morrendo em meio aos horrores da pandemia, até sem terem sido infectados, enquanto os egoístas continuam passeando?
    Renan teve o azar de tomar o remédio milagroso de Bolsonaro que, dizem, mais mata do que cura.
    Li a reportagem do Kiko e fiquei ainda mais revoltado depois de ver a foto do Fabiano com esse monte de gente imortal na capa do Correio.

  • Morrer ou não?

    Politizaram o remédio. Os petistas não querem o remédio e os bolsonaristas querem. Nunca vi isso! A decisão é do médico. Quando você ficar doente pelo vírus, não terá Dória, Bolsonaro, os petistas, Mandetta , e outros para dizer qual remédio, você vai tomar. Só o médico!
    Tomando o remédio, você terá uma pequena chance de se curar. O remédio não é para isso. Por enquanto, não tem outro. Qual decisão você tomará?

  • Não sou PT

    Receita do Dr. Bolsonaro. Ainda o ex-Ministro é médico. Deve pelo menos saber um pouco do que falando. Mas, o que mais impressiona são pessoas instruídas estarem querendo o AI 5 Ai é para acabar.

  • Eu

    O Dr Kalil tomou e fez efeito,seria milagreve? ????

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