EX-PREFEITO DE FERNANDÓPOLIS É TRANSFERIDO PARA PENITENCIÁRIA ONDE SEU GENRO ESTÁ PRESO

O ex-prefeito de Fernandópolis, Luiz Vilar de Siqueira – que foi preso no dia 13 de setembro, em Bertioga, e permaneceu na cadeia de Boroceia por alguns dias – foi transferido para a Penitenciária do Tremembé, no Vale do Paraíba.

Lá, Vilar encontrará pelo menos um ombro amigo para dividir seus arrependimentos: o do genro Luís Henrique Semeghini, que foi preso em novembro de 2016, depois de condenado a 12 anos de prisão em regime fechado, pelo assassinato de sua primeira esposa, Simone Maldonado Semeghini. Atualmente, Semeghini é casado com Valéria Vilar, filha do ex-prefeito.

Vilar foi condenado pela Justiça de Fernandópolis a 13 anos e três meses de prisão em regime inicial fechado, sob a acusação de crime de falsidade ideológica, pena que foi confirmada pela 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça.

Apesar de receber uma pena maior que a do genro, o pecado de Vilar foi, pelo menos do ponto de vista humanístico, menos grave: em 2009, quando ainda era prefeito, ele autorizou a utilização de equipamentos e maquinários públicos na realização de obras de terraplenagem no terreno de uma família que teria apoiado sua candidatura. Ao ser questionado sobre irregularidade, Vilar teria assinado um decreto com declarações falsas, o que caracteriza a falsidade ideológica.

Além do genro Semeghini, Vilar terá, sem seus dias de cárcere, outras companhias ilustres. A Penitenciária de Tremembé abriga alguns dos presos mais famosos do estado, como é o caso do médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 181 anos de prisão pelo estupro de mais de 45 mulheres. Adoentado, ele alterna seus dias entre a Penitenciária, o hospital e seu apartamento, onde, de vez em quando, cumpre prisão domiciliar.

Ele terá, também, a companhia de Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, condenado a 121 anos pelo estupro e morte de sete mulheres. Lindemberg Alves, condenado a 98 anos pelo sequestro e morte da namorada Eloá Pimentel, é outra celebridade que habita a Penitenciária de Tremembé. Os irmãos Cravinhos, que ajudaram a estudante Suzane Louise von Richthofen a matar os pais, e Alexandre Nardoni, acusado de atirar a filha Isabela do 6° andar de um prédio, também estão presos em Tremembé.

Agora, cá entre nós, condenar um senhor de 71 anos a desfrutar de companhias tão ilustres, só por ter assinado um papelucho com declarações falsas, parece um exagero. Principalmente, se compararmos com a pena – 12 anos – aplicada ao seu genro, que matou a mulher com sete tiros.

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