FRACASSO DO BRASIL NO COMBATE AO CORONAVÍRUS NÃO É POR ACASO, DIZ EPIDEMIOLOGISTA DA FIOCRUZ

Para o especialista, o negacionista Jair Bolsonaro é o principal responsável pelo fracasso. Deu na Rede Brasil Atual:

“Trem sem maquinista não chega em seu destino. País sem gestão paga o preço. Estamos pagando o preço pelo governo ter ignorado e minimizado a covid-19″, sentenciou o epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana. O país chegou já chegou a quase 115.000 mortos desde o início do surto, em março.

“É muito provável que já tenhamos passado de 180 mil mortes diretas e indiretas devido à pandemia de covid-19 no Brasil. É uma situação bastante triste”, denuncia Jesem. O Brasil é um dos países que menos testa para o vírus no mundo.

Até aqui, diz o especialista, a história da pandemia se resume a uma sequência de erros e más condutas, especialmente por parte do governo federal, de Jair Bolsonaro. “A condução tem total diferença. Menos de 100 dias depois do primeiro caso no país, estávamos no terceiro ministro da Saúde. Um time de futebol que troca de técnico três vezes em três meses é sério candidato ao rebaixamento. É um sinal claro do fracasso da gestão da pandemia no Brasil”, disse.

Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde: Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. As duas demissões tiveram motivação similar; os ex-ministros, com formação na área médica, rejeitaram a posição do presidente de ignorar e ridicularizar a ciência. Entretanto, Jesem não poupa críticas a Mandetta que, deputado pelo DEM, foi grande defensor da Emenda Constitucional 95, que impôs um teto para os investimentos públicos que sufoca o sistema de saúde.

“Faço questão também de apontar que o Mandetta foi fervoroso defensor da EC 95 e hoje, como uma raposa travestida de ovelha, defende o SUS como se fosse um membro da reforma sanitária brasileira. Essa emenda tirou muita verba da saúde. Agora temos um projeto orçamentário que prevê o corte (em 2021) de mais de 30 bi da Saúde nos próximos anos. Isso nos faz entender o porquê de mil mortes diárias”, observou.

Enquanto retira dinheiro da ciência e da educação e direciona para a defesa, Bolsonaro segue incentivando aglomerações, perseguiu governadores que adotaram posturas contrárias às suas e mantém a ideia fixa de receitar o medicamento cloroquina, como “solução mágica” para o problema. A substância não é eficaz, de acordo com inúmeros estudos de todo o mundo.

No início do surto, Bolsonaro chegou a dizer que a covid-19 não passava de “uma gripezinha” e que o Brasil não teria mais de 2 mil mortos, número de vítimas da pandemia de H1N1 em seu pior ano, 2009. Agora, com o completo fracasso na contenção do vírus, Bolsonaro ataca governadores, prefeitos, juízes, partidos de oposição. Não passa de manobra retórica, como afirma Jesem.

“O fracasso do Brasil tem sido atribuído de forma desonesta a prefeitos e governadores. Eles também erraram, mas qualquer orquestra não funciona sem um maestro. Faltou no Brasil, sem dúvida, a liderança do governo federal, do Ministério da Saúde”, resumiu.

2 comentários

  • Morado de Jales

    Esses PETRALHAS não se canção de lançar noticias que omitem a verdade, faltou dizer que o STF tirou do Presidente o controle sobre isso, ficando aos Estados e Municípios, o dinheiro que estão sendo enviados aos Estados e Municípios, por acaso esta caindo do céu?, mas podeira sair das contas dos PETISTAS MOR…

  • Dados inverdadeiros

    A informação de que somos o segundo país do mundo em número absoluto de mortes em decorrência da Covid-19,
    Segundo dados dos EUA, que contabilizam dados de todos os países, eles lideravam em número absoluto de vítimas, com 174.292, seguido pelo Brasil, com 112.304. O terceiro colocado, México, vinha bem atrás, com 59.106. Dados terríveis denunciados pela mídia.
    Porem o Brasil ostenta, proporcionalmente a sua população, taxas inferiores às de países europeus, como Espanha, Itália e Reino Unido, e sul-americanos, como Chile e Peru.
    Proporcionalmente, no entanto, o Brasil aparece em décimo lugar, com uma taxa de 53,6 mortos para cada 100.000 habitantes, número parecido com o dos Estados Unidos.
    Entre as cidades medias, Fortaleza, a cidade com a maior mortalidade pelo novo coronavírus tem como índice de 139,4 mortes por 100 mil hab. Jales tem o índice de 32 mortes por 100 mil hab. considerando uma população de 50 mil. Ledo engano pois nosso hospital atende a região toda.
    Parece ser bom divulgar esses dados mentirosos para que devemos seguir as normas de saúde impostas pelos governos de Dória e Flá. Me engana que eu gosto!

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