IRMÃ DULCE: SAIBA QUAIS SÃO OS DOIS MILAGRES QUE LEVARÃO A FREIRA BAIANA A SER CANONIZADA

No “retrato” da esquerda, ela ainda era simplesmente Maria Rita, seu nome de batismo (Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, nascida a 26 de maio de 1914, em Salvador-BA). À direita, aos 20 anos, ela já era a Irmã Dulce, nome que recebeu quando entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

Irmã Dulce faleceu na capital baiana em 13 de março de 1992. Foi beatificada em 2011, durante o Pontificado de Bento XVI. Ela nem sempre foi bem compreendida. Em 1964, a Igreja deu as costas a ela quando o recém-empossado arcebispo de Salvador, dom Eugênio Sales, decidiu afastá-la da Congregação, permitindo, no entanto, que continuasse usando as vestes de freira.

O motivo? O hospital fundado por Irmã Dulce gerava muitas dívidas e o arcebispo temia que elas, um dia, pudessem ser cobradas da Igreja. Pelo menos, é o que contam, mas Irmã Dulce não gostava de falar do assunto.

Ela será a primeira santa nascida no Brasil, mas ao menos uma das outras três santas que serão canonizadas amanhã tem alguma ligação com o Brasil: a  religiosa italiana Josefina Vannini, que nasceu em 1859 e faleceu em 1911.

O milagre de Josefina envolve um mestre de obras da cidade mato-grossense de Sinop, que caiu do terceiro andar de um prédio em construção e, em meio à queda, invocou a intercessão da religiosa, salvando-se milagrosamente, com apenas alguns hematomas. 

A matéria abaixo, do G1, fala dos dois milagres que o Vaticano reconheceu no processo de canonização de Irmã Dulce. E, se prezado leitor quiser conhecer os beneficiários dos dois milagres – um maestro e uma funcionária pública – é só clicar aqui. Eis a matéria do G1:

Dois milagres foram levados em consideração para que Irmã Dulce, conhecida como “O Anjo bom da Bahia”, pudesse se tornar a primeira santa nascida no Brasil.

A religiosa será canonizada no domingo (13), em cerimônia que será presidida pelo Papa Francisco. A celebração está marcada para as 10h, horário do Vaticano (5h no horário de Brasília).

O mais recente milagre a ser reconhecido tem relação com o maestro José Maurício Moreira, de Salvador.

Hoje com 50 anos de idade, o homem ficou cego após um glaucoma e voltou a enxergar após 14 anos depois de rogar para que Irmã Dulce o ajudasse a curar a dor provocada por uma conjuntivite.

O milagre teria ocorrido após o homem pedir a Irmã Dulce para interceder por ele pouco antes de dormir, por causa das dores que estava sentindo. Quando acordou, no dia seguinte, o homem havia melhorado da doença e voltado a enxergar.

O glaucoma danifica o nervo que liga o olho ao cérebro e, conforme especialistas, é cientificamente impossível que uma pessoa sem o nervo ótico saudável possa enxergar. É possível tratar a doença com colírios e até mesmo com cirurgia, para reduzir a pressão ocular, mas uma vez que a pessoa perde a visão, não consegue mais recuperar.

O primeiro milagre reconhecido de Irmã Dulce, que levou à sua beatificação, ocorreu em 2001, nove anos após sua morte. Foi um caso de pós-parto de uma moradora da cidade de Malhador, no interior de Sergipe.

De acordo com o médico Sandro Barral, um dos investigadores e peritos que confirmaram o milagre, a paciente apresentava um quadro de forte hemorragia não controlável. Em um período de 18 horas, a mulher chegou a passar por três cirurgias, mas o sangramento não cessava. Contudo, sem nenhuma intervenção médica, e após pedir a intercessão de Irmã Dulce, a hemorragia subitamente parou e a paciente se recuperou.

A canonização de Irmã Dulce será a terceira mais rápida da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte).

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