ITAMAR BORGES PROPÕE NOME DE “GIOVANNI MISSONI” PARA VIADUTO DA EUCLIDES DA CUNHA

Já recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça e Redação da Assembléia Legislativa de São Paulo – Alesp, o projeto de lei 656/2011, de autoria do deputado Itamar Borges, que dá a denominação de “Giovanni Missoni” ao viaduto localizado no km 579,100 da rodovia Euclides da Cunha – SP 320, em Jales.

Giovanni Missoni, pai do secretário de Planejamento da Prefeitura de Jales e presidente do PMDB local, João Missoni Filho, era conhecido como “Padre João”. A explicação está na justificativa do deputado Itamar Borges, que acompanha o projeto. Ei-la:

 JUSTIFICATIVA

Ainda residindo na pequena cidade de Chiussaforte, na Itália, Giovanni Missoni, era membro de uma família muito religiosa. Aos 11 anos de idade resolveu matricular-se em um seminário para atender a vocação de ser religioso. Começa então a formação para ser ordenado padre, o que ocorre em 1938.

Seguindo o exemplo de seu irmão Osvaldo que já era padre, Giovanni vem para o Brasil. O país naquela época tinha dificuldade de encontrar professores de Sociologia e Filosofia, assim Giovanni inicia seu trabalho como professor em diversos colégios ligados à Igreja Católica, os chamados seminários, sendo inclusive diretor de alguns deles.

Em 1943, atendendo a uma determinação de uma Congregação, assume algumas paróquias, dentre elas a de Casa Branca, em São Paulo e a de Uberaba, em Minas Gerais e, finalmente, a de General Salgado, também no Estado de São Paulo.

Em General Salgado Giovanni Missoni ficou conhecido como padre itinerante, visto que naquele tempo era preciso viajar a cavalo para poder atender a toda a paróquia, que se estendia de Santo Antonio do Arancangua até Major Prado.

No ano de1955, Giovanni resolve deixar o ofício de padre para casar-se, uma situação extremamente difícil para os costumes da época, que não aceitava que padres pudessem se casar.

Decidido, voltou ao Vaticano para conseguir uma audiência com o Papa Pio XII e receber a autorização para deixar a “batina” e se casar. Após várias tentativas de audiência, finalmente em 1956, conseguiu a autorização, fato este inédito na Igreja Católica.

Em 25 de abril de 1957 casou-se no civil, mesmo ano que se mudou para Palmeira d´Oeste, na região de Jales. Giovanni Missoni constituiu família com Chafica Missoni e teve dois filhos João Missoni Filho e Ana Maria Missoni.

Em 1966 a convite do Bispo Diocesano de Jales Dom Arthur Horsthuiss, mudou-se para Jales, com o objetivo de organizar os trabalhadores rurais, sendo então contratado para fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jales. Iniciou-se assim o trabalho de orientação aos proprietários rurais de toda a região, tendo sido Orientador Social e monitor de curso de capacitação sindical, de formação de novas lideranças, dentre outros.

Em 1969, atuou na região de Santa Fé do Sul, fundando várias bases sindicais, entre elas a de Três Fronteiras e Santana da Ponte Pensa. Por conta desta atuação em pleno regime militar, a atividade de Giovanni Missoni era vista como subversiva, tendo por diversas vezes sido recolhido ao DOPS – Departamento de Ordem e Política Social, para prestar depoimentos.

Muitos desses depoimentos acabaram em retaliações e ameaças para interromper o trabalho, mas com o apoio do Bispo Diocesano não se intimidou, sendo reconhecido no meio sindical rural do Estado de São Paulo como precursor de todo o movimento sindical rural.

Permaneceu no movimento sindical, como servidor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jales até 1988, quando se aposentou. Mesmo assim, continuou muito ligado as causas sociais tendo participação em todos os movimentos sócio-culturais da cidade de Jales, mantendo um estreito vínculo com a Igreja Católica, e suas Pastorais, inclusive tendo sido chamado pelo atual Bispo, Dom Demétrio Valentini, para atuar como conselheiro e orientador de diversos trabalhos da diocese.

Em 1993 faleceu, na véspera da Romaria Diocesana de Jales, que ocorre anualmente no dia 15 de agosto, data em que foi sepultado com homenagens de toda a diocese que se reuniu na Praça da Catedral.

1 comentário

  • aparecido donizetti sornoqui

    sou casado com uma sobrinha do Padre Joao, a Marineuza, é um grande prazer um dia ter conhecido o Padre Joao, e ter como primos o Joao e a Ana.
    Adoro Jales e Palmeira do oeste. Hoje vivo em Sao bernardo.
    Um grande beijo a todos e fiquem com DEUS.

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