O Ministério Público Federal de Jales instaurou, em março deste ano, um procedimento administrativo para apurar o suposto enriquecimento ilícito do ex-dirigente sindical da Federação Única dos Petroleiros e diretor de Recursos Humanos da Petrobras, Diego Hernandes.
O amigo leitor do blog se lembra do Diego Hernandes? Por conta dele, o nosso opaco ex-prefeito Humberto Parini quase virou celebridade. Em julho de 2009, o nome de Parini foi parar na grande imprensa, por conta de uma matéria do jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
A manchete de O Globo foi “Gerente da Petrobras ganhou terreno da Prefeitura de Jales”. Mas, em outros jornais, a mesma matéria ganhou outras manchetes, como, por exemplo, “Petrobras ajuda cidade e prefeitura dá terreno para gerente de estatal”.
Por conta da repercussão, o premiado jornalista Amaury Ribeiro Júnior veio até Jales para investigar o caso. Depois de passar alguns dias por aqui, Amaury – o mesmo jornalista que, em 2011, lançou o livro “Privataria Tucana” – publicou a matéria abaixo, no Correio Braziliense, de 13/08/2009:
Jales (SP) – Ex- dirigente do sindicato da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o gerente de Recursos Humanos da Petrobras, Diego Hernandes, vive hoje, aos 51 anos, despreocupado com dinheiro e outras questões financeiras.
Documentos obtidos pelo Estado de Minas e Correio Braziliense em vários cartórios de São Paulo e órgãos públicos daquele estado mostram que o patrimônio de Hernandes, que até o início da década tomava o trem superlotado para fazer piquetes na porta das refinarias no interior paulista, aumentou em cerca de 4.000% nos últimos seis anos.
De acordo com a papelada, desde 2003, quando passou a ocupar cargos estratégicos na estatal, Hernandes comprou 680 hectares de terras no município de Jales, Região Noroeste de São Paulo. Avaliadas pelos funcionários de cartórios e corretores da região pelo preço mínimo de R$ 11 milhões, as dezenas de propriedades rurais foram anexadas em uma única propriedade – a Fazenda São Lucas.
Localizada a cerca de oito quilômetros de Jales, a propriedade é cortada estrategicamente pela Estrada do Boi, que liga a cidade a Araçatuba. Arrendada a usineiros da região, as terras do ex-sindicalista estão totalmente tomadas de canaviais, que se perdem de vista às margens da rodovia.
A fúria imobiliária do ex-sindicalista – que após ocupar o cargo de chefe de gabinete do ex-presidente da Petrobras, Eduardo Dutra, mudou-se para um apartamento na Zona Sul do Rio – também se expandiu para a área urbana. Além de comprar três terrenos na Região Central de Jales, avaliados em R$ 150 mil cada um, Hernandes fundou em 2008, em companhia de um grupo de primos da região do ABC Paulista, uma empresa de equipamentos médicos – a Implalife Produtos Odontológicos.
Construída em um terreno de 6 mil metros quadrados doados pela Prefeitura de Jales, administrada pelo PT, o prédio da empresa, decorado com vidros brilhantes em uma das principais avenidas do município, está avaliado em R$ 1 milhão. Hernandes teve ainda fôlego para investir R$ 300 mil na sede da Fazenda São Lucas e outros R$ 400 mil em vários fundos de renda fixa do Banco do Brasil.
Basta uma conta simples para se chegar à conclusão de que o patrimônio de Hernandes chega hoje, no mínimo, a R$ 13 milhões. Esses valores estão distantes dos cerca de R$ 300 mil em bens que o sindicalista possuía em 2002 um ano antes de ocupar cargos estratégicos na empresa estatal.
Na ocasião, o patrimônio de Hernandes se limitava a um apartamento na Vila Alpina e uma propriedade rural no município de Urânia, na Região Noroeste de São Paulo. A propriedade rural foi vendida nesse mesmo ano por R$ 100 mil.
Embora tenha adquirido esse amontoado de imóveis urbanos e rurais, Hernandes declarou à Receita Federal no ano passado possuir um patrimônio de R$ 1,4 milhão. Um arsenal de documentos e depoimentos mostram que, a fim de esconder o patrimônio, o ex-sindicalista registra os imóveis urbanos e propriedade rural com valores bem abaixo dos de mercado.
Além disso, Hernandes colocou parte das fazendas e imóveis urbanos em nome dos irmãos Walter Hernandes e Manoel Hernandes, pequenos sitiantes de Jales que até pouco tempo ganhavam a vida como camelôs na cidade. Todas as propriedades rurais e os terrenos urbanos de Manoel e Walter estão anexados às propriedades do irmão sindicalista.
No dia seguinte à publicação da matéria de Amaury, a Petrobras enviou carta ao Correio Braziliense, repudiando a reportagem:
A Petrobras repudia a preconceituosa matéria “Patrimônio de ex-sindicalista com cargo na estatal cresceu 4.000% em seis anos”, publicada pelo Correio Braziliense (13/08).
De forma irresponsável, o jornal divulga informações que estariam protegidas por sigilo fiscal e ainda comete uma série de equívocos. A variação patrimonial apresentada na matéria é falsa e absurda. Diego Hernandes é empregado da Petrobras há 30 anos e seu patrimônio é perfeitamente compatível com sua renda.
Como foi informado ao jornalista, todos os bens de Diego Hernandes constam em sua declaração de Imposto de Renda e estão em seu nome. Ele jamais “escondeu patrimônio” ou registrou bens em nome de terceiros, como afirma a matéria.
A reportagem foi montada, segundo o próprio jornal, a partir de avaliações de “funcionários de cartórios e corretores da região”, mas não apresenta qualquer comprovação dessas avaliações.
A investigação iniciada em 2013, em Jales, foi provocada por denúncia encaminhada à ouvidoria do MPF, no final de 2012, segundo a qual, Diego teria multiplicado seu patrimônio, ferindo o interesse dos empregados da Petrobras. Quem sabe agora fiquemos sabendo de que lado está a verdade.
Só uma pergunta ao MP. Por que não se investiga também o enriquecimento do Sr Lulinha ??? Afinal todos sabem que de um simples funcionário do zoológico municipal de São Paulo, transformou-se em um megaempresário de sucesso…. tudo isso será competência ???
#ficaadica
Porque a demora em tomada de decisões nos recursos de políticos ligados ao governo ?
Permanecem no poder como se fossem vítimas do sistema judicial e “cordeiros” no juízo próprio, usufruindo do poder com a mesma arrogância e benefícios generosos que os colocam na redoma do desastrado e infinito ganho do erário público.
Recordo-me dos seus irmãos andando de brasília velha caindo aos pedaços ,passado algum tempinho estavam de ranger ok ,pensei ganharam na mega-sena.
Está explicado. PETRALHAS
Como isso é revoltante, saber que lutei tanto por
um ideal através do PT e, no fim, ver gente da
pior qualidade traindo nossos ideais e nosso trabalho.
Sou a favor a pena de prisão perpétua, mas para corruptos
porque são os maiores bandidos e destruidores da
saúde e educação.
Só uma pergunta ao MP. Por que não se investiga também o enriquecimento do Sr Lulinha ??? Afinal todos sabem que de um simples funcionário do zoológico municipal de São Paulo, transformou-se em um megaempresário de sucesso…. tudo isso será competência ???
#ficaadica
Concordo e acrescento.
Porque a demora em tomada de decisões nos recursos de políticos ligados ao governo ?
Permanecem no poder como se fossem vítimas do sistema judicial e “cordeiros” no juízo próprio, usufruindo do poder com a mesma arrogância e benefícios generosos que os colocam na redoma do desastrado e infinito ganho do erário público.
Recordo-me dos seus irmãos andando de brasília velha caindo aos pedaços ,passado algum tempinho estavam de ranger ok ,pensei ganharam na mega-sena.
Está explicado. PETRALHAS
ENQUANTO ISSO, EU ESTOU EMPOBRECENDO LICITAMENTE!!! KAKAKAKA!!!