O QUE JÁ SE SABE SOBRE O MARIDO ASSASSINO DA JUÍZA ESFAQUEADA NA FRENTE DAS TRÊS FILHAS

A foto é do casamento, realizado em 2009. E a reportagem é do site Pragmatismo Político:

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi assassinada na tarde da última quinta-feira (24), na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Vítima de feminicídio, ela foi esfaqueada pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, 52 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. Ele foi preso em flagrante como autor do crime.

Viviane, 45 anos, foi morta na frente das três filhas na Avenida Rachel de Queiroz. O crime foi registrado em vídeo, que circula nas redes sociais e está sob investigação da polícia. Na gravação, é possível escutar os gritos das crianças, as gêmeas de nove anos e a mais velha, de 12. No vídeo dá para ver as crianças pedindo para que Paulo pare de golpear a juíza.

Testemunhas ainda pediram socorro aos guardas municipais do 2º SubGrupamento de Operações de Praia, que estavam na base ao lado do Bosque da Barra, próximo ao local do crime. Os agentes encontraram a juíza desacordada, caída ao chão. Policiais do 31º Batalhão da Polícia Militar, do Recreio dos Bandeirantes, e agentes do Corpo de Bombeiros também foram acionados, mas já encontraram Viviane morta no local do crime.

Paulo não tentou fugir depois do assassinato e permaneceu próximo ao corpo de Viviane até a chegada da polícia. Ele recebeu voz de prisão e foi levado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, que investiga as circunstâncias do feminicídio. A polícia acredita que Paulo premeditou o crime, pois no carro dele foram encontradas três facas.

Após a chegada à delegacia, Paulo precisou ser encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge por causa de um corte na mão. O acusado foi atendido e liberado pelos médicos, sendo reconduzido por policiais militares à divisão de homicídios. Segundo informações do G1, Paulo ficou calado na delegacia. O engenheiro afirmou que só vai se manifestar em juízo.

Adailton Moraes, um guarda municipal que esteve na ocorrência, disse em entrevista ao jornal O Dia que Paulo revelou ser usuário de remédios controlados, além de participar de sessões de terapia.

Ao Extra, Adailton relatou que os guardas municipais questionaram se ele estava arrependido de seu ato. Como resposta, o homem apenas chacoalhou os ombros, demonstrando não ter arrependimento e disse que preferia morrer.

“Ainda no local do crime, perguntei o porquê dele ter feito aquilo com a esposa. Ele só falou que estava sendo ameaçado por ela e que tomava remédios. Ele parecia tranquilo, mas com a mão trêmula”, contou o agente à publicação.

SEM ESCOLTA:

Uma amiga de Viviane contou ao jornal O Globo que a juíza abriu mão da escolta por pena do ex-marido. “Ficou evidente que ela tentava preservar a figura do ex-marido como pai. Tentou se proteger e, ao mesmo tempo, protegê-lo. Acabou abrindo mão da escolta por pena dele”.

Viviane era reservada e não costumava revelar detalhes de sua vida pessoal, a não ser quando estava inserida em atos extremos como uma briga de rua e uma tentativa de invasão do apartamento da mãe, para o qual havia se mudado com as três filhas.

A juíza passou os últimos meses sofrendo. Seu ex-marido reagia violentamente a cada esforço fracassado de retomar o casamento que ela decidiu terminar em julho.

“Viviane era uma mulher forte, independente financeiramente e reservada. Estava refém de um relacionamento que demonstrava ser fatal. Ela procurou os órgãos oficiais, fez um registro de ocorrência e chegou a pedir uma escolta, mas pode ser que tenha achado que o perigo havia passado. Queria preservar as filhas”, afirmou a juíza Simone Nacif.

“Era uma pessoa supertranquila, que nunca impediu as filhas de verem o pai. Levávamos ela e as crianças no carro para vários lugares. As meninas ficavam um tempo com ele e depois voltavam com a doutora”, disse um dos seguranças que faziam a escolta de Viviane.

1 comentário

  • Thiago

    Pois é, isso mostra que o discurso que “armas de fogo matam” não condiz com a realidade.

    Quem quer matar não necessita, necessariamente, de uma arma de fogo

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