PF INVESTIGA ‘MÁFIA DOS SHOWS’ EM VÁRIOS ESTADOS. INVESTIGAÇÃO COMEÇOU EM JALES

Não se iludam, no entanto, com as cifras citadas. O MPF, ao propor uma ação civil pública, considera o valor do convênio. Aqui em Jales, por exemplo, o MPF ajuizou uma ação contra o ex-prefeito Humberto Parini e outros envolvidos, entre eles o ex-deputado Vadão Gomes.

O valor da ação é de R$ 1,7 milhão, que é o total dos sete convênios assinados por Parini com o Ministério do Turismo, entre 2008 e 2010, referentes aos shows e estrutura (palco, som, divulgação, etc) de duas facips, três arraiás na praça, uma festa do motorista e uma festa da uva. Em março deste ano, a Justiça Federal determinou o bloqueio de – pasmem! – R$ 6,8 milhões em bens de Parini e Vadão.

Existiram desvios? É muito provável que sim, mas os valores desviados não devem passar nem perto do R$ 1,7 milhão citado pelo MPF e muito menos dos R$ 6,8 milhões bloqueados pela Justiça. Afinal, as festas aconteceram, a Elba Ramalho, o Daniel, o conjunto Roupa Nova e duplas como Gino e Geno, Rick e Renner, Lourenço e Lourival e outras estiveram em Jales, cantaram, receberam o cachê e foram embora.

E tudo pago com o R$ 1,7 milhão do Ministério do Turismo. Mas, vamos à notícia do UOL:    

thiago-lacerda-nobre300x420A Polícia Federal, a Receita e o Ministério Público Federal estão investigando uma “máfia” dedicada a fraudar a compra e venda de shows públicos de grandes artistas.

Segundo levantamento obtido pela reportagem, o volume de dinheiro obtido por meio de fraude na contratação, superfaturamento de cachês ou infraestrutura pode passar de R$ 100 milhões apenas nos últimos três anos. Somente no interior de São Paulo há R$ 15 milhões já bloqueados pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal.

Por enquanto há investigações em curso em São Paulo, Rio, Pernambuco, Amazonas, Bahia, Pará, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A investigação começou em 2010, no interior de São Paulo, e depois se espalhou pelo país.

Quem a iniciou foi Thiago Lacerda Nobre, hoje chefe da Procuradoria da República em São Paulo, e procurador da República em Santos.

“Quando viajava a trabalho pelo interior de São Paulo comecei a perceber que algumas cidades minúsculas estavam fazendo eventos com artistas de renome nacional, cujos cachês eram caríssimos. Começamos a investigar porque não havia como aquelas cidades bancarem tantos shows e festas de peão. Acabamos descobrindo uma série de irregularidades, que envolviam não só as cidades, mas até o governo federal, que era fraudado por meio de convênios culturais”, afirmou o procurador em entrevista exclusiva ao UOL.

Segundo Lacerda Nobre, somente no interior de São Paulo 32 cidades com governantes ou contratantes (de áreas culturais ou de eventos) estão hoje sofrendo ações de improbidade; além disso, há dez ações criminais em curso contra ex-prefeitos suspeitos de envolvimento ou facilitação das fraudes, e mais R$ 15 milhões já bloqueados até que as investigações terminem.

“Esse valor se refere apenas a bloqueios já realizados entre 2010 e 2013, e somente na região de Jales”, afirma o procurador.

No restante do país, segundo a reportagem apurou junto a fontes da PF e MPF, as fraudes podem somar mais de R$ 100 milhões desde 2013. Há novas ações sendo iniciadas em outros Estados, porém.

A notícia completa, do UOL, pode ser lida aqui

1 comentário

  • Chf

    Uma vez um certo amigo fez uma denúncia na ouvidoria da polícia federal sobre as festas que estavam acontecendo em nossa região, e o bicho tá pegando, mas muitos prefeitos não aprenderam ainda é o caso de indiaporā que está trazendo show top como Eduardo Costa, Fernando e sorocaba e outras cidades, na hora que eles acordarem vai ser tarde aí o fumo vai entrar

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