SEGUNDO CIA, 89 PESSOAS MORRERAM OU DESAPARECERAM APÓS REUNIÃO EM QUE GEISEL AUTORIZA MORTES

A notícia completa (aqui) inclui os nomes das 89 pessoas e de outras 11, também desaparecidas a partir de 1974. Mas a lista oficial de mortos e desaparecidos durante o regime militar é bem maior, com 475 nomes. Só em 1973, teriam ocorrido 104 mortes e desaparecimentos. 

Nomes como o de Ruy Carlos Vieira Berbet – que foi sepultado simbolicamente em Jales, em 1992, já que seu corpo nunca foi encontrado – e do deputado Rubens Paiva, pai do escritor Marcelo Rubens Paiva, não constam da relação divulgada pelo G1. Ruy desapareceu em 1972 e Rubens teria morrido, calcula-se, em janeiro de 1971, após ser levado pelos militares.

Abaixo, um trecho da notícia do G1:

Oitenta e nove pessoas morreram ou desapareceram no Brasil por motivos políticos, a partir de 1º de abril de 1974 e até o fim da ditadura, segundo levantamento do G1 com base nos registros da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Foi a partir desta data que o general Ernesto Geisel, então presidente do Brasil, autorizou execução de opositores, segundo documento da CIA tornado público recentemente pelo governo americano.

De acordo com o levantamento do G1, além dos 89 casos confirmados, há outras 11 pessoas que podem ter morrido ou desaparecido a partir de 1º de abril de 1974 – a data não foi esclarecida pela CNV. Além disso, pode haver mortes e desaparecimentos durante esse período da ditadura que não foram registrados.

Entre as vítimas desse período, estão o jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 25 de outubro de 1975 após se apresentar voluntariamente ao Centro de Operações de Defesa Interna, um órgão militar da ditadura; e o metalúrgico Manoel Fiel Filho, que foi torturado até a morte, em 17 de janeiro de 1976, nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do II Exército, em São Paulo.

A confirmação está um memorando da CIA (a agência de inteligência americana), descoberto pelo pesquisador Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com data de 11 de abril de 1974, o documento foi tornado público em 2015 pelo governo americano.

O documento foi elaborado pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, e endereçado ao secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger. Colby relata um encontro que teria acontecido em 30 de março de 1974.

2 comentários

  • SESE P~S

    Caramba, com tão pouca gente desaparecida, eles conseguirão passar o País a limpo. Hoje teriam que desaparecer no mínimo, com 100 mil pessoas. Não mexendo é claro, com meus petistas de estimação aqui de Jales. kkkkk

  • Ernesto Geisel que até então era tido como o ”pai da distensão lenta,gradual e segura”,e de que não tinha conhecimento do que acontecia nos porões foi desmascarado,os assassinatos foram sim uma política de Estado,o tempo todo.É como disse a jornalista Hildegard Angel que teve mãe e irmão eliminados pelos executores:”Mataram como quem extermina porcos”.

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