TRIBUNAL DE JUSTIÇA ABRE PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTRA JUIZ QUE LEVAVA ÁGUA DO FÓRUM PRA CASA

A notícia é do portal Jota:

O Órgão Especial do TJ-SP, por unanimidade, decidiu rejeitar defesa prévia e instaurar processo administrativo disciplinar (PAD) contra o juiz Antonio Marcelo Cunzolo Rimola, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Itaquera, na cidade de São Paulo, porque, dentre outras razões, “todas as vezes que ele ia ao fórum, ao sair, passava pela copa e enchia uma mochila de garrafas d’água”.

Segundo o relator do caso, Ricardo Anafe, corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), o consumo mensal chegava a 240 garrafas por mês, o equivalente a 6 litros e meio por dia. “Foi um verdadeiro auxílio d’água estabelecido pelo magistrado”, critica. “As garrafas d’água ficavam na copa. Ele passava e retirava. O tribunal ainda não tem auxílio d’água. Não é uma garrafinha de água que foi levada na volta à casa. Não é isso”.

O juiz, de acordo com Anafe, também não comparecia no fórum pelo menos todas as segundas-feiras e algumas vezes em outro dia da semana. Os atos no processo, afirma o relator do caso, se davam por delegação aos servidores, que faziam o serviço, assinavam com o cartão do magistrado, que não conferia as decisões.

Além disso, há relatos de que ele faltava com o dever de urbanidade com os colegas. “A situação é absolutamente contrária à Lei Orgânica da Magistratura (Loman) e ao Código de Ética da Magistratura”, afirmou Anafe, em seu voto, ao indicar que as condutas infringem o artigo 35, incisos I, IV, VI e VIII da Loman.

Ao votar, o desembargador Ferraz de Arruda afirmou que durante todos os anos de atuação no Órgão Especial nunca havia visto algo parecido. “Onde já se viu levar garrafinha de água para casa? E 240 garrafinhas? Seis litros e meio por dia! Desculpe, mas isso chega ao ponto do ridículo”, disse o desembargador.

A representação foi formulada por outros magistrados que atuam no fórum de Itaquera.

3 comentários

  • O auxilio água “seria cômico se não fosse trágico”

    Certamente. para um juiz que ganha aproximadamente R$40 mil, “levar” para casa 240 garrafas de água, por mês. É no minimo, cômico. Mas será trágico porque ele ganhará um processo disciplinar e administrativo que não vai virar nada!
    O tribunal não tem auxílio água. Foi um verdadeiro auxílio água estabelecido pelo magistrado. O juiz não conferia decisões, delegava essa tarefa aos auxiliares, raramente ele comparecia ao fórum às segundas-feiras e ainda proferia palavrões contra colegas de trabalho.

  • A justiça quer fazer justiça para alguns

    Ricos neste nível de um juiz, com alto salario, não será preso. Mas se fosse pobre? O que aconteceria?
    No início desta semana, o STF analisou dois casos curiosos e semelhantes, cada um deles com um desfecho distinto. Em um caso, uma mulher foi absolvida por furtar uma peça de picanha e outros itens culinários, enquanto, no outro, um homem, preso pelo furto de dois xampus, cada um deles no valor de 10 reais, teve seu pedido de liberdade negado.
    As duas decisões foram proferidas nesta semana. O ministro Gilmar Mendes absolveu uma mulher, moradora do Rio de Janeiro, presa em flagrante por furtar um pedaço de picanha, três tabletes de caldo de tempero de alimentos e uma peça de queijo de um estabelecimento comercial.
    Certamente, essas pessoas tiveram dinheiro para pagar advogados caros para recorrerem a Brasilia. Senão estariam presos!

  • Abraham Lincoln

    Haja otimismo e esperança para nos sustentar!!! É extremamente entristecedor, sobretudo dentro desse período político trevoso, que alguém desta envergadura institucional e econômica, de cujas ações se espera a constituição de exemplos, tenha um comportamento tão penoso como esse. A pobreza de espírito não tem, realmente, nenhuma ligação com o bolso. Canalhas são feito ervas daninhas, espalham-se por todos os lados; existem entre os ricos e os pobres, permeiam-se por todas as profissões, se forjam ainda jovens e, mesmo após o branquear dos cabelos, mantêm-se canalhas. São homens e também são mulheres; uns, saudáveis, outros com dedos faltantes, e outros, ainda, por puro disparate, trazem a designação de Messias no nome. Haja otimismo e esperança para nos sustentar!!! Sejamos fortes, esta é outra tempestade que há de passar. Que seja verdade a máxima que Ele é nosso conterrâneo.

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