1993, O ANO EM QUE BELCHIOR CANTOU EM JALES

DSC03040-edEm janeiro de 2014, escrevi sobre o show do Belchior, realizado no Teatro Municipal, em Jales (veja aqui), mas não me lembrava em que ano ele esteve por aqui. Ontem me toquei de que, naquela noite, ele me autografou um CD.

Hoje, depois de uma busca em meu bagunçado acervo, encontrei o CD autografado pelo Belchior onde, como se pode ver na foto ao lado, ele registrou, com letra um pouco trêmula, a dedicatória “Para Cardoso. Abraços e Canções do Belchior” e o ano: 1993.

Era uma noite de muito calor e, depois do show, me lembro que o Belchior, transpirando muito, atendia pacientemente aos fãs, no acanhado camarim do nosso Teatro, enquanto uma assessora vendia os CDs que ele autografava. Eu escolhi uma coletânea – “Apenas Um Rapaz Latino Americano” – que trazia 16 canções do compositor cearense.

O show foi fantástico. Durante cerca de uma hora e meia, Belchior cantou para uma plateia que ocupava apenas metade da capacidade do Teatro Municipal. Apesar de pequena, podia-se notar que era uma plateia formada, em sua imensa maioria, por pessoas que conheciam as músicas do compositor/cantor, pois elas cantavam junto com Belchior mesmo as canções menos conhecidas.

Para uma cidade àquela altura impregnada do sertanejo, do pagode comercial e, pior ainda, do terrível “bate-estaca”, o show de Belchior foi um alento.        

Uma das músicas do show – e do CD que comprei – era “Coração Selvagem”, canção que ganhou, recentemente, uma releitura da Ana Carolina no show “#AC ao Vivo“. No vídeo abaixo, a bonita interpretação da cantora e compositora mineira:

6 comentários

  • Chico Melfi

    Cardosinho, fraternal amigo, tô na fossa! Velhice é só solidão, enfado e noticia ruim. Botei na vitrola pra rodar a canção “Doce, Doce Amor” do Jerry Adriani e um montão de recordações veio a tona. Chorei chorei como naquele filme triste. Nem bem enxuguei as lágrimas e lá se foi o Belchior. Dele ouvi de novo “Como Nossos Pais” e desabei! Lá se foram os bons tempos do rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco e vindo do interior.

    • Pois é, seo Chico, deve por essas e por outras que o Vinícius classificou abril como o mês cruel. Quanto à solidão, venho me relacionando bem com ela. Principalmente depois que arranjei uma nova amiga: a Netflix.

  • Genesio

    Ah! Cardosinho! Estou vendo meu livro I na sua prateleira; então foi você que o comprou? Como dizem os jovens: kkkkkkk. Abraço

    • Abraços, seo Genésio. A foto não mostra, mas o outro livro – “Memórias de Jales” – também está ali na prateleira. E fala pra Marina que celular não é enfeite. Liguei um dia desses pra perguntar o número do Bochecha e ela não me atendeu. Será que é por que eu faço campanha pro senhor voltar pra Jales?

  • Beto

    Ah, como me arrependo em não ter ido a esse show. Todos os amigos que foram gostaram mesmo, mas a gente nunca sabe quando será a última oportunidade .

  • Belchior foi um compositor com um fraseado e dicção tão particular que pouca gente regravava suas canções.Eu fico imaginando a Maria Bethânia interpretando ”Galos,Noites e Quintais”,ou qualquer outra do grande mestre.

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