Presentemente, eu posso me Considerar um sujeito de sorte Porque apesar de muito moço Me sinto são, e salvo, e forte
E tenho comigo pensado Deus é Brasileiro e anda do meu lado E assim já não posso sofrer No ano passado
Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano eu não morro
A letra de “Sujeito de Sorte” é bem pequenininha, mas o refrão “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro” ficou muito conhecido e passou a ser tema de tatuagens e a ilustrar camisetas e souvenirs, tornando essa música uma das mais importantes do Belchior.
O que pouca gente sabe é que os últimos versos dessa canção, incluindo o refrão, são de autoria de um poeta paraibano – Zé Limeira, chamado de Poeta do Absurdo – que os recitou há mais de 100 anos. Veja o que declamou o poeta e compare:
Eu cantei lá no Recife perto do Pronto Socorro: ganhei duzentos mil-réis comprei duzentos cachorro; ano passado eu morri mas esse ano eu não morro.
O fato é que no disco de Belchior, o icônico “Alucinação”, de 1976, não há nenhum crédito para Zé Limeira, um violeiro negro e analfabeto, que faleceu em 1954.
Fato é, também, que “Sujeito de Sorte” não era muito conhecida quando Belchior ainda era vivo. Depois de sua morte, a canção passou a ser muito tocada e festejada, se tornando uma espécie de símbolo da resistência, um hino à resiliência.
É possível que Belchior tenha mostrado “Sujeito de Sorte” para Elis Regina. Em entrevista, ele afirmou que mostrou a Elis todas as músicas compostas para aquele que seria seu segundo disco, o já citado “Alucinação”, que ainda estava sendo preparado.
Belchior conta que Elis ouviu todas as músicas tocadas por ele sem emitir nenhum comentário. Ele resolveu, então, mostrar uma música que ainda não estava pronta – “Como Nossos Pais”. Elis então disse: “é essa que eu vou gravar. Essa e aquela outra que fala do dedo em V e do cabelo ao vento”, referindo-se a “Velha Roupa Colorida”. Pena que ela não tenha gravado “Sujeito de Sorte”. Teria ficado linda.
Mas, já que a Elis não gravou, ouçamos “Sujeito de Sorte” com a Ana Cañas e a participação da Elza Soares, que morreu no ano passado e, certamente, não voltará a morrer neste ano.
Pois eu acho o cardosinho do maior mau gosto musical que já vi. Gosto de Chitãozinho e Xororó e peço nos domingos, eu e seo geraldo e ele, descaradamente, fala que não tem. Por isso ouço wg
Cardosinho, como me sinto pequeno, diante destas observações! Nossa geração precisa de cultura!! Abraços!!!
Pois eu acho o cardosinho do maior mau gosto musical que já vi. Gosto de Chitãozinho e Xororó e peço nos domingos, eu e seo geraldo e ele, descaradamente, fala que não tem. Por isso ouço wg