CHICO BUARQUE DO BRASIL – 68 ANOS

Em março, a professora Tatinha – acompanhada pelo meu filho Artur e minha nora Ticiane – foram a São Paulo especialmente para ver o show do Chico Buarque. E, como todo mundo que gosta de música boa, voltaram maravilhados. Mas, pra falar do Chico, é preciso ter talento, coisa que não tenho. Tomo emprestado, então, trecho de um texto de outro Chico, o Alencar, deputado federal pelo PSOL:

Hoje, dia 19 de junho, Chico Buarque de Hollanda está completando 68 anos. Deveria ser feriado. Chico é daquelas pessoas que enchem toda a sua geração de orgulho. A romaria dos mutilados, o dia-a-dia das meretrizes, os planos dos bandidos, dos desvalidos, o que vive na idéia dos amantes e é cantado pelos poetas mais delirantes – nada é estranho à obra de Chico Buarque.

A massa de anônimos, o grande povo de pedros pedreiros, januárias nas janelas, genis apedrejadas, guris mortos no meio do mato, de papo pro ar, iracemas da América, helenas submissas e rosas que arrasam, tudo é matéria viva sobre a qual Chico construiu com inspiração e transpiração, “tijolo por tijolo num desenho mágico”, sua vasta criação.

E a melhor forma de celebrar seu aniversário, é trabalhar para que o bolo da renda e da riqueza nacional cresça e seja, num futuro próximo, compartilhado pelos meninos do Brejo da Cruz, que não podem mais se alimentar de luz.

E agora, ouçamos Chico Buarque cantando uma música da “Ópera do Malandro”. Na peça, a canção “O Meu Amor” era interpretada por Marieta Severo e Elba Ramalho. Foi essa composição de Chico – gravada também por Bethânia e Alcione, no disco Álibi – que revelou a ex-atriz Elba Ramalho para o mundo da música:

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3 comentários

  • Hoje, no dia do Chico, o Brasil dorme em berço esplêndido, talvez Deus nos fale pelos sonhos, ou, talvez, Ele tenha se esquecido da gente. De onde vêm nossos poetas, para onde vai o nosso povo? Esquecido em algum lugar do atlântico, o Brasil encara o mundo com desfaçatez. Se, para os franceses, a literatura se casa com a filosofia; para nós, brasileiros, a canção popular se enlaça de corpo e alma com a literatura. E lê-se a música. As crônicas de Noel Rosa, a poesia de Vinícius, os aforismos de Caetano, os ditos de Caymmi, o sertão de Vandré, os sabiás e a flora de Tom Jobim, o coração de Milton Nascimento, e os outros poetas e cronistas e literatos da nossa canção popular. O Chico não. Este é um demônio. Tem a idade das pedras, como diria Vinícius. É o gênio da raça, como diria Jobim. Cronista, poeta, dramaturgo, novelista, romancista, lírico, épico, trágico, lúdico, sarcástico, historiador, político, feminino, infantil. Um arquiteto da palavra. Chico Buarque de Holanda é, sobretudo, brasileiro. Gosta de samba, futebol e do Rio de Janeiro. Parabéns Chico!

  • Quim Zé

    Lindo texto do Chico sobre o Chico, belo comentário do Marco Antonio, maravilhosa interpretação do Chico, grande lembrança do blog do Cardosinho. É tudo de bom!

  • Os homens se identificam com o Chico político e suas reais preocupações sociais,as mulheres preferem o Chico quando as retratam na terceira,e principalmente na primeira pessoa do feminino,e tem o eu lírico infantil que pouco se fala,e é quase recorrente na obra do poeta,sem contar o retrato da velhice extrema em “Leite Derramado”,seu último romance,realmente há Chico de vários ângulos para se admirar.

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